Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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OPORTUNIDADES PERDIDAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA CONSULTA GINECOLÓGICA DE ENFERMAGEM
Naraiane Fermino, Jucimar Frigo, ÂNGELA ÂNGELA BARICHELLO, MARIA DE JESUS HERNANDEZ RODRIGUEZ

Última alteração: 2017-12-29

Resumo


Introdução: A atenção à saúde das mulheres é uma prioridade do Ministério da Saúde (MS) e também um desafio para os gestores e profissionais. É importante se manter uma coerência no âmbito da rede de atenção à saúde das mulheres, entre as ofertas de atenção e as necessidades de saúde, também em constante transformação. Objetivo: Refletir sobre as oportunidades de educação em saúde perdidas na consulta ginecológica de enfermagem de rotina anual. Método: Elencou-se com base na literatura sobre a temática educação em saúde na consulta ginecológica de enfermagem, sendo discutidos com base na experiência adquirida em atividades teórico-práticas e estágio no Curso de Graduação em Enfermagem. Resultados: Nota-se que em consulta ginecológica de enfermagem de rotina, muitas oportunidades de educação em saúde são perdidas, considerando que nem sempre, o profissional oportuniza o diálogo para assuntos relevantes à saúde da mulher, tais como, sexo, saúde sexual e saúde vaginal.  Logo, alguns assuntos permanecem velados e não costumam ser colocados durante o atendimento ginecológico. A reflexão provê que o profissional enfermeiro ao assumir uma postura linear de orientação heterossexual, não abrir para o diálogo sobre sexo e a sexualidade e saúde vaginal, permitirá a interpretação de sinais e sintomas errôneos, diagnósticos precipitados e conduções inadequadas. A consulta precisa considerar as diferenças de atendimento, oportunizar o diálogo sobre sexo e a sexualidade, reconhecer as usuárias homossexuais, não utilizar como parâmetro de normalidade a heterossexualidade, e não (sub) estimar a capacidade sexual na velhice, somente assim, será possível apreender as especificidades e necessidades da saúde sexual das mulheres. Por conseguinte, além dos motivos concretos da consulta, têm que ser valorizados, outros incômodos “ocultos” decorrentes da condição do gênero. Apesar de um grande número de mulheres buscarem ajuda nos serviços de saúde para problemas referentes ao sexo e à sexualidade, alguns profissionais de saúde ainda tratam como assunto proibido e vergonhoso. Há omissão dos profissionais de saúde, quando se trata da sexualidade feminina, reforça a ausência de direitos das mulheres à informação de como desfrutar a sexualidade. A sexualidade humana é repleta de tabus e preconceitos que, infelizmente, se manifestam na postura dos profissionais de saúde que atendem mulheres. Isso provoca angústia e revela uma violação ao direito de pensar e agir livremente. Conclusão: A oportunidade de agregar conhecimento às mulheres que participam das consultas ginecológicas de enfermagem é fundamental para que possam ter mais autonomia perante suas escolhas e conhecimentos sobre seu corpo e sexualidade. Contudo, é visível a falta de diálogo aberto sobre essa temática, desta forma, rejeitar o discurso assexuado das mulheres é a melhor maneira de promover a saúde sexual deste segmento populacional.

 


Palavras-chave


Educação em Saúde; Saúde da Mulher; Atenção Primária a Saúde