Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-24
Resumo
Apresentação:
O sistema educacional é um espaço institucional privilegiado para a convivência social e o estabelecimento de relações intersubjetivas favoráveis à promoção da saúde e à construção de resposta social aos desafios colocados para a sociedade (BRASIL, 2006). Em virtude disto, vê-se a importância da saúde entrar neste sistema. Os adolescentes que nele se encontram estão na idade de iniciação sexual, fato que justifica as ações de prevenção e promoção à saúde direcionadas a esta população e o enfrentamento da vulnerabilidade à infecção pelo HIV, outras DST e à gravidez não-planejada.
A gravidez na adolescência é associada a diversos fatores, tais como: vulnerabilidade individual e social, gravidez não-planejada, falta de informação apropriada e de acesso aos serviços de saúde e o status das adolescentes mulheres na sociedade (BRASIL, 2006). A quantidade de adolescentes grávidas no Brasil caiu 17% entre 2004 e 2015 (BRASIL, 2017). O aumento de ações dentro das escolas, a orientação sobre métodos contraceptivos e a distribuição de camisinhas têm contribuído para a queda deste número (BRASIL, 2012).
Objetivo:
Relatar a experiência de uma acadêmica no Programa de Atividade Curricular de Extensão (PACE) “Atividades educativas para a prevenção da gravidez na adolescência”.
Desenvolvimento do trabalho:
No decorrer do primeiro semestre de 2017, acadêmicos da UFAM participaram do PACE “Atividades educativas para a prevenção da gravidez na adolescência” e colaboraram com cerca de 180 alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professora Sebastiana Braga. As atividades estiveram em torno de três temas: a estória de Camila, gravidez precoce e métodos contraceptivos.
A estória de Camila falava de uma adolescente de 15 anos que, apesar das orientações da mãe sobre educação sexual, engravida. Nas pausas, houve debates sobre o uso de preservativos, a possibilidade de engravidar na primeira relação sexual, a responsabilidade do rapaz e da moça em virtude da gestação, entre outros, para uma interação completa e didática entre os voluntários do projeto e os alunos da escola.
Os temas de gravidez precoce e métodos contraceptivos também foram abordados em uma apresentação com informações apropriadas para esclarecimento de dúvidas que restassem. Além disso, foi possível orientar os alunos quanto às doenças sexualmente transmissíveis e incentivar o uso de preservativos, com posterior distribuição dos mesmos.
Impactos:
Apesar da instituição de ensino ser vinculada a projetos de saúde preventiva, conforme questionário aplicado, cerca de 89% dos alunos não tinham conhecimento dos temas abordados. Em virtude disto, o projeto apresenta maior significado no desenvolvimento dos adolescentes e na razoabilidade para questões relacionadas à saúde sexual e reprodutiva.
O método aplicado foi fundamental para atingir o interesse dos alunos e ampliou a participação destes nas conversas, inclusive em temas considerados tabu. Esta foi a maior das surpresas desde o primeiro dia pois os adolescentes, por vezes introspectivos nestes assuntos, demonstraram obter proveito da experiência.
Considerações finais:
Projetos como este apresentam sua importância ao contribuir para a redução da evasão escolar relacionada à gravidez na adolescência e da incidência de gravidez não-planejada na população adolescente e jovem.