Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Percepção do Estado Nutricional dos Idosos Frequentadores de uma Associação de Manaus-AM
Maria Tatiana Guimarães da Costa, Adna Castro de Albuquerque, Bianca Jardim Vilhena, Wagner Ferreira Monteiro, Aderlaine da Silva Sabino, Silmara Medeiros de Menezes, Thaise Maia de Souza

Última alteração: 2018-06-28

Resumo


Introdução: A expectativa de vida da população idosa cresce constantemente e surge como um desafio Mundial. As pessoas vivem mais em razão de melhoras na nutrição, nas condições sanitárias, nos avanços da medicina, nos cuidados com a saúde, no ensino e no bem-estar econômico. Com o aumento da expectativa de vida, também surgem preocupações sobre a capacidade das sociedades de tratar dos desafios associados a essa evolução demográfica. Porquanto, sabe-se que o envelhecimento está associado ao acúmulo de uma grande variedade de danos moleculares e celulares. Com o avanço da idade, há uma perda gradual nas reservas fisiológicas, assim um declínio geral na capacidade intrínseca do indivíduo. Envelhecer não é uma tarefa simples, sendo necessário promover este processo, e investigar os fatores que dele dependem. No Brasil este acontecimento vem crescendo de forma acelerada devido ao declínio da fecundidade, assim com o envelhecimento populacional e o aumento da expectativa de vida, verificaram-se mudanças no perfil epidemiológico da população, com o predomínio das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), específicas das faixas etárias mais avançadas. Portanto, conhecer o estado nutricional do idoso é de grande relevância, através desse conhecimento podem ser evitadas algumas doenças que poderão vir a acometer essa população. Desse modo, é necessário que sejam tomadas medidas preventivas para evitar que haja futuro dano nutricional do idoso. A avaliação nutricional deve ser parte integrante da avaliação geriátrica, pois é uma ferramenta sensível de detecção dos fatores de riscos associados à desnutrição e a obesidade. E da mesma forma que o estado de desnutrição é maléfico, a obesidade tem seu agravo nutricional associado a uma alta incidência de DCNT. Fundamento nisso, uma das ferramentas para medir o estado nutricional do idoso em estudo clínico e principalmente em estudos populacionais, são as medidas antropométricas, que se apresentam como as mais utilizadas, tendo como destaque o emprego do índice de massa corporal (IMC), elemento fundamental para a avaliação do estado nutricional. Objetivo: Conhecer o estado nutricional do idoso frequentador de uma associação para idosos da cidade de Manaus.  Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, de abordagem quantitativa e utilização do método descritivo. Realizado na Associação dos Idosos do Coroado (ASSIC), durante o decorrer do mês de novembro de 2016, com os idosos frequentadores do espaço nos períodos matutino e vespertino. Utilizando como população todos os idosos frequentadores do centro de convivência e como amostra um total de n=64 idosos. O instrumento utilizado para a pesquisa foi o questionário para as entrevistas, com tipo de fonte direta. A criação do banco de dados foi feita na planilha no Excel e para as analises estatística foi utilizado software Epi info 3.43. Resultados: A Associação conta com a maior percentual de 89,1% dos participantes do sexo feminino e o percentual de homens 10,9%, no estudo os participantes eram das seguintes faixas etárias: de 60 a 69 anos (65,6%), de 70 a 79 anos (29,5%) e mais de 80 anos (4,7%). Quanto à naturalidade dos idosos da Associação a maior parte 62,5% nasceu no interior e 37,5% nasceram em Manaus na capital. E mais da metade dos participantes do estudo são Pardos 85,9%, sendo brancos 14,1%. A classificação do estado nutricional com base no Índice de Massa Corporal (IMC) apresentou os seguintes resultados: Acima do Peso (50,0%), Eutrófico (34,4%) e Baixo peso (15,6%). A circunferência da cintura (CC) constatou que 50% dos idosos estão em risco vascular, sendo 37,5% Mulheres e 12,5% homens. A CC apresentou preocupação para as Mulheres, a classificação foi mais agravante, pois, o grupo obteve um risco que vai do aumentado para muito alto, inclusive para as mulheres que estão com IMC considerados normais. Pelo o indicador de RCEst (relação da cintura por altura) foram encontrados  89,1% de idosos em risco, as mulheres são a maioria 76,6% e homens 12,5%. Quando se comparou RCEst de Homens e Mulheres notou-se consideravelmente que as mulheres apresentaram  risco elevado para doenças cardiovasculares. O excesso de gordura na região central do corpo está associado ao aparecimento de doenças cardiovasculares, diabetes e mortalidade. Estudos mostram que o IMC e RCEst explicam a maior variação na pressão sistólica e diastólica , porém , o maior risco de desenvolver hipertensão apenas foi observado com aumento do IMC. Em 2013 um estudo sobre idosos residentes na zona sul urbana de Manaus mostrou que a maior ocorrência era de 63% acima do peso (sobrepeso e obeso), os que estavam eutróficos eram 33%, e os de baixo peso 4%. No estudo tiveram acima do peso com base na variável raça o percentual de Brancos 55,6% e Pardo 69,1%; variável profissão o percentual de Autônomos 71,9% e Do Lar 62,5%; variável Aposentadoria o percentual de Aposentados 64,3% e Não Aposentados 72,7%. A Razão de chance para a variável raça indica que os idosos pardos tem maior potencial de estarem acima do peso, em relação aos idosos brancos. Que os autônomos e as donas de casa tem parecido potencial de chance de estarem acima do peso. E que o fato de não ser aposentado é potencialmente um atributo para não estar acima do peso. A faixa etária que mais está acima do peso é a de idosos com mais de 69 anos com 72,7%, a faixa etária de 60 a 69 anos que está acima do peso é de 64,3%. Quanto a renda pessoal dos idosos que estão acima do peso, verificou-se que 61,7% recebem a partir de 3 salários mínimos e 85% recebem até 2 salários mínimos. O Indicador de Massa Corpórea (IMC) mostra que os idosos que vieram do interior estão mais acima do peso com 75%, já pessoas que são da cidade de Manaus 54,2%. A Razão de chance de um idoso provindo do interior está acima do peso é 3,3 vezes mais, em relação aos idosos da cidade de Manaus. Quanto ao que o idoso pensa da sua própria saúde 67,8% vê sua saúde negativamente, ou seja, somente 32,2% enxerga a saúde de forma positiva. Considerações Finais: O Estado Nutricional representa relevante componente na avaliação da população idosa, tendo em vista as evidências de envelhecimento populacional no Brasil e no mundo. É plausível que o estudo apresenta singular limitação, uma vez que foi realizado em um único panorama, fato que pode resultar em uma mensuração pontual e não refletir a realidade dos idosos que participam de associações ou centros de convivência na cidade de Manaus como um todo. Entretanto, mesmo com tal limitação, acredita-se que este estudo poderá fornecer aos profissionais da saúde, principalmente ao enfermeiro, importantes conhecimentos sobre a realidade vivenciada pelos sujeitos e o seu perfil nutricional, entendendo como componentes importantes e determinantes da promoção da saúde da pessoa idosa. Embora estudos assim realizados não possam ser generalizados, sua relevância é incontestável, pois possibilitam programar ações de prevenção de doenças e promoção da saúde fundamentadas na percepção do indivíduo de sua posição na vida, do contexto da cultura, expectativas, padrões e preocupações. É pertinente que estudos na área tem demonstrado que ações de educação e promoção da saúde contribuem significativamente para melhoria de vários aspectos da vida do idoso, colaborando para se alcançar um envelhecimento satisfatório. Possivelmente este seja o caminho para uma terceira idade consciente e com melhor qualidade de vida.

Palavras-chave


Idoso. Envelhecimento. Estado Nutricional.