Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A Educação Física como produção do cuidado na saúde do trabalhador: significados e percepções das práticas corporais na atenção básica.
MARCELO PEREIRA GONÇALVES, EDUARDO OLIVEIRA BORGES, ROGÉRIO CRUZ DE OLIVEIRA

Última alteração: 2018-02-07

Resumo



A saúde pública no Brasil passou por diversas mudanças desde a década de 70, dentre elas a reforma sanitária e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) regulamentada pela lei 8.080/1990.

Na mesma esteira, ainda na década de 1990, o Conselho Nacional de Saúde (CNS), através da resolução N.º 218 de 6 de março de 1997, buscou reconhecer como profissionais da saúde algumas categorias profissionais de nível superior, na qual o profissional de Educação Física (PEF) se insere como uma delas. Tal marco legal evidenciou a pertinência da atividade física e do profissional de Educação Física (PEF) nos diversos cenários de práticas de cuidado em saúde numa perspectiva interdisciplinar, haja vista que, de acordo com a própria resolução, há o reconhecimento de que as ações realizadas pelos diferentes profissionais de nível superior constituem um avanço no que tange à concepção de saúde e a integralidade.

Atualmente no âmbito da graduação, pós-graduação e grupos de pesquisa que abordam a Educação Física e Saúde, é possível notar a implementação de uma figura conceitual, cada vez mais presente no cenário do SUS: “práticas corporais”, este conceito está diretamente associado à crítica contemporânea em relação às práticas de saúde, e tem se mostrado como um contraponto à discussão e intervenção centralizada na atividade física.

Dessa forma, o conceito de práticas corporais apresenta maior potencialidade para intervir no processo saúde-doença de modo mais articulado aos princípios do SUS. Compondo de maneira mais ampla as estratégias de atenção básica em saúde e apontam outras perspectivas de intervenção que parecem mais pautadas as necessidades da Política Nacional de Promoção à Saúde.

Vale ressaltar que esse estudo assume o termo práticas corporais no título, pois entendemos que práticas corporais dialoga com as ciências humanas e sociais, e vai ao encontro das diretrizes e princípios do SUS com uma visão mais integral da saúde na atuação do PEF na Atenção Básica em Saúde.

Pelo que já foi exposto anteriormente, levando-se em consideração que o reconhecimento do PEF como sendo um profissional da saúde e o uso do termo práticas corporais é relativamente recente, pretendemos expor nesse relato de experiência vivenciado por um residente de uma equipe multiprofissional, as percepções e significados da intervenção junto aos profissionais em uma unidade básica de saúde no município do Rio de Janeiro.

No que diz respeito aos participantes do grupo, há uma predominância dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), sendo esse profissional o primeiro a criar vínculo com o usuário, ser o responsável pelo estreitamento da relação do território com a UBS e muita das vezes estar sobrecarregado com funções administrativas que prejudicam sua principal atribuição que são as visitas domiciliares, e ainda são atravessados pela violência dos territórios por residirem no mesmo local apresentando sintomas de adoecimento.

As práticas corporais realizadas durante o período da manhã, vem trazendo relatos positivos desses profissionais com a oferta desse cuidado com o outro.

 


Palavras-chave


ATENÇÃO BÁSICA, EDUCAÇÃO FÍSICA, PRÁTICAS CORPORAIS