Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Reflexão sobre a implementação das Unidades Básica de Saúde Fluviais e Equipes de Saúde da Família Ribeirinha no Amazonas
Brena Santos, Julio Cesas Schweickardt

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


Apresentação: A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é implantada e implementada em todo país, na região da Amazônia legal devido as especificidades do território, podem ter outros arranjos organizacionais tais como: Equipe de Saúde da Família Fluvial (ESFF), Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (ESFR) e Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF). Esses novos arranjos organizacionais de cuidado com a população ribeirinha fazem parte das políticas de equidade na saúde representando as conquistas de direitos e fortalecimento da cidadania, diminuindo as desigualdades e promovendo a acesso integral e universal a saúde. O estudo buscou refletir sobre PNAB no Amazonas como um território singular, através das UBSF e ESFF.

Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de cunho exploratório descritivo, através da análise dos dados disponíveis no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde), realizada em outubro de 2017.

Resultados: No Amazonas há nove Unidades Básicas de Saúde Fluvial e oito unidades móveis de suporte avançado nível pré-hospitalar e quatro navios da marinha para atendimentos das comunidades ribeirinhas. Sobre as ESFR constavam no cadastro 35 unidades e 7 equipes de ESFF. Dessa forma, há uma discrepância entre o número de UBSF e equipes de ESFF, já que segundo a PNAB, cada UBSF podem ser cadastradas até 2 equipes para diminuir o número de viagens.

Discussão: As ações de saúde voltadas para o território Amazônico, historicamente tinham caráter campanhista, considerando apenas a relação entre doenças e ignorando as histórias de vida das populações residentes nesse território. Para a ampliação do cuidado das comunidades ribeirinhas é importante reconhecer os seus modos de vida, saberes e práticas dar-lhes garantia de confiabilidade, legitimar a sua existência, não de resíduo ou anacronismo, transformando a ausência em presença, dando visibilidade. Outro fator importante, é compreender a complexidade do território Amazônico devido a sua dinâmica, imposta pelos rios no período da enchente e da vazante e baixa densidade demográfica, representa um desafio na ampliação do acesso, refletindo assim a necessidade uma política de saúde com estratégias diferenciadas. Desse modo, ampliando os horizontes, percebe-se o território amazônico como um espaço geográfico de múltiplas relações sociais e de poder que exige uma gestão e uma produção de cuidado que se movimente como as águas. Portanto é fundamental repensar as políticas públicas e as práticas do cuidado, pensadas a partir da lógica do território fixo, e dialogarmos com as pessoas que vivem num território líquido, criando as condições de promoção do acesso e equidade. Assim, no território como Amazonas, tão complexo, observa-se esse movimento e mobilização dos gestores em ampliar tanto as UBSFF e equipes de ESFF, pois a PNAB e os incentivos do ministério da saúde no custeio são relativamente recente de 2012.

Conclusão: Dessa forma, a política de saúde ribeirinha foi um grande avanço, pois possibilitou o acesso da população que vive nas margens dos rios e lagos da Amazônia, necessitando de ampliação e de recursos para o custeio das embarcações.


Palavras-chave


Atenção Primária em Saúde; saúde rural.