Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Desacolhimento institucional por maioridade: fragmentos de uma pesquisa
Amanda Cappellari, Lilian Rodrigues da Cruz, Lilian Rodrigues da Cruz

Última alteração: 2018-01-22

Resumo


A história da institucionalização de crianças e adolescentes no Brasil passa pelos estabelecimentos que cuidavam dos chamados “enjeitados sociais”, durante o Brasil Colônia, à roda dos expostos - extinta durante o período Imperial -, até a consolidação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, que inaugura a concepção de que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos e deveres, e, portanto, devem ter seus direitos assegurados. O presente trabalho é um recorte de um projeto de mestrado em Psicologia Social, realizado no Rio Grande do Sul, em que se pretende apresentar as discussões do projeto da dissertação, que trata do processo de desacolhimento institucional de jovens ao completarem a maioridade e saírem dos abrigos. Entendendo as políticas públicas de saúde e de assistência social sob a ótica das teorizações foucaultianas, percebe-se as mesmas como um instrumento biopolítico que possibilita à governamentalidade, ao passo em que é um poder produtivo, que incentiva a busca por uma saúde melhor e mais educação, através da interação dos sujeitos com essas políticas. Entretanto, através das aproximações iniciais com o campo de pesquisa, ou seja, de conversas com profissionais que integram as equipes de abrigos, nota-se que o processo de saída dos jovens é pouco discutido com os mesmos, e seu cuidado e atenção se dá muito antes pelas pessoas com quem os jovens possuem algum tipo de afeto do que propriamente pelo que a Política orienta. Desse modo, discutir e pensar o processo de desacolhimento institucional com as equipes de trabalho durante o processo dessa pesquisa contribui para a sensibilização das mesmas, abrindo espaço para a invenção de cuidados mais efetivos e éticos com esses jovens, visto que, não raro, não possuem familiares para acolhê-los ou trabalho para se manterem economicamente após a saída dos abrigos. Nesse sentido, entende-se que ao jogar luz ao tema e visibilizar as articulações existentes nos processos de desacolhimento institucional, possibilita-se a produção de outras práticas de cuidado pelas equipes que operam o cuidado no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Sistema Único de Assistência Social (SUAS).


Palavras-chave


desacolhimento institucional; políticas públicas; juventude