Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES EDUCATIVAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS
Carlos Rafael Lopes de Azevedo, Suany Serudo Meirelis, Suany Serudo Meirelis, Elisabete Martins de França, Elisabete Martins de França, Andrezza Mendes Franco, Andrezza Mendes Franco, Jéssica da Silva Cunha, Jéssica da Silva Cunha, Celsa da Silva Moura Souza, Celsa da Silva Moura Souza, José Fernando Marques Barcellos, José Fernando Marques Barcellos, Maria Regina Torloni, Maria Regina Torloni

Última alteração: 2018-01-26

Resumo



INTRODUÇÃO:  Os saberes trabalhados na educação em saúde é uma forma de promover à saúde de puérperas e gestantes. A relevância das práticas educativas deve – se a alto índice de sobrepeso, obesidade e pré-eclâmpsia em gestantes. A obesidade na gestação também está associada a maior probabilidade de cesárea, parto pré-termo, hemorragia pós-parto, infecção do trato urinário e doença tromboembólica. Sendo, necessário integrar ações a respeito do ganho de peso na gestação, alimentação saudável, exercício físico e sintomas da pré - eclâmpsia.  Objetivo: Verificar a efetividade das ações de educação em saúde desenvolvidas pelos profissionais e acadêmicos com gestantes participantes do pré-natal.  METODOLOGIA:  Foi realizado um estudo transversal com 120 gestantes participantes da rede cegonha em uma unidade básica de saúde da cidade de Manaus no período de maio a novembro de 2017.  As atividades foram desenvolvidas pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM) com participação de acadêmicos do curso de Enfermagem, Educação Física e Medicina.  Para cada temática foi elaborada uma ação educativa com metodologia ativa visando à troca de saberes através da interação entre as gestantes, os acadêmicos e profissionais de saúde da unidade. Na prática educativa sobre ganho de peso foram confeccionadas placas demonstrativas do teor de sódio e açúcar nos alimentos industrializados mais consumidos pelas gestantes.  Na ação sobre alimentação saudável foi elaborada uma dinâmica de soluções de problemas, na qual previamente foram pesquisados os preços de alguns alimentos saudáveis nos principais supermercados da cidade e com esses dados foi montada uma simulação de produtos, no qual as participantes em duplas deveriam fazer a compra de alimentos. Ao final da dinâmica é feito o somatório com o objetivo de mostrar que as substituições de alimentos industrializados por saudáveis e naturais pode ter um custo acessível.  Já na prática sobre exercícios físicos, o facilitador convida a todos a fazer alongamentos específicos para região lombar (local frequentemente mencionado como incômodo), panturrilha (melhora do retorno venoso e edema nos membros inferiores) e respiração (diminuição do desconforto respiratório). Os exercícios selecionados eram de fácil execução, respeitando a individualidade e limitação de cada participante, além disso, tinha o objetivo de incentivar a prática no dia-a-dia. Na abordagem sobre os sintomas da pré-eclâmpsia, foi utilizado mapa mental, onde as gestantes tiveram a oportunidade de expor quais são os sintomas conjecturados, vivenciados ou observados associados a patologia. Foi observada uma participação diferenciada nessa ação, haja vista que existiam muitas participantes com quadros anteriores de pré - eclâmpsia ou conheciam alguém próximo que já havia passado por essa experiência. RESULTADOS: As práticas educativas tiveram a participação de 120 grávidas ao total. A idade variou de 14 a 41 anos. Dessas, 50% participaram mais de 2 vezes, 50% são adolescentes. A prática educativa do mapa mental foi a que apresentou maior participação das gestantes. Devido à temática ser conhecida por elas segundo relato nas apresentações, a maioria ou já havia tido ou conhecia alguém que já teve pré-eclâmpsia, dessa forma os relatos serviram de alerta para as outras gestantes presentes. Na ação sobre alimentação saudável, as participantes ficaram surpresas com o teor de sódio ou açúcar de alguns alimentos.  Nas práticas educativas sobre ganho de peso e obesidade fazíamos previamente o cálculo do IMC e marcação na curva de ganho de peso na caderneta da gestante com o objetivo de situar as mesmas em: baixo peso, adequado, acima do peso ou obesidade. Dessa forma as gestantes conseguiam ter a percepção da sua condição em relação ao ganho de peso na gravidez. Nessa ação, pudemos observar a falta de conhecimento ou equívocos em relação ao conteúdo. Existe uma informação muito difundida entre as gestantes sobre o ganho de peso ideal que diz que a gestante deve ganhar 12 quilos no período de 9 meses, foi o que constatamos na nossa prática ao serem questionadas. Em cima disso foi debatido sobre o ganho de peso adequado para cada trimestre da gestação. Na prática educativa sobre o exercício físico, as grávidas tiveram a oportunidade de fazer exercícios específicos para o período gestacional e tirar dúvidas com um acadêmico de educação física.  Essas atividades proporcionaram bons resultados na unidade por sair da rotina, haja vista que a unidade não possuía atividades programadas para gestantes. Posteriormente, ao verificar a necessidade de ações educativas permanentes a gestora da unidade implantou semanalmente reuniões abordando outros temas como aleitamento materno e saúde bucal.  Houve um estímulo à integração e participação das gestantes favorecendo o acesso a informações sobre os temas abordados, onde em todas as ações educativas elas tiveram espaço para questionamento ou depoimentos de suas experiências. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As ações educativas trouxeram grandes contribuições para as gestantes, os acadêmicos e os profissionais de saúde envolvidos. Observou – se uma boa aceitação por parte das gestantes onde a cada encontro fomos notando um aumento no número de participantes. Além disso, a escolha de metodologias dinâmicas e mais participativas foi fundamental para aderência nas atividades, assim como para interação entre os acadêmicos e gestantes. As atividades de educação em saúde se estenderam também para o ambiente virtual, através de aplicativos de comunicação conseguimos ter um contato mais frequente e rápido com as gestantes. O repasse de informações sobre as atividades da unidade, dicas sobre alimentação, aleitamento, exercício físico ou até mesmo desabafos devido a ansiedade, medo e outros sentimentos relacionados ao período gestacional, sendo esse instrumento fundamental para o sucesso das ações. Por fim, concluímos que nas atividades de educação em saúde, os saberes trabalhados em suas oficinas não se limitam aos conteúdos acadêmicos curriculares e, em alguns casos, são resultado de vivências prévias desses sujeitos em grupos culturais e movimentos sociais. Esses educadores acabam também estabelecendo uma relação de proximidade e afetividade com seus educandos. Este trabalho defende a tese de que a relação entre agentes e alunos cumpre uma importante função formativa na prática desses profissionais. Por meio dessa relação, os agentes mediam processos de aprendizagem, socialização, sociabilidade e desenvolvimento na formação integral de seus educandos.

Palavras-chave


Educação em Saúde; Gravidez; Complicações Obstétricas