Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Fatores relacionados a não adesão ao preventivo de câncer de colo uterino em Parintins Amazonas.
Luzimere Pires do Nascimento, Sued Medeiros Leite, Hellen Cristina da Silva Garcia, José Silveira da Silva, Ivone Eleutério de Menezes

Última alteração: 2017-12-30

Resumo


Tema: Fatores relacionados a não adesão ao preventivo de câncer de colo uterino em Parintins Amazonas. Apresentação: o câncer do colo uterino é um problema de saúde que vem atingindo todas as classes sociais e regiões geoeconômicas. No Brasil a incidência de câncer de colo uterino é bastante elevada, sendo considerado um problema de saúde pública. Apresenta-se como a segunda neoplasia maligna mais comum entre as mulheres no mundo, sendo responsável por aproximadamente 471 mil casos novos e por cerca de 230 mil óbitos de mulheres por ano. Objetivo: analisar os fatores relacionados a não adesão de mulheres na realização do exame preventivo na cidade de Parintins Amazonas. Método do estudo: abordagem qualitativa, descritiva, o qual se buscou conhecer as percepções e subjetividades das mulheres, acerca das dificuldades encontradas para a não adesão ao exame de preventivo. A pesquisa foi desenvolvida na Unidade Básica de Saúde (UBS) Irmão Francisco Galiane, município de Parintins Amazonas, que fica localizado ao leste e distante cerca de 370 km da capital Manaus, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui uma população estimada em 111.700 habitantes. Á Unidade de Saúde é composta por 02 Equipes da Estratégia da Saúde da Família (ESF), atendendo uma população estimada em torno de 6.997 pessoas distribuídas em 1.304 famílias. Abrange uma população significativamente numerosa e está localizada em uma área de periferia do município, além de atender sua área de abrangência a UBS também atende demandas de outras unidades de bairros vizinhos, sendo estes uns dos motivos para a escolha do campo da pesquisa. A coleta de dados foi realizada nos meses de maio e junho de 2017, com a população alvo do estudo que se constituiu de 18 mulheres com faixa etária de 19 a 59 anos de idade. Os critérios de inclusão foram mulheres com faixa etária de 18 a 59 anos de idade, que tenham iniciado vida sexual e que não realizaram o exame de preventivo de câncer de colo uterino no ano de 2016. Os critérios de exclusão foram mulheres menores de idade, as que não tinham iniciado vida sexual e que haviam realizado o exame preventivo no último ano. Resultados: Participaram da pesquisa 18 mulheres, usuárias da UBS Irmão Francisco Galiane, onde 07 informaram ter idade entre 19 e 25 anos; 04 delas estavam na faixa etária de 26 a 40 anos; e 07 mulheres tinham idade entre 41 e 59 anos. Em relação à cor/raça, das 18 mulheres entrevistadas 14 delas declararam-se como parda, 03 se declaram branca e 01 mulher declarou ser indígena. Quanto ao estado civil, do total de 18 mulheres entrevistadas, 14 delas informaram ser casadas, e 04 declararam ser solteiras. Em relação ao grau de escolaridade, 11 das mulheres informaram ter estudado até 6 séries do Ensino fundamental, 03 informaram ter Ensino Médio completo, 02 declararam não ter concluído o Ensino Médio e 02 informaram serem estudantes. Com relação à profissão/ocupação, 14 mulheres informaram que são donas de casa, 01 mulher exerce seu trabalho no funcionalismo público, 01 referiu trabalhar como caixa em uma padaria; e 02 participantes do estudo informaram serem estudantes. Ao serem questionadas sobre a renda mensal, das 18 mulheres entrevistadas, 14 delas declararam como única fonte de renda o Programa do Governo Federal Bolsa Família, 02 declararam receber 01 salário mínimo de seus respectivos empregos, e as 02 estudantes declararam a renda de seus pais, que seria em torno de 700,00 reais mensal. É observada a ligação da não adesão ao exame de preventivo do câncer de colo uterino com a situação socioeconômica das participantes. O nível de escolaridade pode estar relacionado ao menor acesso a informação sobre cuidados de saúde, fato que pode refletir diretamente na demanda pelos exames preventivos, na melhor compreensão das informações sobre as doenças e na necessidade de atitudes favoráveis à detecção precoce das neoplasias.  O Grau de escolaridade é elemento essencial a ser considerado na abordagem da população quanto às práticas de promoção, proteção e recuperação da saúde.  O baixo nível econômico faz com que muitas mulheres se preocupem somente em cuidar dos filhos, da casa, além de trabalhar para manter a família, com isso deixam o cuidado com sua saúde em segundo plano, procurando o serviço quando já encontram-se doentes. O baixo nível econômico não apenas potencializa os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças, em razão de precárias condições de moradia, má alimentação, mas também a adesão de mulheres as medidas preventivas. Em todas as regiões do mundo, o câncer de colo uterino apresenta característica associada com o baixo nível socioeconômico, em grupos com maior vulnerabilidade social. Considerando que nestes grupos estão concentradas as maiores barreiras de acesso a rede de serviços, advindas das dificuldades econômicas e geográficas. As análises dos conteúdos das falas das mulheres entrevistadas nesse estudo viabilizou a distribuição do conteúdo das categorias analíticas que apontaram os motivos para a não adesão ao exame de Papanicolau como: o déficit de conhecimento referente à importância do exame, sentimento negativo como medo e vergonha em realizar o procedimento, demora no resultado, além da falta de interesse e disponibilidade de tempo, ainda os aspectos relacionados ao serviço de saúde, como é evidente nas falas das mulheres entrevistadas nas diferentes categorias. Considerações finais: foram observados vários fatores responsáveis a não adesão das mulheres ao exame de preventivo, conclui-se que o estudo destaca os motivos que fazem com que a adesão ao um programa de prevenção importante seja negativa, a falta de interesse tanto das mulheres como das autoridades em levar a informação, pois observa que a fuga também se dá na maioria das vezes pelo desconhecimento da importância desse exame, a falta de ações educativas principalmente com mulheres de baixa renda e escolaridade, sendo que em Parintins interior do Amazonas a informação ainda é deficiente principalmente a mulher da zona rural, que não tem acesso à informação verdadeira fazendo com que muitas destas acreditem em mitos relacionados ao exame, e isso acaba afugentando-as das unidades de saúde para rastreio e prevenção do câncer. Sensibilizar mulheres, onde a informação é deficiente é um trabalho árduo. Em Parintins há um alto índice de mulheres na idade considerada de risco para o desenvolvimento do câncer de colo de útero que cursaram somente 4 series do ensino fundamental, principalmente se tratando de mulheres da zona rural do município. A pesquisa foi realizada com mulheres da zona urbana, moradoras de uma área de periferia da cidade, notou-se que maioria das entrevistadas tinham grau de escolaridade baixo e renda baseado somente no programa bolsa família, isso faz com que as estratégias de recrutamento sejam diferenciadas, uso de meios simples que as convença e sensibilize-as da importância do exame na prevenção de uma doença devastadora. Somente depois de empenho, ações de saúde, se conseguirá abranger e levar o exame de preventivo a quase todas as mulheres que necessitam realizar anualmente, enfermeiros que tem como reponsabilidade educação em saúde da população de sua área de abrangência, deve se propor criar medidas juntamente com os órgãos competentes para essa deficiência na cobertura do Preventivo do Câncer de Colo Uterino (PCCU) seja diminuída, levando mais saúde a população feminina.

Palavras-chave


câncer de colo uterino; exame de preventivo, adesão ao preventivo