Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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O processo de construção de mapas vivos em uma Unidade de Saúde de Porto Alegre
Jéssica Hilário de Lima, Ana Paula Cappellari, Ayane Pontes Machado

Última alteração: 2018-01-23

Resumo


Este trabalho descreve a experiência de Residentes em Saúde Coletiva, na construção de mapas vivos em uma Unidade de Saúde de Porto Alegre. O objetivo da construção dos mapas vivos do território foi utilizar esta ferramenta como apoio na organização das micro áreas e para identificação das prioridades de acompanhamento das famílias pelas equipes da Estratégia de Saúde da Família. Os mapas vivos são instrumentos dinâmicos que facilitam o trabalho na Atenção Básica além de permitirem uma ampla visualização do território e das diferenças existentes entre as micro áreas, ajudando no (re)conhecimento do território tanto social como epidemiologicamente.

Desenvolvimento

O processo ocorreu na Unidade de Saúde Santa Tereza na cidade de Porto Alegre. O território adscrito está subdividido em oito micro áreas e duas equipes, sendo compostas por dois médicos, dois enfermeiros, quatro técnicos de enfermagem e sete agentes comunitários de saúde, além de duas residentes em Saúde Coletiva, estagiários de enfermagem e auxiliar de serviços gerais. A equipe atende em torno de 6.200 pessoas.

A ideia da construção dos mapas vivos surgiu de uma demanda dos próprios profissionais de saúde da Unidade e foram produzidos pelas residentes de Saúde Coletiva, Agentes comunitários de Saúde e os alunos da disciplina de Práticas Integradas em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Os mapas referentes a cada micro área foram desenhados e o território foi caracterizado quanto aos estabelecimentos comerciais e outros dispositivos sociais. Após, foram plastificados e adicionadas etiquetas de diferentes cores que representavam os indicadores epidemiológicos. Além disso, outras figuras descritivas – acamados, áreas de violência, saneamento básico, focos do mosquito Aedes Aegypti deficientes físicos, auditivos, visuais e mentais, gestantes, locais suscetíveis a ratos, recém-nascidos e saúde mental – foram utilizadas para o mapeamento. Uma legenda foi elaborada detalhando cada marcador.

Também foram criados figuras gráficas que caracterizam os componentes de cada equipe o que tornou o trabalho mais leve e atrativo para todos.

Resultados

Durante o processo foi possível perceber uma maior apropriação das micro áreas e grande imersão dos ACS e da equipe. Os mapas foram fixados na sala de reuniões de equipe e serão utilizados para discussões e planejamento de ações no território, já que dessa forma as áreas mais vulneráveis e as condições de saúde do território são vistas com mais facilidade. Somente a equipe tem acesso aos mapas, para que nenhum usuário seja exposto. Além disso, cada novo usuário cadastrado que possua algum tipo de problema relacionado com os indicadores selecionados pela equipe será marcado no mapa.

Considerações Finais

A territorialização é base do trabalho das Equipes de Saúde da Família para a prática da Vigilância em Saúde. O mapeamento das oito micro áreas do território permite eleger prioridades para o enfrentamento dos problemas identificados, o que possibilitará planejar e definir as ações mais adequadas para a população adscrita. Isso implica um processo de coleta e sistematização dos dados que devem ser interpretados e atualizados periodicamente pela equipe de saúde.


Palavras-chave


Território; Mapa vivo; construção