Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Atenção integral à saúde da mulher na prevenção de disfunção pélvica
Daniel Luz Suenaga, Gilmara Apolinário Reis

Última alteração: 2018-01-24

Resumo


Apresentação

No Brasil, a saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde nas primeiras décadas do século XX, sendo limitada, nesse período, às demandas relativas à gravidez e ao parto. No âmbito do movimento feminista brasileiro, esses programas são vigorosamente criticados pela perspectiva reducionista com que tratavam a mulher. A elaboração do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) em 1984 se deu paralelamente ao movimento sanitarista, incorporando o arcabouço conceitual que embasaria a formulação do Sistema Único de Saúde. Neste contexto, tratar de saúde integral para as mulheres significa revelar as desigualdades nas condições de vida, nas relações de gênero e problemas associados à autonomia das mulheres sobre seus corpos.  O enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico encontra-se entre as condições de saúde que mais afetam as mulheres durante o climatério, geralmente associado a incontinência urinaria e disfunções sexuais. O presente trabalho tem por objetivo descrever a experiência da oficina de promoção à saúde da mulher no climatério realizada no âmbito da atenção primária do município de Palmas/Tocantins.

Desenvolvimento

A atividade ocorreu no dia 18 de abril de 2017 e teve como público-alvo nove agentes comunitárias de saúde com idade entre 35 e 55 anos, pertencentes às duas equipes de saúde da família do Centro de Saúde da Comunidade Luiz Otaviani, localizado em Palmas/TO.  A oficina incluiu roda de conversa sobre a história das políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil, a centralidade da humanização, qualidade e equidade para uma atenção integral às mulheres e a importância dos movimentos sociais de mulheres organizadas para uma mudança de paradigmas na atenção à saúde, contrapondo o modelo fragmentado, marcado pelo uso excessivo de intervenções tecnológicas e medicalizantes. Em seguida foi realizada uma demonstração prática e coletiva de exercícios de kegel, orientações sobre a contração da musculatura do assoalho pélvico, uma abordagens terapêuticas indicadas para a prevenção e o tratamento das principais disfunções pélvicas, associadas a queixas geniturinárias e sexuais.

Resultados

A oficina proporcionou um espaço de troca de experiências e conhecimentos entre mulheres trabalhadoras do SUS, onde através dos diálogos na roda de conversa, os assuntos pertinentes às disfunções pélvicas, as beneficiaram de forma harmoniosa tanto na sua condição enquanto agentes de saúde, inseridas no contexto de suas comunidades e vinculadas à equipe de saúde da família, como também enquanto mulheres que necessitam fortalecer sua autonomia e empoderamento a respeito de seus corpos, suas vidas e seu autocuidado.

Considerações finais

Após a realização da oficina houve a verbalização de sentimentos positivos relacionados à atividade, especialmente quanto à sororidade e a valorização das vivências compartilhadas entre as participantes, além do desejo de multiplicação da experiência à outras mulheres, seja informalmente em seus círculos sociais e familiares ou em suas rotinas de trabalho, durante as visitas domiciliares.


Palavras-chave


Disfunções Pélvicas; Saúde da mulher; Educação em Saúde