Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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“SAÚDE RIBEIRINHA E FLUVIAL”: SAÚDE DA FAMÍLIA NO AMAZONAS
Paulo Martins, Paulo Martins, Rodrigo Tobias de Sousa Lima, Rodrigo Tobias de Sousa Lima

Última alteração: 2018-01-21

Resumo


A Política Nacional de Atenção Básica, ao considerar as características diferenciadoras dos municípios da Amazônia Legal, permitiu que dois novos modelos de equipes pudessem fazer parte da promoção de atenção básica; a equipe de Saúde Ribeirinha e a equipe de Saúde Fluvial. Faz necessário compreender melhor a situação atual da política de atenção básica no Amazonas, observada pelo viés da equidade e o modo de fazer saúde nos contextos específicos da Amazônia. Assim, o presente trabalho tem como objetivo descrever o panorama das equipes de saúde da família e os jeitos de produção social da saúde junto aos usuários ribeirinhos do Amazonas. Trata-se de um estudo de caso sobre as unidades de saúde básica fluviais e ribeirinhas dispostas no território do estado do Amazonas nos anos de 2013 a 2017. Foram analisados dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde e relatórios de gestão da Secretaria de Estado da Saúde, como fontes de descrição da situação da saúde da família em área ribeirinha. A primeira forma de equipe, formalmente chamada Equipe de Saúde da Família Ribeirinha, desempenha a maior parte das suas funções em Unidades Básicas de Saúde localizadas nas comunidades pertencentes à área adscrita e cujo acesso se dá por meio fluvial; as equipes de Saúde da Família Ribeirinhas deverão prestar atendimento à população por, no mínimo, quatorze dias e dois dias para atividades de educação permanente, registro da produção e planejamento das ações. Já a segunda, a Equipe de Saúde da Família Fluvial, desempenha as suas funções nas Unidades Básicas de Saúde Fluvial (UBSF). As UBSFs são embarcações providas com os materiais necessários para atender à população ribeirinha, como uma tentativa de atender às demandas específicas da região amazônica e garantir o cuidado às suas populações. Funcionando 20 dias por mês em uma área delimitada de atuação, a UBSF desloca-se até as comunidades que pretende atender. Nos outros dias, a embarcação fica ancorada em solo, na sede do município, para que as equipes possam fazer atividades de planejamento e educação permanente junto com outros profissionais. As equipes de Saúde da Família Ribeirinhas e Fluviais devem ser compostas por, no mínimo, um médico generalista ou especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e Comunidade, um enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família, um técnico ou auxiliar de enfermagem, um técnico de saúde bucal e seis agentes comunitários de saúde. As equipes de Saúde da Família Fluviais devem contar ainda com um técnico de laboratório ou bioquímico. Até junho de 2017, três UBSFs atuam no estado do Amazonas, de segunda a sexta nos municípios de Borba, Manicoré e Humaitá. Cerca de 45 outras Unidades foram planejadas para o estado.


Palavras-chave


Saúde Ribeirinha; Saúde Fluvial; Atenção Básica; Amazonas; Política Nacional de Atenção Básica.