Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
COMO ATENDER BEM SEU PACIENTE LGBTIQ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Lorena Praia de Souza Bezerra, Ana Carolina Monge Vieira, Étila Dellai Campos, Manuela Colle, Maíra de Oliveira Lelis, Valéria Priscila Neves de Souza

Última alteração: 2018-05-30

Resumo


APRESENTAÇÃO

Por meio do estudo do currículo do curso de medicina na Universidade de Caxias do Sul, percebeu-se que o atendimento à população LGBTIQ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, intersexuais e ‘queer’) não é comumente abordado, tornando o conhecimento dos estudantes lacunoso com relação à assistência destes indivíduos e causando certa insegurança por parte dos acadêmicos e futuros profissionais da saúde no atendimento de membros dessa comunidade. Visto isso, resolveu-se realizar um evento multidisciplinar a fim de capacitar estudantes da área da saúde para que estes possuíssem um conhecimento básico a respeito das diferentes orientações sexuais dos indivíduos LGBTIQ e para que soubessem como abordá-los corretamente, principalmente com relação a saúde sexual.

DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

Para a realização do evento, foram abertas 90 vagas, das quais 79 foram preenchidas, e duas palestrantes foram convidadas para discorrer: uma psicóloga e uma ginecologista e sexóloga. A primeira palestra foi ministrada pela psicóloga, que abordou questões relacionadas às diferenças entre os membros da comunidade LGBTIQ, abordando assuntos com a orientação sexual destes e as suas peculiaridades. A segunda foi ministrada pela ginecologista e sexóloga que abordou a forma correta de trabalhar a saúde e a sexualidade destes indivíduos. Posteriormente houve uma mesa de debates, na qual os acadêmicos presentes puderam, de forma anônima, questionar os componentes da mesa sobre assuntos relacionados a saúde LGBTIQ. Os membros da mesa redonda eram as duas palestrantes, o vice-presidente da ONG Identidade LGBT, uma psicóloga homossexual, uma assistente social especializada no atendimento dessa população e uma mulher transexual. Para a mensuração do impacto do evento, foram realizados questionários pré e pós, sendo o questionário pré-evento realizado no momento da inscrição dos acadêmicos, e o questionário pós-evento ao final das palestras, na forma de jogo online.

RESULTADOS

O questionário pré-evento demonstrou que pouco mais da metade dos participantes sabia como abordar os pacientes dentro de suas particularidades, ou a diferença entre travesti, transexual ou transgênero (51.9% e 55.7% de acertos, respectivamente); já 88.6% sabia a diferença entre gênero e sexo. O questionário pós-evento teve nas questões sobre o que é identidade de gênero e os critérios de redesignação sexual os melhores índices (88.2% e 85.3% de acertos, respectivamente). O questionamento de menor índice de acertos (23.5%) abordava o fato de ser considerado crime ter HIV e/ou ser homossexual em alguns países. Acredita-se, entretanto, que a menor abordagem sobre HIV e SIDA durante a palestra seja um dos motivos deste baixo índice.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mote do evento e a abordagem dos palestrantes acarretou uma participação ativa e um debate enriquecedor entre os participantes, gerando um bom resultado no esclarecimento e desconstrução de preconceitos sobre a população LGBTIQ, tal afirmativa é comprovada por meio dos resultados obtidos no segundo questionário. O primeiro questionário, entretanto, evidencia a necessidade de trabalhar esse tema continuamente com os acadêmicos para que estes desenvolvam cada vez mais sua habilidades médicas no atendimento às diferentes populações.


Palavras-chave


educação em saúde; sexualidade; saúde LGBTIQ;