Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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O ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO DOS PROFISSIONAIS SOCORRISTAS DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA NA CIDADE DE SANTARÉM-PARÁ
Rodrigues Ferreira de Souza, André Augusto Ramos Pinheiro Lemos, Greice Nara Viana dos Santos, Greice Nivea Viana dos Santos

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Apresentação: O estresse pode ser definido como um estado que resulta da modificação do ambiente ou de sua adaptação ao mesmo, é uma situação notada como algo ameaçador e desafiador podendo se tornar no decorrer desse processo algo lesivo ao equilíbrio dinâmico e estrutural para o ser humano. No contexto da assistência a saúde, a maioria dos profissionais são bastante acometidos pelo estresse no ambiente em que trabalham se expondo a grandes cargas de pressão no lugar em que exercem sua profissão. O estresse é capaz de promover a redução da disposição dos profissionais que desenvolvia com eficiência as suas atividades, fato esse que acaba por gerar prejuízos no que diz respeito ao atendimento aos clientes bem como ocasionando danos aos próprios profissionais. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o estresse presente no ambiente de trabalho de profissionais socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Método: Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo. A pesquisa foi realizada na unidade do SAMU em Santarém, localizado na Avenida Marechal Rondon, Nº 1628, bairro Santa Clara ao lado do pronto socorro municipal, sob autorização da Secretaria Municipal de Saúde de Santarém-SEMSA. A unidade do SAMU em Santarém-PA conta com um corpo de 55 funcionários, destes, 30 são envolvidos no resgate. A coleta de dados se deu no mês de fevereiro de 2017. Utilizou-se um questionário contendo 6 perguntas fechadas de múltipla escolha. E ainda, para complementação das informações foi aplicado o Inventário de Sintomas de Stress-ISS de Lipp. Resultados e/ou impactos: Verificou-se que houve um predomínio do gênero masculino (89,7%) em relação ao feminino (10,3%), com relação a idade, a faixa etária de maior prevalência é 30 a 39 anos (51,7%). Sobre o tempo de atuação no SAMU, 55,2% tem entre 1 a 4 anos de atuação. O tempo de atuação poderá indicar que os profissionais que trabalham há um certo tempo em determinado serviço demonstram se comparados aos que se integraram a equipe de forma recente, mais conhecimento e familiaridade com as normas, rotinas e procedimentos, aprimora a compreensão e assimilação de suas funções e responsabilidades e relacionamento mais estabilizado com os colegas de trabalho. As falsas ocorrências-trotes, (57%) foram as mais relatadas pelos socorristas, já que nos serviços de urgência tem o costume de ser em grande frequência, pois as chamadas são gratuitas, os índices de falsas chamadas alcançam 70%, dificultando imensamente a identificação das ocorrências que realmente necessitam ser atendido, o que causa um prejuízo duplo para a sociedade, em virtude das ambulâncias se deslocarem de forma desnecessária gerando um alto custo para a sociedade, além de uma situação de real urgência não ser atendido, o que coloca as vidas em risco. A falta de equipamento também se destaca como situação de maior estresse com 43%. Este é um dado que merece atenção uma vez que o trabalho pode ter consequência negativa, pois acaba impedindo muitas vezes a realização de um trabalho eficiente e que pode salvar vidas. Observou-se que 52,9% dos profissionais socorristas do SAMU consomem café e cerca de 26,5% fazem ingesta de suco natural, em geral, as frutas são fontes ricas em compostos antioxidantes. Quando questionado sobre atividades físicas e práticas de modalidades esportivas (42%) são soluções buscadas pelos socorristas para promover sua saúde mental, seguida por lazer (32%) e músicas (26%). A realização de atividades físicas regulares acarreta em vários benefícios para um indivíduo, a exemplo, diminuir o risco de doenças coronarianas, cardiovasculares, hipertensão, obesidade, diabetes e osteoporose. De acordo com os dados pesquisados, 86% dos profissionais socorristas do SAMU afirmam ter uma alimentação saudável, 7% alimentam-se de fast-food, mesmo percentual para os socorristas que não possuem um tempo para realizar refeições adequadas. Estudos nessa linha de pesquisa apontam que a ingesta adequada de nutrientes proporciona a energia necessária para a manutenção dos tecidos muscular e ósseo, além de aumentar o desempenho de atividades do dia a dia, sejam elas tanto intelectuais como físicas. Observou-se que 38% do público pesquisado possui seis horas de sono por dia, 28% tem oito ou mais horas de sono , 21% tem 7 horas de sono, seguida de 14% com menos de 6 horas. O indivíduo necessita minimamente de uma quantidade de seis horas diárias de sono, afim de que proporcionem os benefícios fisiológicos e psicológicos mínimos pelo sono. Ficou em evidência que nos momentos de folga, os socorristas tem preferência em ficar com a família em casa (56%), seguido por atividades físicas (20%), “ir a praia ou passeio com a família ou amigos” (17%) e apenas (7%) tem preferencia por festas nos seus momentos de folga. Pesquisas apontam que a carga horária de trabalho é um aspecto fundamental no que diz respeito às influências que esta tem no tempo disponível para com as famílias. De um total de 45 respostas, 31% dos profissionais apresentaram nas últimas 24 horas o sintoma de tensão muscular, e 22 % refere ter insônia, 27% apresentou o sintoma de desgaste físico constante e 16% afirmou ter cansaço constante. Tendo em vista que é imprevisível o surgimento de ocorrências, os profissionais ficam sempre em alerta, e muitas vezes são chamados para situações de urgência na hora das refeições, o que altera o horário das refeições. Verificou que de um total de 48 respostas, 23% dos profissionais socorristas não tiveram nenhum sintoma de estresse no último mês, não se encaixando na fase de exaustão. Considerações Finais: O presente estudo permitiu concluir os principais fatores estressores dos profissionais socorristas do SAMU de Santarém-PA. Estudos sobre a temática em questão são de grande relevância, pois contribui para identificar fatores estressores que podem levar o profissional de saúde do Atendimento Pré-Hospitalar a desenvolver tanto o estresse físico quanto o psicológico. Neste estudo, pode-se concluir que, os profissionais socorristas do SAMU da cidade de Santarém-PA, encontram-se na fase inicial do estresse conhecido como a fase de ‘Alerta’ conforme evidenciado nos resultados. Dessa forma, esses profissionais prestam um serviço de melhor qualidade, já que buscam soluções para o enfrentamento e dissolução dos fatores estressores.


Palavras-chave


Estresse no Trabalho, Fatores estressores, SAMU