Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Analise Dos Benefícios Da Implantação Do PSE Em Nova Olinda Do Norte-Am
Liliam Rafaelle Souza da Silva, arlei barbosa da costa, erllen rayssa vaz da silva, valeria oliveira lima da silva

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Apresentação

O presente estudo objetivou analisar a relevância social da implantação do PSE no Município de Nova Olinda do norte conforme o processo de trabalho desde a adesão do programa, sua execução e os resultados obtidos. Levando em consideração os benefícios para o processo de aprendizagem dos educandos da rede publica de ensino no município, a partir do estabelecimento do impacto da implantação dos serviços de saúde integralizados ao âmbito escolar.

O estudo foi realizado através de uma investigação quantitativa tendo como instrumento de pesquisa os relatórios anuais do ciclo de trabalho do ano 2016 ainda referente à adesão do ano de 2014/2016,  fornecidos pela Coordenação Municipal do Programa Saúde na Escola com apoio institucional da Secretaria Municipal de Saúde e da Secretaria Municipal de Educação.

Descrição da experiência

O PSE foi implantado com a finalidade de prevenir e promover saúde nas instituições de ensino para reduzir os agravos que acometem a saúde dos nossos educandos além de ofertar o cuidado integral à saúde de cada um visando melhorias na qualidade de vida para favorecer o nível de aprendizagem dos alunos tendo em vista que o Ministério da Saúde (2009) afirma que a escola é formadora de opiniões de crianças, adolescentes e de suas famílias, sendo um dispositivo social a ser utilizado como cenário e ferramenta da educação em saúde, buscando formar cidadãos conscientes e responsáveis por suas escolhas e comportamentos.

Inicialmente foi implantado o grupo de trabalho Intersetorial municipal (GTI-M) formado por representantes de vários setores e entre eles estavam os secretários municipais de saúde e de educação, os coordenadores municipais representantes de cada setor prioritário do programa, o responsável da coordenadoria regional de ensino estadual e representante da secretaria estadual de ensino, representante do conselho municipal da criança e do adolescente, coordenador municipal da atenção básica, representante da secretaria municipal de assistência social, representante do conselho municipal de saúde e representante do conselho tutelar.

Depois de ser formado o GTI-M, foi organizado um encontro com os membros para verificar as condições municipais e para providenciar a seleção das escolas e suas respectivas equipes de saúde, bem como as ações que deveriam ser desenvolvidas.

No total as ações foram pactuadas para serem desenvolvidas em 18 instituições de ensino publico beneficiando 6477 educandos matriculados no município, localizados em 11 escolas na zona urbana sendo elas estaduais e municipais e 07 escolas municipais na zona rural.

Após a vinculação das instituições de ensino junto às instituições de saúde o GTI-M procurou elaborar os materiais de apoio para o empoderamento dos profissionais iniciando pelo Termo de compromisso do programa para que todos tivessem conhecimento das decisões municipais e para conhecerem o PSE e suas diretrizes. Dessa forma a ideia central foi tornar os principais atores envolvidos nesse sistema em agentes multiplicadores de informações relacionadas à adesão municipal do programa saúde na escola.

As avaliações são realizadas pelas equipes de saúde com apoio das equipes pedagógicas, após a avaliação a escola recebe os resultados de cada aluno e tem como função comunicar aos pais e/ou responsáveis sobre as alterações que seus filhos estão apresentando seja de comunicação, acuidade visual, estado nutricional, saúde bucal ou de qualquer outro resultado de avaliação clinica. Com isso acredita-se que as famílias após serem notificadas sobre a alteração encontrada no seu filho irá procurar a sua unidade de saúde de referencia para iniciar o acompanhamento do educando com o profissional indicado para a alteração apresentada..

Impactos

Os números analisados nos revelam que em 2016 de 6477 educandos apenas 4145 foram avaliados pelo programa saúde na escola, ressaltando que desse total foram encontradas 704 (17%) alunos com alterações nutricionais, nas quais se destacou o numero elevado de sobre peso e obesidade, 308 (9%) alterações de acuidade visual, 64 (4,5%) alterações de linguagem, 251 (7,5%) alterações de pele, 62 (4,4%) alterações de pressão arterial e assustadoramente 3412 (85%) de alterações de saúde bucal.

Esses dados nos revelam que essas crianças estavam estudando com possíveis prejuízos de aprendizagem, afinal, como pode uma pessoa em qualquer idade estando com dor e/ou algum incomodo conseguir aprender e/ou reter uma nova informação. Podemos compreender que o diagnostico e tratamento de agravos à saúde em qualquer faixa etária melhora as condições de aprendizagem dos alunos, embora, essa resolutividade só terá sucesso com a intervenção das equipes de saúde e pedagógica em conjunto com os pais e/ou responsáveis.

Infelizmente aproximadamente 60% dos alunos encaminhados para as unidades básicas de saúde não compareceram para atendimento clinico, o que demonstra uma falha nas estratégias de inserção das famílias no programa. Por outro lado, após os resultados apresentados se tornou possível reavaliar as estratégias utilizadas e traçar metas para intensificar as ações conforme a necessidade de cada escola.

 

Considerações finais

Os resultados confirmam a importância do programa saúde na escola como uma estratégia de melhoria na qualidade de assistência integral a saúde dos educandos beneficiando-os através de avaliações clinicas, prevenções e promoções aos agravos à saúde as quais comprometem o processo de aprendizagem, como as alterações nutricionais, de linguagem e oftalmológicas que interferem diretamente no desempenho escolar.

As informações obtidas com a pesquisa apontam a necessidade de implementações no trabalho Intersetorial para o fortalecimento de vínculos entre as equipes de saúde e educação, promoção de educação continuada em loco para as equipes pedagógicas, elaboração de projetos municipais de intervenção direcionados para cada escola conforme a demanda existente, a criação de estratégias de saúde bucal destinadas ao aumento de ações preventivas dentro e fora das escolas e novas abordagens para inserir as famílias dos educandos no programa.

Embora os resultados ainda demonstre que se faz imprescindível novas adequações no processo de trabalho, o grupo de trabalho intersetorial municipal acredita ser indispensável à implantação do programa saúde na escola nos demais municípios sendo relevante para o aumento no desempenho escolar dos educandos, melhorias no processo de aprendizagem, diminuição da evasão escolar, promoções e prevenções de agravos a saúde dos alunos e assistência no desenvolvimento físico e psicossocial do corpo discente pelas equipes de saúde associadas às equipes de educação com a necessidade primordial do apoio familiar.