Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A INSERÇÃO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA ATENÇÃO BÁSICA: OFICINA DE SHANTALA
Gilmara Apolinário Reis, Karinne Rocha Gomes, Fabiane Santos Barros

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


APRESENTAÇÃO: A publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) em 2006 e a recente ampliação das PICs em 2017, por meio da portaria nº 849 do Ministério da Saúde, expressam não somente a regulamentação, mas também a valorização dos saberes e da cultura popular no Sistema Único de Saúde (SUS), fortalecendo a integralidade na atenção primária à saúde. A Shantala trata-se de uma prática de massagem para bebês e crianças, composta por uma série de movimentos pelo corpo, que promove a saúde integral, reforça os vínculos afetivos, favorece o desenvolvimento motor, harmoniza e equilibra os sistemas imunológico, respiratório, digestivo, circulatório e linfático. O presente trabalho tem por objetivo descrever a experiência da oficina de Shantala realizada no âmbito da atenção primária do município de Palmas/TO. DESENVOLVIMENTO: Vinte participantes incluindo gestantes, mães, pais, bebês e crianças da área de abrangência do Centro de Saúde da Comunidade Luiz Otaviani experimentaram uma vivência prática de Shantala no dia 17 de maio de 2017, das 8 às 12 horas. A oficina incluiu alongamento corporal, dinâmica de integração, troca de experiências sobre cuidados com os bebês e crianças de zero a dois anos de idade, histórico, benefícios e prática da Shantala, finalizando com a técnica de banho de imersão (ofurô no balde) e socialização entre os participantes. RESULTADOS: As PICs são a expressão da plenitude física e espiritual humana, historicamente possuem ampla aceitação e utilização social como práticas de cuidado apresentando-se como alternativas às contradições do modelo biomédico. Ao serem incorporadas ao SUS traduzem o caráter democrático, integral e popular do mesmo, proporcionando bem-estar, empoderando os sujeitos sobre seu cuidado, reduzindo a medicalização e os tratamentos invasivos. A oficina possibilitou aos participantes um espaço de troca de experiências, onde puderam conhecer sobre os benefícios e experimentar a prática da Shantala e o banho de imersão, fortalecendo o protagonismo dos sujeitos, a integralidade do cuidado e o estreitamento do vínculo entre a equipe de saúde da família e a comunidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A oficina se configurou como uma oportunidade para os profissionais de saúde e a comunidade se reunirem num espaço de troca de conhecimentos e experiências, empoderando os participantes sobre os conceitos, os benefícios e a prática da Shantala no contexto da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Após a realização da oficina houve a verbalização de sentimentos positivos relacionados à atividade, especialmente quanto à valorização das experiências compartilhadas e o desejo de multiplicação à outras famílias da comunidade. Atualmente o Núcleo de Arteterapia e Educação Popular em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde trabalha com o fortalecimento das Práticas Integrativas e Complementares, com foco sobre a formação e qualificação dos trabalhadores da Rede de Atenção e Vigilância em Saúde para a ampliação dos atendimentos com PICs no SUS.


Palavras-chave


Integralidade na saúde, práticas integrativas e complementares, saúde pública.