Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A importância do vínculo entre escola e serviços de saúde: O enfermeiro como um educador.
BRUNA DAMASCENO MARQUES, Darlene Dias de Sousa, Elaine Priscila Ângelo Zagalo, Euriane Castro Costa, Ewerton Beckman dos Reis, Jéssica Samara Coelho de Almeida, Karina Barros Lopes, Elizângela Mendonça

Última alteração: 2018-01-16

Resumo


Apresentação: Trata-se de um relato de experiência sobre uma ação educativa desenvolvida pelos acadêmicos de Enfermagem da Universidade Federal do Pará, afim de identificar os saberes dos adolescentes sobre gravidez e métodos contraceptivos, e elucidar quaisquer dúvidas acerca do assunto. A atividade foi realizada em uma turma da 7º série, formada por 30 alunos na faixa etária de 12 a 14 anos, a escola é localizada no bairro da Terra Firme na cidade de Belém do Pará, considerada uma área de risco socioeconômico, com adolescentes em situação de vulnerabilidade a gravidez indesejada devido à falta de informação. A adolescência é vista como uma fase de mudanças e transformações biopsicossociais, é considerada um período de desenvolvimento humano onde ocorrem transformações físicas, biológicas, sociais e emocionais devendo ser analisada por vários prismas na tentativa de compreender melhor a dinâmica envolvida nesta fase. O início da puberdade ocorre nas meninas entre 8 a 13 anos com o aparecimento do broto mamário, e nos meninos, entre 9 a 14 anos, com o aumento do volume dos testículos. Logo, esta fase é uma transição da infância para a fase adulta, e, nessa transição ocorre o “despertar” do interesse sexual nos adolescentes, uma vez que há o aumento dos hormônios femininos e masculinos, o adolescente começa então a descobrir e conhecer o seu corpo. Tendo em vista que a prática de atividade sexual tem se tornado cada vez mais precoce, o risco de uma gravidez indesejada aumenta, logo, se torna de extrema importância para à educação em saúde nas escolas pelos profissionais de enfermagem, buscando saber as dúvidas e o conhecimento dos adolescentes sobre o assunto e a partir disso desenvolver estratégias para a prevenção da gravidez indesejada na adolescência e de doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), uma vez que o adolescente tendo um conhecimento prévio sobre métodos contraceptivos e sobre como funciona o seu corpo, ele saberá como se prevenir desses fatores negativos ao iniciar a sua atividade sexual. É fato que a associação entre conhecimento de método contraceptivo e práticas do sexo seguro tem se demonstrado frágil, beneficiando a gravidez na adolescência e contagio de DST´s. A iniciação sexual precoce está associada com o não uso ou uso inadequado dos preservativos e suas consequências como a gravidez indesejada. A saúde sexual reprodutiva do adolescente é motivo de inquietação para pais, educadores, profissionais de saúde e governantes, é um assunto “tabu”, muitas vezes negligenciado por ser um assunto desconfortável, porém, suas implicações são de alto impacto individual e social. A ação educativa possibilitou aos acadêmicos uma maior compreensão acerca do conhecimento desses adolescentes que residem em áreas de risco, buscando resultados mais concretos diante da realidade vivenciada.Desenvolvimento do trabalho: A atividade foi divida em 3 momentos. Na primeira etapa, os alunos foram separados em três grupos com dois acadêmicos cada um, para a realização de uma roda de conversa, onde se buscou o conhecimento prévio sobre alguns métodos contraceptivos (preservativo masculino, preservativo feminino, anticoncepcional e pílula do dia seguinte). Nesse momento buscamos avaliar o conhecimento dos adolescentes sem a influência das informações técnicas, para que de forma dinâmica pudéssemos não simplesmente levar a informação mais contribuir a partir do conhecimento prévio dos alunos. Percebemos assim a diversidade das informações diante dos métodos apresentados, de uma forma geral, podemos dizer que a maioria conhecia a maior parte dos métodos apresentados, mas tinham orientações equivocadas dos mesmos. No segundo momento foi realizado um jogo para responder afirmativas relacionadas aos saberes dos adolescentes sobre métodos contraceptivos e gravidez, onde os grupos disputavam entre si. Eles respondiam através de duas placas que cada grupo possuía de “verdadeiro” e “falso”. Após cada pergunta os acadêmicos informavam e esclareciam em relação a cada questão abordada. Utilizamos essa etapa da ação para trabalhar em cima dos resultados do primeiro momento, reafirmando aquilo que os adolescentes já conheciam e informando, orientando e esclarecendo a respeito do que eles não sabiam. Foi realizado de forma muito dinâmica e participativa e observou-se um aprendizado natural diante da metodologia utilizada. Por último, os acadêmicos reuniram-se novamente com seus respectivos grupos para esclarecer as perguntas que foram realizadas de forma escrita e sem identificação, apenas relatando sexo e idade. Nesta etapa avaliamos toda ação e observamos através das perguntas realizadas o interesse e a compreensão diante de tudo o que foi abordado fazendo com que os adolescentes se sentissem confortáveis para de forma direta fazer comentários e perguntas sobre toda ação, deixando claro o desejo de um retorno para continuidade ou realização de um novo estudo.Resultados e/ou impactos: Tomando-se como referência a roda de conversa sobre gravidez na adolescência e métodos contraceptivos, onde a turma de 30 alunos foi divida em 3 subgrupos composto por 10 alunos cada, formando grupo denominados Luluzinha, Bolinha e Lulubolinha, nos quais Luluzinha era constituído somente de meninas, Bolinha disposto somente de meninos, e Lulubolinha formado de meninos e meninas. Fomos recepcionados com grande euforia e no decorrer da ação os adolescentes, mostraram-se participativos dispostos e interessados na atividade educativa. Podemos observar que todos os grupos apresentavam conhecimento reduzido sobre os métodos contraceptivos, desconhecendo a finalidade e o manejo na utilização dos mesmos. Os adolescentes receberam informações sobre esta temática através da mídia e amigos, no entanto, esses esclarecimentos não foram suficientes para propiciar condutas que permitam um sexo seguro no que tange a gravidez e prevenções de DST’s. Eles também apresentavam, em sua maioria, déficit de conhecimento relacionado a fisiologia e caracteres sexuais responsáveis pela concepção. Outra característica observada, que apesar de não saber as informações ao que concerne à gravidez, os mesmos referiam conhecer a relação sexual propriamente dita, não como uma experiência própria, mas através de meios de comunicação e experiências vivenciadas por amigos. Considerações finais. Este trabalho evidencia a importância da parceria do serviço de saúde junto às escolas. Pois considerando que a falta de conhecimento com o corpo e do uso correto de métodos contraceptivos levam ao desenvolvimento de problemas sexuais e gravidez, torna-se essencial da presença do profissional enfermeiro trabalhando em parceria com a escola os conceitos, orientar o adolescente para que exerçam sua sexualidade com segurança. Muitas pessoas, não só os adolescentes desconhecem a fisiologia da concepção, que vai muito além de um simples “ato sexual”, há uma série de alterações que acontecem neste momento, começa com a maturação dos órgãos sexuais para este momento, alterações hormonais, fatores psíquicos, emocionais e a própria concepção em várias fases desde a fecundação até o possível nascimento de outro ser vivo e o seguimento das outas fases da vida que não é tão simples e preciso de um conhecimento mais aprofundado por parte da população. Hoje vemos a importância do enfermeiro como educador em meio às necessidades da população, trabalhando a prevenção não somente o tratamento ou cura de patologias, é muito mais que isso, o profissional de enfermagem se tornou a ponte acessível e mais apropriada para esse contexto.


Palavras-chave


Educação em saúde; Gravidez na adolescência; Anticoncepção.