Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Prevalência de critério qSOFA positivo entre os atendimentos clínicos do Serviço de Atendimento móvel de Urgência (SAMU) de Porto Alegre/RS
Rosane Mortari Ciconet, Carine Fonseca Machado, Priscila Schmidt Lora, Mônica Marczak Figueiredo, Janaína Furtado Rodrigues, Vania Celina Dezoti Micheletti, Denise Antunes de Azambuja Zocche

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


APRESENTAÇÃO: O escore qSOFA é um indicador de beira de leito que pode identificar pacientes com suspeita de infecção, que estão em maior risco de desenvolver sepse fora da unidade de terapia intensiva. Pode ser uma ferramenta útil para serviços de urgência e emergência por utilizar poucos parâmetros, de fácil aferição, como pressão arterial, frequência respiratória e nível de consciência. Nesses serviços, o diagnóstico precoce da sepse é um grande desafio. O enfermeiro desempenha um papel fundamental para este fim, pois esse profissional é responsável pela triagem dos pacientes. DESENVOLVIMENTO: O estudo tem delineamento do tipo transversal. A amostragem foi consecutiva e intencional, foram avaliados todos os atendimentos clínicos do ano de 2016. Foram excluídos da análise os atendimentos que não possuíam dados de pressão arterial sistólica, frequência respiratória e Escala de Coma de Glasgow (ECG). O qSOFA foi calculado pelas seguintes variáveis, utilizando-se a respectiva pontuação: (a) hipotensão, medida pela pressão arterial sistólica inferior a 100 mmHg (1 ponto); (b) frequência respiratória superior a 22 movimentos por minuto (1 ponto); (c) alteração mental, medida por ECG inferior a 15 (1 ponto). Foi considerado qSOFA positivo a soma de dois ou três pontos e foram considerados pacientes com risco de sepse aqueles que possuíam qSOFA positivo e risco de infecção. Os dados foram extraídos de relatórios de produção do serviço e analisados no software SPSS v.22, por estatística descritiva. RESULTADOS: O serviço avaliado realizou 2.254 atendimentos clínicos no ano de 2016. Do total de atendimentos, 883 (39,17%) foram excluídos por não possuírem todos os registros necessários, finalizando uma amostra de 1.371 atendimentos. A pressão arterial sistólica média foi de 130mmHg (DP 29), a frequência respiratória média 20mpm (DP 5), ECG média 15 (DP 1,7). O escore qSOFA foi positivo em 9,2% dos atendimentos (208/1.371). Neste grupo, 41 pacientes foram classificados como tendo suspeita de infecção. Sendo assim, os pacientes que estavam sobre risco de desenvolver sepse foram 3,0% (41/1.371) dos atendimentos clínicos realizados pelo SAMU. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Dentre os atendimentos avaliados, foram identificados pacientes com risco de desenvolver sepse. Recente estudo publicado na revista New England Journal of Medicine apresenta que, em média, incluir o paciente em até uma hora no protocolo de tratamento de sepse, reduz em 3% a mortalidade. Cada instituição é responsável por implementar meios que identifiquem sinais e sintomas de sepse ou choque séptico, o mais precocemente possível, e assim fazer os devidos encaminhamentos. O tratamento precoce previne disfunção orgânica e complicações tardias. Por fim, ressalta-se que 39,17 % dos atendimentos não possuíam os dados para o cálculo do escore qSOFA, cuja ausência pode indicar uma falha no registro do atendimento, o que compromete a avaliação dos pacientes e do serviço.

Palavras-chave


sepse; serviços médicos de emergência, Escores de Disfunção Orgânica