Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
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PREVALÊNCIA DE SÍNDROME DE BURNOUT ENTRE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE EM TEFÉ (AM)
Última alteração: 2018-01-26
Resumo
Introdução. A síndrome de burnout tem sido identificada entre profissionais de saúde. Incapacitação, alto custo econômico para a sociedade e para o indivíduo, absenteísmo, queda de produtividade, alta rotatividade de profissionais, uso abusivo de tranquilizantes, de álcool e outras drogas estão entre os fatores associados. Objetivo. Avaliar a ocorrência da síndrome de burnout nentre trabalhadores que atuam na atenção básica, relacionando com características individuais e categorias profissionais. Método. Estudo transversal descritivo, conduzido com Enfermeiros, Médicos, Cirurgiões Dentistas, Auxiliares de Enfermagem (AE) Auxiliares de Saúde Bucal (ASB), Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Técnicos Administrativos (TA) que atuam nas Unidades Básicas (UBS) de Saúde da área urbana de Tefé. A Síndrome de burnout foi avaliada com escala Maslach Burnout Inventory - MBI. Esse instrumento é constituído de três dimensões e conta com 22 itens (9, 5 e 8 respectivamente para as dimensões “exaustão emocional”, “despersonalização” e “realização pessoal”). As respostas dizem respeito à frequência com que o participante percebe o sentimento ou a atitude descrita na assertiva. Essa frequência está distribuída em seis categorias com seus respectivos escores: nunca (0), algumas vezes ao ano (1), no máximo uma vez ao mês (2), algumas vezes ao mês (3), uma vez por semana (4), poucas vezes por semana (5) e diariamente (6). Para classificação de casos são somados os escores e utilizados pontos de corte, gerando três níveis de gravidade de cada dimensão (baixo, moderado e alto), conforme estabelecido na literatura. Foi realizada análise descritiva. Resultados. Do total de profissionais elegíveis (N=220), participaram do estudo 194 (88%), a média de idade foi 36 anos (variação de 18 a 65 anos), 80% do feminino, 86,6% oriundo do estado do Amazonas, 7% mora sozinho e 85% pertence a uma religião. A maioria é casada ou em união estável (70%), dois terços têm escolaridade máxima de ensino médio (75%). A distribuição proporcional por categoria profissional foi: 52,2% de ACS, 16% de técnico administrativo (TA), 11,3% de técnico ou auxiliar de enfermagem (TE/AE), 6,7% de Enfermeiros, 6,2% de médicos, 2,1% de cirurgião dentista (CD) e 1% de auxiliar de saúde bucal (ASB). O vínculo trabalhista para a maioria é temporário (85%), apenas 8% tem vínculo efetivo com a prefeitura. A jornada de trabalho é de 40 horas para 87% dos participantes. A prevalência da síndrome do esgotamento profissional foi 31,9%. A distribuição dos participantes segundo os níveis de gravidade de cada dimensão mostrou que a exaustão emocional e a decepção (sentimentos de baixa realização profissional) tiveram maior influência sobre a ocorrência da síndrome de burnout. A análise por categoria profissional mostrou que o nível alto de exaustão emocional foi mais frequente entre enfermeiros (15,4%), seguido por TE/AE (13,6%), médicos (8,3%). O nível alto da dimensão decepção foi mais prevalente para TE/AE (36,4%), seguido por ACS (34,9%), TA (29%), enfermeiro (23%). Considerações finais. Os resultados apontaram para necessidade de implantação de medidas que minimizem os efeitos da exaustão emocional e dos sentimentos de baixa realização profissional, priorizando as categorias profissionais mais afetadas.
Palavras-chave
Saúde do Trabalhador; Atenção Primária à Saúde; Estratégia Saúde da Família