Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A importância do uso de tecnologias da informação nas comunidades indígenas no Estado do Amazonas
Waldeyde Oderilda Magalhães dos Santos, Alcy Ferreira Magalhães Neto, Jacqueline de Almeida Gonçalves Sachett

Última alteração: 2018-01-21

Resumo


No Amazonas existe uma população indígena de aproximadamente 120 mil indivíduos de 66 etnias, que falam 29 línguas, e estão distribuídos em 1.571.000 km². Existem tribos que nunca tiveram contato com o “branco”, e existe o contraponto com indígenas sendo capacitados nas mais diversas áreas da formação possibilitando uma menor invasão do homem branco.

A saúde indígena configura-se como um complexo quadro, diretamente ligado a transformações históricas, econômicas e ambientais, à expansão de frentes demográficas e econômicas no país ao longo do tempo. Esses processos exerceram importante influência sobre os determinantes e os perfis da saúde indígena, por meio de: introdução de novos alimentos processados, como o açúcar–promovendo uma “epidemia de diabetes”, patógenos (HIV, Sífilis, etc.) ocasionando graves epidemias; além de lutas por territórios que levaram a morte de milhares de índios no país.

A saúde indígena no Amazonas possui características peculiares quanto à sua população, vastidão demográfica e dificuldades de acesso às comunidades indígenas, além da limitação de conectividade e número insuficiente de profissionais qualificados. Desta forma a implantação do sistema telessaúde em locais estratégicos, visa: aumentar a capacidade de resolução da atenção básica no subsistema de saúde indígena; promover a educação permanente dos profissionais do DSEI-Parintins in loco; capacitar as equipes para o planejamento e o monitoramento das atividades de saúde indígena; integração entre profissionais de especialidades médicas e as equipes do subsistema de saúde indígena (SESAI).

A articulação interinstitucional revelou um déficit operacional para atender os indígenas existentes e distribuídos nas aldeias localizadas em quatro diferentes municípios: Parintins, Barreirinha, Nhamundá e Maués. A sustentabilidade do modelo de telessaúde já consolidado ao longo de 10 anos em 68 pontos no Estado do Amazonas (63 em área urbana e 5 em aldeias indígenas) fornece subsídios para modificar esta realidade, seja na formação continua de agentes indígenas de saúde em atividades de teleducação ou por meio de teleconsultorias, segunda opinião formativa, e de outros recursos humanos locais.

Salienta-se que os municípios de referência não suprem a demanda indígena reprimida, necessitando de orientação/apoio de especialistas para resolução – tal qual acontece nos demais pontos de telessaúde, e que em muitas ocasiões podem ser tratados na própria aldeia, evitando desta forma deslocamentos desnecessários e não onerando a média complexidade dos municípios referenciados. Além da redução de custos, evita-se ainda impactos sociais na vida dos indígenas, visto que durante a deslocação para os municípios estes podem permanecer por semanas fora de suas aldeias, conflitando diretamente no núcleo familiar, caça, plantio etc.

Neste contexto a consolidação do Projeto Telessaúde no DSEI Sede –Parintins, Kassawa – Nhamundá, Umirituba – Barreirinha, Vila Nova - Maués se apresenta com ferramenta de suporte assistencial e de educação permanente aos mais de 15.500 indígenas e profissionais que atuam no subsistema de saúde indígena nessas localidades proporcionando melhor qualidade e resolutividade na atenção básica dessas populações.


Palavras-chave


Saúde de Populações Indígenas, telessaúde, telemedicina