Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-29
Resumo
O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) foi proposto pelo Ministério da Saúde (MS) como estratégia para alcançar mudanças nas condições e modos de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde e incentivar os gestores locais do Sistema Único de Saúde (SUS) a melhorar o padrão de qualidade da assistência na Atenção Primária à Saúde (APS). Objetivou conhecer a situação atual da Atenção Básica nas unidades de saúde que serão avaliadas no 3º ciclo do PMAQ-AB no que concerne à atenção integral, na perspectiva dos profissionais das equipes de saúde da família. Trata-se de pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, desenvolvida em um município localizado no sudoeste do estado de Mato Grosso, que no ano de 2016 acelerou exponencialmente o processo de expansão da atenção básica chegando a cem por cento de cobertura, após adesão ao Programa Mais Médicos e credenciou-se ao PMAQ-AB no ano de 2015. O campo de estudo foi composto por 10 unidades de saúde da família. Participaram do estudo, 78 profissionais que atuavam na atenção básica e estavam em efetivo exercício nas unidades de saúde. Os dados foram coletados no período de Junho a Agosto de 2016, utilizando a técnica de grupo focal norteado pelo instrumento nacional da Autoavaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (AMAQ). As dez unidades participantes da pesquisa foram as cadastradas para receber avaliação do PMAQ-AB. Considera-se no instrumento aplicado o Processo de Trabalho e Atenção Integral à Saúde que divide-se em duas subdimensões: Organização do Processo de Trabalho e Atenção Integral à Saúde. Na subdimensão Organização do Processo de Trabalho constatou-se que oito unidades apresentaram um nível geral satisfatório, enquanto duas unidades obtiveram nível geral regular. As principais fragilidades expõem-se na ausência de capital humano na composição das equipes, em especificidade enfermeiro e agente comunitário de saúde, instrumentos norteadores do processo de trabalho e alteração constante no território de adscrição. Na subdimensão Atenção Integral à Saúde resultou em quatro unidades com nível geral satisfatório, cinco apresentaram nível geral regular e uma apresentou nível geral insatisfatório. Verificou-se que a maioria das ações desenvolvidas pelas equipes eram pontuais, com pouco planejamento e não eram avaliadas após a execução para estabelecimento de estratégias, assim como, não envolviam a comunidade nessas ações. A saúde do homem e mental foram os principais gargalos em todas as unidades, destaca-se que as práticas complementares eram desenvolvidas em três unidades por médicos cubanos. A aplicação do instrumento AMAQ permitiu reflexão das equipes e troca de experiências resultando em discussões coletivas para tomada de decisões. Esses momentos de encontro colaboraram para a responsabilização e definição de funções dos profissionais da equipe e melhoria da gestão do processo de trabalho. Com isso, privilegia-se observar o funcionamento das unidades a partir de uma avaliação por profissionais, das facilidades ou barreiras, em tempo oportuno, e de acordo com as necessidades da população.