Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-27
Resumo
O Marco de Referência define educação alimentar e nutricional (EAN) como prática contínua, intersetorial e multiprofissional que visa promover autonomia para práticas alimentares saudáveis. A avaliação das ações de EAN deve ser contínua e integrada, para promover o aperfeiçoamento e especificidade das ações, devendo ser feita tanto pelos educadores quanto pelos educandos. Na perspectiva dos educadores, estas avaliações podem fornecer alternativas teórico-práticas para a execução das ações. Portanto, o objetivo deste trabalho é analisar a percepção dos educadores em relação às ações de EAN para adolescentes de uma escola municipal de Lagarto-SE. Trata-se de um estudo transversal retrospectivo, baseado na percepção dos educadores em relação ao programa de EAN realizado com 238 adolescentes, sendo 50% meninas e 50% meninos, com idade entre 10-15 anos, do 5º ao 7º ano do ensino fundamental de uma escola municipal de Lagarto-SE. Foram realizados cinco encontros quinzenais envolvendo nove turmas, com duração média de 50 minutos cada. As ações de EAN foram compostas pelas dinâmicas a seguir: Confecção de crachás, Semáforo alimentar, Pirâmide alimentar e Lanche coletivo. Ao final de cada atividade, os seis educadores participantes avaliavam o encontro por meio de três perguntas: “Que bom!”; “Que pena!”; e “Que tal?”, objetivando levantar a percepção sobre os pontos positivos, desafios e propostas de como superá-los, respectivamente, nas dinâmicas realizadas. De uma forma geral, como pontos positivos foram elencados os aspectos listados a seguir: alcance dos objetivos da dinâmica, adequação do diálogo ao público, conhecimento prévio dos jovens sobre alimentação, boa administração do tempo, preparação dos educadores, esquematização prévia do encontro a tempo, abordagem dinâmica, a criação e fortalecimento do vínculo e transversalidade dos conhecimentos. Como desafios a serem superados, foram elencados os seguintes aspectos: timidez dos estudantes, agitação dos adolescentes, hábitos alimentares inadequados relatados, falta de preparação para a dinâmica, dificuldade de garantir a participação dos adolescentes na construção da pirâmide, baixa aceitação dos alimentos entre os escolares. Como limitações, a falta de um diálogo efetivo com a coordenação da escola, que comprometeu o calendário do programa, assim como a disponibilidade limitada dos educadores. Como possibilidades de superação dos desafios, os educadores elencaram: maior necessidade de dinamização das ações e formas de abordagem para captar a atenção dos adolescentes, maior envolvimento dos adolescentes nas dinâmicas, a importância de operacionalizar as ações com antecedência, e efetivação do diálogo com a coordenação. A avaliação da percepção dos educadores permitiu a identificação dos desafios a serem superados e potencialidades envolvidos na operacionalização e desenvolvimento das práticas educativas, visando um programa participativo e que foque na realidade local.