Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A UTILIZAÇÃO DO ACOLHIMENO E DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO PARA PROMOÇÃO DE EQUIDADE NO ATENDIMENTO A PARTURIENTE.
victor paixão, Elyade Nelly Pires Rocha Camacho, Elyade Nelly Pires Rocha Camacho, Ewerton Beckman, Ewerton Beckman, João Eduador Barros Branco, João Eduador Barros Branco, Vera Lucia Azevado Lima, Vera Lucia Azevado Lima, adria Vanessa Silva, adria Vanessa Silva, Ana Karoline Souza Silva, Ana Karoline Souza Silva

Última alteração: 2018-01-23

Resumo


 

APRESENTAÇÃO: O direito a saúde é estabelecido pelo artigo 196 da Constituição Federal e estipula o acesso à saúde para todos, como objetivo de Estado. Como importante projeto de reforma sanitária o Sistema Único de Saúde (SUS) reorienta o fluxo dos serviços e promove um esforço gradual para efetivar os pilares de universalidade, integralidade e equidade para os usuários. Tal medida norteia a criação de políticas públicas mais eficientes, respeitando as reais necessidades da população e convergindo para um serviço mais eficaz. Mas especificamente para a população feminina, em 2004 é criada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, dentre todos seus aspectos apresentados, almejam a integridade da saúde da mulher em todos seus ciclos de vida.  A saúde da gestante e do neonato, nos últimos anos, vem ganhando o devido enfoque por parte da sociedade e principalmente, das políticas públicas. A atenção primária, é fundamental no processo acompanhamento da gestante, sendo a porta de entrada desta no sistema, neste nível ela terá acesso as devidas instruções, recomendações, consultas e os mais diversos exames laboratoriais, com o intuito de trazer mais qualidade na atenção à saúde da mulher e da criança. No entanto, as altas taxas de mortalidade desse binômio ainda são preocupantes, mesmo em um cenário de grande avanço técnico-científico- informacional que o país passa, ainda hoje, existem dificuldades nos modelos de atenção e gestão dos serviços, referente a forma como a gestante é atendida, dificuldades de acesso, demora no atendimento, ausência de profissionais, que prejudicam sua adesão ao pré-natal, principalmente na atenção básica. Atrelada a esta situação, muitas gestantes chegam as unidades de atendimento hospitalar sem o devido esclarecimento e apresentando complicações, requerendo uma maior organização do fluxo para a garantia de seu atendimento. Nessa perspectiva o acolhimento e classificação de risco, apresentam-se nas unidades hospitalares como instrumento de organização do fluxo, capazes de identificar casos críticos e graves, ofertando um atendimento mais rápido e eficiente, diminuindo o tempo de espera e melhorando a satisfação das usuárias. OBJETIVO: Relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de Enfermagem da Universidade Federal do Pará durante a realização do semi-internato em obstetrícia no setor de acolhimento e classificação de risco da Fundação Santa Casa de misericórdia do Pará (FSCMPA).METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa do tipo relato de experiência, realizado por Acadêmicos do 7° semestre em Enfermagem da Universidade Federal do Pará, cursando a disciplina do semi-internato em obstetrícia, no período de dezembro de 2017 a janeiro de 2018. O estudo teve como cenário o setor de acolhimento e classificação de risco, no térreo da Unidade de média e alta complexidade da FSCMPA, referência em atendimento obstétrico e neonatal no estado do Pará, localizada no município de Belém. Para construção desse artigo, se fizeram necessárias 3 etapas, visita técnica supervisionada, fundamentação teórica, por meio da leitura de artigos científicos, encontrados na Biblioteca virtual de Saúde (BVS) e apreciação crítica da realidade. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O semi-internato é uma estratégia metodológica que possibilita que o acadêmico, seja de enfermagem ou de qualquer outra área da saúde, tenha uma aproximação com o serviço e um maior amadurecimento profissional, por meio aplicação do conhecimento teórico adquirido na academia, na realidade prática. Durante o estágio supervisionado, os alunos dispõem de algum tempo para compreender a dinâmica do setor, principalmente no que desrespeita ao seu fluxo de atendimento e organização dos serviços, que começa com acolhimento e classificação de risco, passando pela consulta médica, se necessária uma maior investigação, são realizados exames específicos, sendo solicitada sua internação, se não houver necessidade de internação a usuária recebe as devidas orientações e sua alta. O hospital encarrega-se das demandas obstétricas de toda região metropolitana de Belém e dos demais municípios do estado do Pará, tonando-se um grande desafio na garantia da universalidade do acesso e da integralidade das ações, frente a essa forte demanda, longos períodos de espera para o atendimento a parturiente são inevitáveis, comprometendo a qualidade da assistência e a satisfação das usuárias. No entanto, a carência do atendimento pré-natal na atenção básica, a falta de esclarecimento das gestantes e o desrespeito a rede de atenção, são fatores que influenciam direta e negativamente no aumento da demanda e na dificuldade na assistência, evidenciado pelo grande número de usuárias que dão entrada na instituição de forma prévia e outras em estágios críticos ou graves, que deveriam ter sido melhor investigados durante as consultas no pré-natal. Através do acolhimento e classificação de risco, as gestantes são direcionadas para atendimentos de emergência ou imediato, muito urgente ou mais rápido possível, urgente ou que ainda possui condições clinicas para aguardar, pouco urgente que exige atendimento médico ambulatorial e não urgente que não oferece risco e apresenta menor complexidade, sendo indicados pelas cores vermelha, laranja, amarela, verde e azul respectivamente. Dessa forma o acolhimento e classificação de risco, surgem como um instrumento para organização do serviço na instituição de referência, por meio deles é realizado uma avaliação dos sinais e sintomas, classificando-se os ricos de forma universal e especializada, estabelecendo prioridade aos casos críticos e graves, otimizando o tempo de atendimento e promovendo uma maior equidade na espera. CONCLUSÃO: A organização dos serviços de saúde, requer profissionais capacitados para atuar, da menor para a maior complexidade na rede de atenção. Contudo, as falhas na dinâmica do sistema, são recorrentes, elas tendem a surgir desde a atenção primária, indo para o meio intra-hospitalar, comprometendo a qualidade serviço oferecido à sociedade, que outrora, lutou por um sistema de saúde digno. Um pré-natal mal feito, onde as informações necessárias passam despercebidas, pode resultar futuramente no mau prognóstico à gestante e seu filho. Como reflexo dessa falta de comprometimento e profissionalismo por parte de inúmeros profissionais da saúde, o caos se instala na recepção das unidades hospitalares, amontoando pacientes, sujando a imagem da gestão hospitalar, prejudicando o binômio mãe-feto. Diante ao exposto, o setor de acolhimento e classificação de risco, surge com um importante papel organizacional, classificando de forma especializada os quadros clínicos das parturientes, garantindo aos casos mais complexos atendimento rápido, garantido o acesso universal com equidade.


Palavras-chave


obstetrícia, triagem, enfermagem