Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Relato de experiência como médica apoiadora do programa anti-tabagismo na UBS Nilton Lins em Manaus – AM.
Gabriela Russo Antunes Franco de Sá

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


O programa Nacional de Controle do Tabagismo atualizado pelas diretrizes da Portaria GM/MS nº 571 de 2013, integra um processo complexo de manejo que envolve desde o acompanhamento social-psicológico até o medicamentoso com terapias de reposição nicotínicas (TRN) e medicamento antidepressivos. Baseado em robustas pesquisas integra arcabouço essencial do combate ao tabagismo ao nível estrito da saúde, que mesmo o aporte social dos determinantes não consegue se aproximar do “grande capital” que envolve a questão das políticas anti-fumo.

Dessa forma, como existe uma ineficiência política que permeie a obrigatoriedade por parte das produtoras de redução das vendas, quer sejam por impostos quer sejam por diretrizes de compostos e substâncias nocivas que o fumo carreia, cabe à saúde sistematizar uma “forma de ataque” ao hábito nocivo e claramente sabido como causador de inúmeras mortes no mundo.

Assim, determinações pré-concebidas e rígidas de acompanhamento e manejo são incluídos nas rotinas de unidades básicas, tais como processados na UBS Nilton Lins, em Manaus, de forma sistematicamente verticalizada em torno de mensagens unilaterais e impositivas de disseminação do medo da morte – tais como divulgados nas próprias carteiras de cigarros: entrevistas pré-definidas por roteiros a serem quantitativamente preenchidas, após sessões de admissão com relato minucioso das substâncias nocivas e de cada patologia que ela pode causar, sempre carregado de mensagem escurecidas pela possibilidade de enfermidades e morte. Seguindo por protocolo rígido de tratamento oral e/ou de reposição de nicotina.

Em dado momento de um dos primeiros grupos a que fiz parte incluí pessoa de minha família que gostaria de parar de fumar, mas que não tinha o ímpeto para tal, pois em sua ideação sobre o tabagismo este lhe causava a melhor sensação em torno de seus sentimentos e condizia positivamente com suas expectativas. Explicitando tal propositiva diretamente e alegando de que nada lhe adiantava saber sobre os problemas e doenças que o fumo causava, me atentei para que fosse dada uma melhor abordagem este grupo e denotei que os resultados eram melhores quando levadas em consideração todas as matizes de sentimentos, expectativas, crenças, valores e percepções da própria pessoa, tornando a terapia mais resolutiva.

Compreendendo melhor a importância fundamental da inserção da pessoa como sujeito ativo e proativo de seu próprio cuidado, fomentou uma perspectiva de que os processos mecânicos e unilaterais de informação e educação em saúde presentes até o momento no SUS, tem parcialidade resolutiva, pois esquecem de integrar as percepções das pessoas sobre sua condição, o que é mandatório, não só com a intenção de se estreitarem os laços relacionais dentro de um processo de cuidado integral, como também incluir a experiência da pessoa (e profissional) com a saúde e doença dentro do plano comum de manejo ou terreno comum em relação a seu cuidado.

Palavras-chave


Educação em Saúde; Programa anti-tabaco;