Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PERFIL DE SAÚDE DO IDOSO RIBEIRINHO, CADASTRADO NA ESTRATEGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DA ZONA RURAL-PARINTINS AMAZONAS
Flávia Maia Trindade, Fernanda Farias de Castro, Evelin Gonçalves de Vasconcelos, Ghedria Loyanna Martins Batista, Euler Lira Pereira, Leidiane Santarém Valente, Layanne Tavares dos Santos, Glauber Farias da Silva Junior

Última alteração: 2018-04-04

Resumo


Nos últimos anos o Brasil vem sofrendo inúmeras transformações demográficas, epidemiológicas e sociais, devido à incorporação de tecnologias novas, conquistas sociais e políticas, dando destaque dentre essas transformações ao envelhecimento populacional que vem crescendo significativamente nos últimos anos. Este trabalho aborda sobre as condições de Saúde do Idoso Ribeirinho, cadastrado na Estratégia Saúde da Família (ESF) da zona rural do município de Parintins-AM.  O mesmo foi desenvolvido com 96 idosos na comunidade de Santa Maria Da Vila Amazônia e na comunidade do Bom Socorro do Zé - Açú onde há Unidade Básica de Saúde – UBS e equipe de Estratégia Saúde da Família para atender a população. Este teve como principal objetivo investigar as condições de saúde do idoso ribeirinho, cadastrados na Estratégia Saúde da Família da Zona Rural do município de Parintins, Amazonas. E como específicos: identificar quais os reais problemas de Saúde auto referido dos idosos ribeirinhos; descrever que estratégias utilizam para resolver os problemas de saúde; identificar que tipos de assistência à saúde estão disponíveis e acessíveis aos idosos na comunidade. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória de natureza quantitativa, sobre as condições de saúde do idoso ribeirinho, realizada em duas Unidades Básicas de Saúde da Zona Rural do município de Parintins, Amazonas. A população estudada foi idosos com 60 anos ou mais, cadastrados na Estratégia Saúde da Família das Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Zona Rural do Município de Parintins - Amazonas, pertencentes a UBS da comunidade da Vila Amazônia e Bom Socorro do Zé Açú. Sendo investigados 96 idosos das comunidades da Vila Amazônia e Zé Açú. Para realizar a investigação sobre a saúde do idoso ribeirinho foi utilizado um questionário padronizado com informações demográficas, econômicas, suporte social e familiar do idoso e suas condições de saúde. Dentre os entrevistados estavam 42% (40) homens e 58% (56) mulheres, sendo estes 69% (66) idosos da comunidade da Vila Amazônia e 31% (30) idosos da comunidade do Zé-Açú. Mostrando que o gênero feminino apresenta-se em número maior do que o masculino, sendo 56 idosas e 40 idosos, com diferença de 16 para o sexo feminino. Sobre o item raça foi verificado que 10% idosos consideram-se da raça branca, 7% da raça negra, 1% da raça amarela, 3% consideram-se mulatos e 78% dos idosos dizem ser pardos. A respeito do item estado civil 39% dos idosos dizem ser solteiros, separado, ou viúvos, 61% dos idosos são casados ou vivem em uma união estável. Quanto à escolaridade nota-se que nas comunidades rurais o nível de escolaridade é muito baixo, pois a maioria dos idosos entrevistados o equivalente a 57% estudou apenas até o primário e outra porção o que equivale a 22% nunca estiverem em uma sala de aula para estudar, o que é comum nessas regiões devido à dificuldade de deslocamento para chegar até a escola, sendo um fator influenciador para a evasão escolar no meio rural. Sobre em que trabalharam 53% dos idosos passaram a maior parte de sua vida trabalhando na agricultura, 19% dos idosos trabalharam na juta como juteiros, 5% trabalharam na carpintaria e 7% como doméstica, os outros entrevistados equivalentes a 16% trabalharam em atividades distintas, sendo essas profissões as seguintes: madeireiro, marítimo de barco, professor, funcionário público, cozinheira, costureira, artesão, mecânico e vendedores. Quanto à aposentadoria 78% equivalente a 75 idosos são aposentados e 22% que equivale a 21 idosos não possuem aposentadoria, passando a ter como ajuda financeira seu trabalho, plantio e venda dos produtos agrícolas e ajuda dos parentes. A respeito dos problemas de saúde auto referidos pelos 96 idosos entrevistados a hipertensão foi a mais frequente com 40% de casos, em seguida, os problemas na visão com 23%, posteriormente o reumatismo ou doenças reumáticas (artrite, artrose, osteoporose, etc.) com 15%, depois o diabetes com 14% e 4% de problemas cardíacos. Além de 47% de outras doenças, que incluíam dor na coluna, hérnias, gastrite, cansaço muscular, fraqueza, dor de cabeça, entre outras. Nota-se que os problemas vivenciados pelos idosos residentes em meio rural, são os mesmos dos residentes em área urbana, inclusive citando as mesmas doenças. No entanto essas condições de saúde podem ser menos assistidas ou em condições agudas, serem agravadas pela falta de serviços de saúde disponível na localidade. O idoso da zona rural, não tem acesso direto e rápido aos serviços de saúde, levando-o ao agravamento dos casos ou não tratamento adequado. Sobre o item de uso de medicamentos 15% dos idosos fazem uso de captopril, 14% usam AAS (ácido acetil salicílico), 10% utilizam a hidroclorotiazida, 7% fazem uso de diclofenaco, 3% usam metformina, 2% fazem uso de glibenclamida, 52% relatam fazer uso de outros medicamentos, em especial àqueles para alivio de dores osteoarticulares. Quanto aos serviços de saúde que estes buscam para solucionar seus problemas de saúde 89% respondeu que busca atendimento no posto de saúde da comunidade, ou seja, na Unidade Básica de Saúde - UBS, 7% busca atendimento no hospital, isto é, quando necessita de atendimento vem à sede do município e se dirige a um dos hospitais da cidade e os 4% informou que quando precisa cuidar de sua saúde vem a Parintins e procura uma UBS para tentar solucionar seus problemas. A respeito da utilização de remédios caseiros, 72% dos idosos relatam fazer uso de remédios caseiros, como chás, garrafadas, infusões dentre outros. Apenas 28% informou não fazer o uso de remédios caseiros. Quanto ao tratamento alternativo, 40% dos pesquisados informaram buscar atendimento com puxador, 9% com puxador/benzedeira, 2% com rezadeira, 1% com curandeiro e 48% não busca nenhum tipo de tratamento alternativo. O envelhecimento populacional é um fator de destaque dentro das inúmeras transformações que o país tem passado. Essas mudanças trazem alterações na vida da pessoa idosa, fazendo com que haja modificações no estilo de vida, meio familiar e saúde desta população.  Ainda que o envelhecimento não seja o mesmo que adoecimento, este traz várias alterações, inclusive as fisiológicas na vida da pessoa idosa, tornando-os mais suscetíveis e predispostos a doenças, principalmente as patologias crônico-degenerativas. Com o aparecimento de morbidades os idosos buscam atendimento nos serviços de saúde, pois é direito deste ter assistência de saúde nos diversos meios de serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tanto em ambiente urbano, quanto rural. A permanência da população de idosos em áreas rurais, principalmente nas ribeirinhas da Amazônia, nos leva a pensar em adequações dos serviços de saúde prestados a essa população, para que eles tenham acesso aos mesmos serviços oferecidos para os idosos que vivem na área urbana, já que isso é garantido a estes. A coleta de dados junto à população idosa nas comunidades, pesquisando aspectos socioeconômicos e percepção de saúde individual, torna-se indispensável para gestores públicos e para o profissional enfermeiro, pois auxilia na implementação de estratégias e ações políticas que irão favorecer o bem-estar físico, mental e social dos idosos, fundamentadas não somente em seus direitos, mas em suas verdadeiras necessidades e nos fatores de risco à saúde. Os resultados desta pesquisa reforçam, em parte, os estudos com a mesma população, como exemplo, a predominação do sexo feminino e o número de idosos com Hipertensão o que suscita a necessidade de avaliar esta peculiaridade de modo mais aprofundado em novas pesquisas.

Palavras-chave


Saúde, Idoso Ribeirinho, Enfermagem.