Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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DESIGUALDADES SEGUNDO COR OU RAÇA: REPERCUSSÕES NAS CONDIÇOES DE VIDA E SAÚDE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pedro Ignácio Vidal Campos Figueiredo

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


Os agravos socioeconômicos no Brasil geram inúmeras consequências e desigualdades, os estudos da composição da população segundo idade, sexo, situação socioeconômica e condições de vida, fornecem elementos para um diagnóstico da situação atual do país, assim como para o planejamento social, econômico e de saúde. Nesse contexto, este estudo abordou as diferenças segundo cor ou raça de forma a amplificar as reflexões sobre o contexto histórico que propicia as desigualdades e iniquidades segundo cor ou raça e suas repercussões em saúde no município do Rio de Janeiro, por setores censitários, a partir do Censo Demográfico 2010. A população do município do Rio de Janeiro em 2010 era maior parte branca (51,2%), seguida de pardos (36,5%) e pretos (11,5%). Pessoas de cor ou raça preta e parda apresentaram maior tendência de residir em setores com as maiores proporções de responsáveis analfabetos e com as menores faixas de renda e saneamento básico precário.  Como pode ser obsevado, houve associação positiva entre as proporções de residentes de cor ou raça preta (r = 0,114; p-valor < 0,010) e parda (r = 0,119; p-valor < 0,010) com proporção de domicílios sem água encanada. Enquanto a proporção de brancos apresentou uma associação inversa à proporção de domicílios sem água encanada (r = 0,134; p-valor < 0,010). Assim como pode ser observada a associação negativa entre as proporções de cor ou raça preta (r = -0,64 e r = -0,529; p-valor < 0,010) e parda (r = -0,824 e 0,738; p-valor < 0,010) com proporções de renda e alfabetização. Enquanto a proporção de brancos apresentou uma associação inversa à proporção de renda e alfabetização (r = 0,859 e r = 0,754; p-valor < 0,010). Foi evidenciado que houve associação entre a distribuição espacial das proporções de pessoas agregadas por taxa de baixa renda e analfabetismo, com a concentração de pretos e pardos, por setores censitários. Enquanto que a população branca apresentou distribuição espacial inversa quando comparados esses indicadores. As evidencias apontadas neste trabalho corroboraram com estudos que demonstram disparidades socioeconômica no município do Rio de Janeiro, evidenciando a necessidade da adoção de políticas públicas equânimes de forma a garantir a proteção social, assim como reparo, das desigualdades sociais e em saúde da população negra no município do Rio de Janeiro.


Palavras-chave


Desigualdades em Saúde. Cor ou Raça. Análise espacial