Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2017-11-03
Resumo
A Saúde Coletiva traz perspectivas que rompem os paradigmas ortodoxos dos modelos decisórios em Saúde Pública e levanta uma nuance social das relações profissional-ambiente de cunho humanístico, abarcando diversos saberes ao seu campo de trabalho, entre eles a Geografia e suas representações nas relações que se estabelecem nos distintos espaços. Estas, permeadas por mecanismos de poder que interferem substancialmente nas práticas dos profissionais sanitaristas e implicam no processo saúde-doença. Assim, este trabalho se delineia pelo objetivo de refletir contrastes territoriais vivenciados por residentes em Saúde Coletiva no caminho percorrido pelas águas do rio Capibaribe, Recife-PE. Logo, esta experiência vem contar, de forma sucinta, o desenvolvimento de uma das aulas da disciplina Território e Saúde do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva do Instituto Aggeu Magalhães – FIOCRUZ-PE a bordo do catamarã com fins compreender os contrastes socioespaciais que configuram a cidade e produzem reflexos na condição de vida e necessidades de saúde da população. Para tanto, a poesia foi encontrada como alternativa para sustentar as palavras que aqui são delineadas e funcionou como a produção da vivência dos residentes naquele local: TERRITÓRIO QUE PULSA VIDA: O que fomos naquele espaço encontrar / Sabores de cultura deliciar / Em versos fomos convidados a conhecer / Paisagens que a vida veio conceber / Lugares que trouxeram, sem falar, histórias / Reproduzidas pelas potências de suas memórias / Conhecemos pontes que emanam poesia / Vimos trabalhadores em sua função com maestria / Encontramos imagens que trouxeram singularidades / Muitas vezes, permeadas por desigualdades / Nossos olhos enxergaram territórios de poder / Fortes relações para refletir um reviver / Críticas se fundamentaram também em obrigados / A vista pela qual fomos agraciados / Assim temos novas perspectivas para o território / Pois nele a saúde e a poesia se fazem em saber notório. Portanto, na perspectiva de um olhar sistemático para a estrutura que possui construção histórico-cultural em uma ótica de reflexões sobre o território, observou-se que as nuances produzidas pelas potencialidades do ambiente são fundamentais para que as práticas de profissionais sanitaristas se considerem a partir do espaço para os quais as políticas públicas e o planejamento das ações de saúde irão se direcionar, encarando o campo como um sistema vivo e o seu (re)conhecimento como ponto fundamental para a práxis em Saúde Coletiva.