Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-06-05
Resumo
Apresentação: A política de saúde mental brasileira é fruto da mobilização de usuários, familiares e trabalhadores da saúde, iniciada na década de 80 com intuito de mudar a realidade dos tratamentos psiquiátricos. Após a reforma psiquiátrica, a implantação de políticas voltadas para a saúde mental contribuiu significativamente para o atendimento humanizado, possibilitando a reabilitação psicossocial do paciente com transtorno mental. Dentre estas políticas está o Programa de Saúde Mental que consiste no atendimento integral e humanizado direcionado aos usuários com sofrimento psíquico. A assistência de enfermagem vai desde a prevenção de crises, gerenciamento de consultas, visitas domiciliares, escuta qualificada, até a realização de grupões que envolvam a participação da família, haja vista que a mesma é importante no tratamento. Desta forma, este trabalho tem como objetivo conhecer as dificuldades e os desafios enfrentados pelo enfermeiro no cuidado ao paciente psiquiátrico na atenção básica. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo, observacional com abordagem qualitativa, realizado em uma unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF) do Município de Santarém- Pará, na qual possui duas equipes atuantes com duas enfermeiras sendo uma gerente. No Programa de Saúde Mental estão inscritos 136 pacientes dos quais 36 são psiquiátricos e o restante está distribuído entre neurológicos e deficientes intelectuais. A coleta de dados foi realizada no dia 17 de Outubro de 2017, através de uma entrevista semiestruturada com a enfermeira responsável pelo programa. Resultados: Percebeu-se que as principais dificuldades enfrentadas pelo programa na ESF referem-se à falta de medicamentos e capacitação da equipe atuante voltada para a saúde mental, bem como a carência da participação da família no tratamento. Além disso, dentre os desafios, apresentam-se a resistência e a não adesão ao tratamento por parte do paciente, que em sua maioria são pouco colaborativos. Sabe-se que seguir corretamente o tratamento é considerado um fator determinante do êxito ou da falência da terapêutica, assim como o possível prognóstico do cliente. No que tange a educação continuada é importante que se desenvolva não só na equipe atuante, mas também para a família do paciente, como forma de permitir que a mesma apresente habilidade e conhecimentos a respeito do transtorno. Considerações finais: Com intuito de contribuir para um melhor atendimento prestado pelo profissional enfermeiro, o mesmo não deve ser apático, e sim criativo com capacidade de inovar a prática do cuidar dentro do programa da atenção básica. Por meio deste trabalho pode-se observar que existe a necessidade da realização de capacitações tanto para os profissionais como para os familiares, bem como a disponibilização de medicamentos para os usuários, recursos humanos e assistência de qualidade para o funcionamento efetivo do programa de saúde mental para que assim se dê o processo de reabilitação psicossocial.