Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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JEITOS DE ENSINAR-APRENDER-FAZER: CONSTRUINDO TRAJETÓRIAS DA EDUCAÇÃO POPULAR EM PROCESSOS FORMATIVOS NA PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Danielly Maia de Queiroz, Delane Felinto Pitombeira, Suyanne Freire de Macêdo, Maria Rocineide Ferreira da Silva

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


A promoção da saúde implica redirecionamentos no âmbito dos processos saúde-doença-cuidado, concebendo a interrrelação entre as dimensões biológicas, sociais e subjetivas na sua produção. Essa perspectiva sugere a (re)construção de outros saberes nos processos de formação em saúde, a exemplo da integração, cada vez maior, da educação popular nas trilhas da saúde coletiva. Nessa perspectiva, este trabalho tem como objetivo relatar uma experiência no processo formativo em saúde coletiva, a qual teve a educação popular como orientadora para a reflexão sobre a promoção da saúde. Com o intuito de imergir nesse campo, foram feitas inicialmente reflexões acerca da história da educação em saúde, o compartilhamento de experiências de mestres locais da cultura popular, e a experiência da Tenda do Conto, evidenciando a dimensão dos afetos e afetações na construção coletiva do conhecimento. Todo esse percurso preparou o grupo para a realização de visitas a espaços educacionais com propostas próximas às refletidas no processo formativo. Nosso grupo visitou, em uma bela tarde de sábado de Abril de 2017, o Templo da Poesia, vivência integrada à comunidade, desenvolvida pela Vila dos Poetas-Mundo, momento em que ocorreu um sarau de poesias, em palco aberto. Ao longo do sarau, vários poemas foram declamados, uns espontâneos, outros lidos, outros cantados, outros dramatizados, em múltiplas linguagens. Esse jeito de ensinar-aprender-fazer despertou potencialidades adormecidas. Nós nos desafiamos a adentrar o campo de incertezas, pisar em terreno desconhecido, fazendo deslocamentos e sentindo a potência de outros modos de conhecer, integrando o científico ao artístico e poético. Essa vivência nos deixou nutridas, com profunda gratidão pela oportunidade de conhecer um lugar onde pessoas com coragem se desafiam cotidianamente a uma vida em comunidade, construindo outras perspectivas de conduzir suas existências, aprendendo com a natureza que as rodeia. O ápice dos encontros durante a disciplina foi o compartilhamento dessas experiências, gerando novos olhares, visões e percepções com o vivido. Como disse Paulo Freire (1983), “o mundo humano é comunicação”, e nesse sentido a educação precisa pautar-se mais pelo diálogo que pela prescrição. Isso significa considerar todos como sujeitos de saber, construtores e partícipes dos processos de educação e cuidado, reconhecendo a educação em saúde para além do conhecimento técnico, adentrando pelas veredas da cultura e dos afetos.


Palavras-chave


Educação Popular em Saúde; Saúde Coletiva; Formação.