Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PERCEPÇÕES DE PERTURBAÇÕES NO CAMPO ENERGÉTICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM A FASE DE AVALIAÇÃO NO TOQUE TERAPÊUTICO
ILDA ESTEFANI RIBEIRO MARTA, ANI FABIANA BERTON, GUILHERME BARBOSA DE SOUZA, LAÍS MARTINS KAMIYAMA, SAMARAH RAFAELA BEVILAQUA, MAYARA JUDITE RODRIGUES PEREIRA, PAULA MARIA TOLEDO PEDROZO, SILVANA BATISTA DE OLIVEIRA

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


 

 

INTRODUÇÃO: O toque terapêutico é uma terapia integrativa e complementar baseada no uso consciente da imposição das mãos. Enquanto intervenção de enfermagem, o toque terapêutico não está focado na doença do paciente, ele é realizado com a intenção de harmonizar o campo de energia humano. Sua realização envolve basicamente quatro fases: centralização, avaliação, reequilíbrio e reavaliação do campo energético. Na fase de avaliação do campo energético, o terapeuta desliza suas mãos a aproximadamente cinco centímetros da pele, em torno de todo corpo do paciente, em busca de sinais que indiquem possíveis perturbações do campo energético, dentre eles, diferenças de temperatura, congestão ou bloqueio do fluxo de energia, sensação de formigamento ou de pequenos choques elétricos. Esses sinais podem ser percebidos com os chakras das mãos, no entanto, informações sobre o campo de energia do paciente e seu estado emocional podem surgir também sob a forma de ideias vagas, impressões passageiras ou intuições. Do ano de 1994 até 2014, o diagnóstico de enfermagem denominado Campo de Energia Perturbado esteve incluído na taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA); percepções de mudanças nos padrões do fluxo de energia foram consideradas características definidoras, dentre elas, a sensação de calor, frio, congestão, redução do fluxo de energia e espessamento do campo. Na edição revisada de 2015 da classificação da NANDA, esse diagnóstico foi realocado para um nível que ainda requer desenvolvimento e validação, uma vez que as pesquisas atuais enfocam intervenções e não o próprio diagnóstico. Considerando que, enquanto praticantes de toque terapêutico, experimentamos sensações e percepções que indicam perturbações no campo de energia acreditamos que o relato e a troca de experiências com outros terapeutas sobre o tema possam estimular o desenvolvimento de pesquisas tendo por objeto o diagnóstico de enfermagem Campo de Energia Perturbado. OBJETIVO: Relatar as percepções/sensações de praticantes de toque terapêutico durante a fase de avaliação do campo energético humano. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se de um relato da experiência de docentes e discentes dos Cursos de Enfermagem e Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, integrantes do projeto de extensão denominado “Práticas Integrativas e Complementares: ampliando o cuidado na atenção básica”, desenvolvido com usuários de uma unidade básica de saúde do município de Três Lagoas, MS. O relato inclui as percepções/sensações relativas a 394 sessões de toque terapêutico, realizadas durante o período de abril de 2015 a novembro de 2017. As sessões foram realizadas por 8 (oito) terapeutas, autores deste relato, que, logo após a avaliação do campo energético de cada paciente, efetuaram anotações de suas percepções, intuições e outras manifestações ocorridas. RESULTADOS: A experiência revelou a ocorrência de um total de 1962 percepções/sensações, destas, 51,27% se referem a sensações nas mãos dos terapeutas, 19,32 % a sensações em outras partes do corpo dos terapeutas, 13,81% a compreensão intuitiva, 12,39% a manifestações no corpo dos terapeutas e 3,21 % a visualizações.  Dentre as sensações nas mãos dos terapeutas foram registradas alterações de temperatura no campo energético, sensações de congestão, pressão ou volume no campo energético, sensações de formigamento, agulhadas, pequenos choques elétricos, sensação de pulsações no campo energético, dor na mão, sensação de aspereza e vibração nas mãos.  No que se refere à sensações ou manifestações em outras partes do corpo dos terapeutas foram registradas dor, queimação, pressão, calor, pontadas, opressão no peito, sensação de substância viscosa no estômago, náusea, tontura, bocejos e contrações musculares. Por meio da compreensão intuitiva os terapeutas relataram angústia, necessidade de trabalhar alguma área específica sem nenhuma outra sensação presente e tristeza. Em relação à visualizações foram registradas visualização do fluxo de energia nos meridianos, de nuvens nas cores violeta, dourado e verde ao redor do corpo do paciente e de cores ao acessar os chakras dos pacientes.  A literatura sobre toque terapêutico atribui cinco níveis de consciência às cinco percepções/sensações que têm sido captadas, com maior frequência, pelos terapeutas durante a fase de avaliação do campo energético no processo de toque terapêutico. Um primeiro nível de consciência envolve a percepção relacionada com o diferencial de temperatura, ou seja, sensações de calor ou frio. A percepção de pressão, congestão ou volume em uma determinada área do campo de energia do cliente, constitui um segundo nível de consciência. Em um terceiro nível de consciência o terapeuta tem sensações de formigamento, explosão de bolhas, agulhas ou pequenos choques elétricos. Percepções de pulsações rítmicas no campo de energia constituem um quarto nível de consciência. Um quinto nível de consciência se relaciona à compreensão das condições do cliente de forma intuitiva. Nos primeiros quatro níveis as percepções/sensações acontecem nas mãos do terapeuta. Em nossa experiência, das percepções/sensações nas mãos, 34% delas podem ser alocadas no primeiro nível; 37,8% no segundo nível de consciência; 2,98% no terceiro nível e 2,68% no quarto nível. As sensações de dor e aspereza que os terapeutas também referiram nas mãos, não são descritas na literatura.  A literatura que versa sobre o toque terapêutico também não faz referências à sensações e manifestações em outras áreas do corpo do terapeuta, assim como sobre visualizações. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os dados aqui relatados e a nossa experiência na prática do toque terapêutico indicam a possibilidade e a necessidade de investigações envolvendo a fase de avaliação do toque terapêutico, que podem auxiliar no desenvolvimento e validação do diagnóstico de enfermagem Campo de Energia Perturbado. Muitas percepções/sensações aqui relatadas são descritas como características definidoras do diagnóstico de enfermagem Campo de Energia Perturbado. Outras percepções/sensações não constam na descrição desse diagnostico pela NANDA e também não são descritas na literatura sobre esta temática, como mencionado anteriormente. Ressaltamos que encontramos dificuldade na categorização das percepções/sensações dos terapeutas, devido à grande variação na forma de elaborar a escrita das mesmas. Acreditamos que essa variação se deve, em parte, pela falta de familiaridade com a denominação, definição e descrição destes fenômenos subjetivos que, em geral, não são abordados dentro do paradigma biomédico, ainda predominante na área da saúde. A partir da elaboração deste relato de experiência os terapeutas iniciaram discussões no sentido de aprofundar o conhecimento de outras racionalidades em saúde para compreender melhor as próprias percepções/sensações e realizar os registros das mesmas de forma mais clara e compreensível à todos. Cabe ressaltar que as percepções/sensações podem inicialmente causar algum desconforto, no entanto, tem curta duração de tempo, desaparecendo por completo, sem consequências para o terapeuta, desde que observadas as bases conceituais e técnicas para cada fase do toque terapêutico.


Palavras-chave


Toque terapêutico, Terapias complementares, Diagnósticos de enfermagem