Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO NOS PRIMEIROS DIAS DE VIDA
Luciana Borges, Samela Silva, Simone Souza, Thauane Oliveira, Sandra Luzinete Felix de Freitas, Caroliny Oviedo Fernandes

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Apresentação: Na década de 60, teve início a preocupação com as infecções, começando as descrições da limpeza do ambiente e da assepsia com soluções desinfetantes. A partir disso existiram modificações na higiene corporal do recém-nascido, cuidado com o coto umbilical e controle de infecção ambiental e dos equipamentos. Este tema é de extrema relevância, pois, no banho, o recém-nascido apresenta diversas alterações em sua temperatura corporal promovendo adaptações nas funções cardiorrespiratórias no banho. A higienização faz parte de um dos cuidados neonatais básicos, permitindo aos recém-nascidos a manutenção da saúde e segurança ambientais e garantindo bem estar e conforto ao pequeno cliente. O momento do banho é uma oportunidade para o familiar e os profissionais de enfermagem observarem o comportamento do neonato, o estado de consciência, a prontidão e a atividade muscular. O procedimento do banho do deve ser rápido, a água deve estar morna e deve ser testada e não deve existir corrente de ar no ambiente, por isso é necessário fechar as portas e as janelas. Após o banho do recém-nascido, é necessário realizar a higienização e o curativo do coto umbilical devido os riscos de infecções no período neonatal por se tratar de uma porta de entrada para microorganismo, por meio da pele não íntegra ou do vaso umbilical, permitindo o acesso direto a circulação. Este trabalho teve como objetivo promover a Educação em Saúde sobre os cuidados com o recém-nascido, junto às gestantes, cônjuges e/ou acompanhantes sobre os cuidados nos primeiros dias de vida como o banho humanizado, curativo do coto umbilical e a troca de fralda por meio de simulação. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência de uma atividade de educação em saúde desenvolvida pelas acadêmicas do 6º semestre do Curso de Enfermagem do Módulo “Práticas Interdisciplinares” com as gestantes que realizam o pré-natal de baixo-risco com duas enfermeiras, sendo uma  obstetra, na Clínica Escola Integrada, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campo Grande-MS. Todas as gestantes, cônjuges e/ou acompanhantes foram informados a respeito da atividade e convidados a participar livremente da mesma. Também foram aplicados dois questionários, um pré-ação e outro pós-ação, com oito questões aquele e este com nove questões referentes aos cuidados com o recém-nascido no banho e curativo do coto umbilical. Os participantes que aceitaram responder os questionários, assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido, em acordo com a resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Após aplicação dos questionários, as respostas foram organizadas e analisadas no programa Microsoft Excel. Resultados e/ou impactos: A ação educativa obteve seis participantes, sendo cinco gestantes (83,3%), quatro primíparas e uma multípara, e um cônjuge (16,7%). Quanto ao estado civil dos participantes, metade estavam namorando, 33,3% eram casados e 16,6% união estável. Quanto ao primeiro questionário 66 % dos participantes responderam que é necessário verificar a temperatura da água, 33,3% que se deve fechar portas e janelas e 33,3% que deve desligar o ar condicionado. Já no segundo questionário, todos disseram que é necessário fechar portas e janelas, 66,7% assinalaram que também se deve verificar a temperatura e desligar o ar condicionado. Quanto à recomendação de utilização de produtos no recém-nascido nos primeiros dias de vida, 66,7% afirmam que não é recomendado o uso de perfumes e cremes hidrantes, 33,3% referem o uso apenas de cremes hidratantes no primeiro questionário enquanto no segundo 83,3% dizem que não é recomendado o uso dos mesmos, e 16,7% afirmaram que nenhuma das opções apresentadas estavam corretas. No terceiro item, a importância da participação da família no banho, 66,7% assinalaram a promoção do vínculo, 16,7% referiram que serve para apenas para a higiene e que todas as afirmativas estavam corretas (brincar com recém-nascido, apenas deixá-lo limpo e arrumado, criar vínculo). No que se refere a ordem de higiene do neonato, no primeiro momento, metade assinalaram que o banho deve começar pela cabeça e a outra metade que deve iniciar pela face no primeiro questionário. Já no segundo questionário, 66,7% relataram que o banho deve ser iniciado pela face e 33,3% afirmaram pela cabeça. Quanto à recomendação da lavagem da face do recém-nascido, metade assinalaram com água e sabonete líquido e a outra metade apenas com água, após a ação 83,3% disseram que deve-se lavar apenas com água e 16,7% afirmaram com água e sabonete líquido. Em relação à frequência da limpeza do coto umbilical, 50% afirmaram que deve ser realizada em cada troca de fralda, 33,3% três vezes ao dia e 16,7% uma vez ao dia. Após a ação educativa, 83,3% afirmaram que deve ser feita a limpeza a cada troca de fralda e apenas 16,7% uma vez ao dia. Ainda sobre a limpeza do coto umbilical, no primeiro questionário 83,3% assinalaram que a assepsia deve ser feita com álcool 70% e 16,7%, com sabonete líquido. Já no segundo questionário todos os participantes afirmaram que deve ser realizada com apenas álcool 70%. Quanto o sentido da limpeza do coto umbilical, 33,3% disse de cima para baixo e depois o clamp, 33,3% de baixo pra cima e depois o clamp, 16,7% primeiro a lateral e depois de cima para baixo e 16,7% primeiro o clamp e depois de cima para baixo. No segundo questionário 66,7% assinalaram que deve ser realizada de cima para baixo e depois o clamp, 16,7% primeiro a lateral e depois o clamp e 16,7% de baixo para cima e depois o clamp. Finalizando as questões, no primeiro momento, 83,3% dos participantes responderam que o coto umbilical cai entre 5 a 15 dias e 16,7% até 5 dias. Já no segundo questionário, 66,7% de 5 a 15 dias e 33,3% até 5 dias. No último questionário, existe um item de avaliação da ação pelos participantes considerada excelente (66.7%) e ótima (33,3%). Considerações finais: O banho humanizado, por ser uma forma não convencional, gera muitas dúvidas na hora de sua realização, bem como a ordem da higienização. Grande parte da população estudada, não saberia ou não conhecia essa forma de banho do recém-nascido, as técnicas, ou os produtos que devem ser utilizados. Notou-se uma melhora no conhecimento dos participantes no que se refere tanto ao banho quanto ao curativo do coto umbilical. A cultura, e as experiências relatadas por familiares e amigos, muitas vezes ditam a base de uma higienização baseada em mitos populares, e essa desconstrução entra em conflito com algumas práticas, que visam a melhor adaptação do recém-nascido, quando esclarecido alguns pontos, os participantes entenderam a importância da prática realizada. Antes de iniciar o banho e realizar qualquer outro tipo de higiene é importante levar em conta as preferências da família e suas rotinas, inclusive a melhor hora do dia para a realização do banho, essa é uma ocasião propícia para avaliar o nível de conhecimentos dos pais e assim atender as necessidades dos mesmo. O banho é uma tarefa no contexto atual dos cuidados centrados na família, porém deve- se ressaltar que as enfermeiras junto com os pais são responsáveis por assegurar que o banho seja seguro e higiênico, pois é fundamental para minimizar futuras complicações, reduzir os riscos de infecções, a avaliação recém-nascido e fortalecer o afeto, o contato e o vínculo mãe-bebê, além do aprendizado e segurança da puérpera.

 


Palavras-chave


Saúde da criança, Enfermagem, Educação em saúde