Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-24
Resumo
Apresentação: Por muitos anos a mulher foi sinônimo de um ser reprodutivo, no entanto a luta incessante dos movimentos feministas mudou esse cenário com a conquista do PAISM (programa de assistência integral a saúde da mulher) onde a mulher passa a receber assistência em todas as fases da vida inclusive no climatério. A organização Mundial de Saúde define climatério como uma fase biológica da vida da mulher, compreendendo a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo. A menopausa é um marco dessa fase e corresponde ao último ciclo menstrual que acontece frequentemente entre 48 a 50 anos. É possível acontecer algumas alterações, estruturais ou na função ovariana, ocasionado pela diminuição da produção de estrogênio e aumento das gonadotrofinas hipofisária. Essa é a realidade técnico cientifica da mulher no Climatério cabendo ao profissional identificar e saber conduzi-la, proporcionando a mulher o enfrentamento da melhor forma possível. É importante incorporar em sua prática a escuta qualificada e individualizada, promovendo saúde por meio de educação de saúde. O objetivo deste estudo é relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem a partir do uso de estratégias de educação em saúde na consulta ginecológica.
Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência. Usuária de 62 anos procurou atendimento com queixa de leucorréia recorrente, de coloração amarela, com odor e prurido vaginal persistente. Após a análise do prontuário constatou-se que a paciente já havia procurado a unidade básica diversas vezes pelas mesmas queixas e nos atendimentos anteriores realizou tratamento medicamentoso com Metronidazol, alternando somente a via de administração de via oral para via vaginal .Durante a consulta realizou-se as etapas do processo de enfermagem , diante de vários questionamentos, identificou-se que a higiene intima após as evacuações estava sendo inadequada, de modo que utilizava papel higiênico no sentido ânus-vagina, levando, portanto, contaminação da área perianal para a vagina, ocasionando os quadros de vaginose de repetição. Desse modo, realizou-se educação em saúde sobre cuidados higiênicos, através da metodologia dialógica e com demonstração de álbum seriado, fomentando tal importância, além do compartilhamento de outras informações inerentes a sexualidade e demais prováveis alterações nesta fase.
Resultados: A partir da intervenção a usuária retornou quatro meses depois da consulta informando melhora significativa, com a ausência das sintomatologias recorrentes, sem o uso de tratamento medicamentoso, fomentando a importância das informações que lhe foram dadas e que estas foram compartilhadas com seus familiares, levando a uma reflexão sobre a própria saúde e mudanças no estilo de vida. Tal fato que foi constatado na realização do exame especular.
Considerações finais: O relato evidencia que os profissionais ainda que qualificados não estão preparados para assistir a mulher no climatério, há uma preocupação por parte destes em tratar a redução gradativa do estrogênio por meio da medicalização e deixam de realizar ações que venham promover saúde e prevenir possíveis doenças ocasionadas por essa deficiência, contextualizando a necessidade de ações de educação em saúde que mudem o cenário através da promoção da saúde e prevenção de doenças.