Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Inovação no Processo de Gestão Local da Atenção Básica – Relato de Experiência do Município de Canoas, RS.
Janaina Liberali, Inaí Nascimento, Adriana Oliveira de Farias, Rita Daniele Pitthan Dias, Bianca Lopes Jandrey, Marcelina Zacarias Ceolin, Fernando Ritter, Loara Helena Barbosa Maciel

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


A gestão colegiada apresenta-se como um eixo de qualificação dos processos participativos, dialógicos e emancipatórios, constituindo-se em uma potente estratégia de democratização e compartilhamento de conhecimentos e informações. Nessa perspectiva, desde o início do ano de 2017, a gestão da Atenção Básica do município de Canoas, localizado na região metropolitana de Porto Alegre - RS, com 342 mil habitantes, 28 Unidades Básicas de Saúde, 66 equipes de Saúde da Família, 28 equipes de Saúde Bucal, inovou na gestão local da atenção básica com estruturação dos colegiados de gestão, como espaços permanentes e sistematizados de discussão e cooperação horizontal. Compostos pelas apoiadoras de rede (institucionais), gestores técnicos e administrativos das Unidades Básicas de Saúde, os colegiados ocorrem com periodicidade quinzenal, nos territórios, respeitando a organização político-geográfica do município, o qual é estruturado em quadrantes: nordeste, noroeste, sudeste e sudoeste. Cada quadrante possui um colegiado, como forma de garantir que as especificidades locais sejam observadas e discutidas, possibilitando diagnósticos e planejamentos singularizados. Dentre os objetivos principais dos colegiados, destaca-se o apoio e a instrumentalização aos gestores locais no “ser-fazer” gestão e na produção de mudanças nos processos de trabalho, enriquecida pelas diversas trocas de experiências e vivências, e, também, pela aproximação com as questões macro institucionais dos espaços locais de gestão, tendo, no papel do apoiador de rede, o elo entre esses dois espaços. Os colegiados são abertos, também, à participação de outros atores, entre eles os coordenadores dos programas e políticas públicas, dos centros de especialidades e de referências, das unidades de pronto atendimento e dos hospitais do município, bem como de representantes intersetoriais (CRAS, CREAS, Educação, entre outros) , visando a efetivação de uma rede de apoio aos processos de saúde locais e fomentando a troca de informações que podem subsidiar o planejamento de ações e estratégias em nível central e local. Propõem-se também que estes encontros possibilitem momentos de educação permanente, com a abordagem de temas relacionados tanto ao gerenciamento das Unidades Básicas de Saúde quanto àqueles vinculados ao cuidado, fomentando que esses assuntos sejam compartilhados e discutidos com as equipes, a fim de promover a qualificação dos processos de trabalho. Vislumbra-se, por fim, que, embora ainda em fase de consolidação, os colegiados têm proporcionado comunicação mais efetiva da rede, melhor discussão de fluxos e rotinas institucionais, aproximação entre os gestores, estimulando a cooperação horizontal, a educação permanente e com isso, possibilitando a construção de redes de apoio para mudanças no processo de trabalho de atenção e de gestão da rede de saúde do município.


Palavras-chave


Apoio Institucional; Gestão em Saúde; Saúde Pública.