Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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NA CIDADE DE BELÉM DO PARÁ AS CAUSAS E EFEITOS DA SUPERLOTAÇÃO EM UM PRONTO SOCORRO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Wanderson Luis Teixeira, Elyade Nelly Pires Rocha Camacho, Rosiane Luz Cavalcante, Ana Carolina Gusmão

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Introdução: Nos últimos anos o crescente número de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) vem se apresentando como uma ameaça para a saúde e desenvolvimento a todas as nações. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 36 milhões dos óbitos que ocorrem no mundo, são de pacientes portadores de DCNT3. Podemos considerar que as doenças crônicas são as maiores responsáveis pelo agravamento de outras patologias já existentes5, fazendo com que aumente a procura pelo atendimento de urgência e emergência. O pronto socorro tem como função atender pacientes que estejam em estado de urgência ou emergência como pacientes: acidentados, suspeita de infartos, derrames, apendicite, pneumonia, fraturas, entre outras complicações. É de suma importância obter essas informações no ato do acolhimento para possamos promover um atendimento efetivo e de qualidade, o que comumente observamos a cada 10 pessoas que procuram o serviço, em média, seis não são casos de urgência podendo ser atendidas em consultórios ou, em postos de saúde e, isto influência no tempo de espera dos pacientes que realmente necessitam de atendidos com urgência1. Objetivo: Descreve a vivência dos acadêmicos de enfermagem frente à superlotação em um pronto socorro na cidade de Belém-Pa. Descrição da Experiência: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por acadêmicos de Enfermagem do 8° período do segundo semestre do ano letivo de 2016, onde realizavam estágio supervisionado por preceptores da instituição de ensino, no pronto socorro de Belém do Pará que oferece atendimento de urgência e emergência 24 horas, todos os dias, além disso, atende as seguintes especialidades: Clínica Médica, Enfermagem, Pediatria, Traumatologia Terapia Intensiva Anestesiologia, Cirurgia Geral, Serviço de Radiologia e, Eletrocardiograma2. A partir desta vivência foi possível observar a desumanização junto aos usuários e, os profissionais atuantes no pronto socorro. Resultados: Durante as práticas supervisionadas no pronto socorro, foi possível observar a superlotação que por sua vez configura-se em um problema rotineiro sendo percebido através das reportagens e notícias que frequentemente são expostas na mídia. Os pacientes que ali estavam eram acomodados nas macas e, exposto no meio dos corredores estando propensos a quedas e, dificultando o fluxo de outros pacientes conduzidos à sala de emergência, os usuários que chegavam ao pronto socorro eram medicados na sala de espera por não haver espaço suficiente para execução deste procedimento. A falta de leitos para internação era notório, aumentando risco dos pacientes entrarem em óbitos, outro problema identificado foi o atraso no diagnóstico e no tratamento devido ao aumento da demanda, além do déficit na qualidade da assistência aos pacientes decorrente da falta de matérias, dificultando o trabalho da equipe multiprofissional em saúde que na maioria são da enfermagem que na maioria das vezes tenham que improvisar para amenizar esta situação, outra questão que contribui na superlotação era a quantidade de familiares que se faziam presentes no momento da chegada do paciente, fazendo com que aumentasse o risco de infecção. Os profissionais atuantes no pronto socorro estavam cientes dos problemas enfrentados onde os mesmos buscavam estratégias para minimizar o desconforto dos pacientes que, sem culpa encontram-se em um ambiente desconfortável e inapropriada. De acordo com estudo de Ramos, et. al.4 afirmam que na maioria dos casos, a superlotação nos serviços de emergência ocorre devido a certeza de que os usuários terão acesso ao serviço e a possível resolutividade de suas enfermidades, mesmo sabendo que a função do pronto socorro não se aplica em todas as situações. O mesmo afirma que, devido à falta de acesso à rede básica e à falta de informação sobre o serviço estimula o interesse da população na procura do atendimento no pronto socorro4. Conclusão: A superlotação do pronto socorro trouxe vários efeitos negativos na assistência ao paciente, este problema é ocasionado por diversos fatores, entre eles estão o agravamento das comorbidades já existente nos pacientes, à falta de orientação dos usuários sobre o atendimento de urgência e emergência fazendo com que estes pacientes procurem o serviço sem necessidade, à ausência de humanização na assistência, o aumento da demanda e a reorganização do fluxo de atendimento ao paciente gerando um aumento exacerbado de pacientes em apenas um pronto socorro. Dessa forma, a demanda inesperada dos pacientes em estado de gravidade ou não ao pronto socorro torna-se um verdadeiro desafio e um setor importante de um hospital, onde a assistência prestada deve priorizar pacientes em estado de urgência e emergência. Porém, é de extrema importância implementar políticas públicas no intuito de amenizar estes fatores que contribuem para o aumento na demanda no atendimento de urgência, afim de melhor redistribuir esse atendimen

1. CLAUDIA DE LA RUA (Itapeva). Assessoria de Comunicação da Santa Casa de Misericórdia de Itapeva (Org.). Função do Pronto Socorro: Função do Pronto Socorro. 2016. Disponível em: <http://www.santacasadeitapeva.org.br/pronto-socorro/funcao-pronto-socorro/>. Acesso em: 04 fev. 2016.

2. PREFEITURA de Belém: Urgência e Emergência. 2016. Disponível em: <http://www.belem.pa.gov.br/app/c2ms/v/?id=12&conteudo=4672>. Acesso em: 20 maio 2016.