Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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TEMA: RESILIÊNCIA E DOENÇA CRÔNICA NA ADOLESCÊNCIA: revisão integrativa
dayse maria de vasconcelos rodrigues, EMANUELE MENEZES CORREIA, RAMON MONTEIRO FERNANDES, EDNALVA SANTANA DE OLIVEIRA SANTOS, PATRICIA DOS SANTOS AUGUSTO, MAURO LEONARDO SALVADOR CALDEIRA DOS SANTOS, PATRICIA DOS SANTOS CLARO, LUIZA DE LIMA BERETTA

Última alteração: 2018-01-24

Resumo


APRESENTAÇÃO:O presente estudo justifica-se pelo reconhecimento da importância sistemática da resiliência como um instrumento válido e eficaz que repercute diretamente na melhoria da qualidade dos serviços prestados, fazendo-se necessário o entendimento desta temática e dos fatores que a permeiam para que seja possível adotar medidas eficazes para o planejamento e execução dos cuidados de enfermagem e dos profissionais de saúde, de uma forma geral. Estudar resiliência representa uma mudança de foco, trabalhando as potencialidades dos indivíduos e seus os fatores de proteção em detrimento da valorização apenas dos fatores de risco, do biológico e das patologias. É possível, portanto, compreender a capacidade de resiliência do indivíduo como o posicionamento e as ações dele frente às situações negativas de vida. Quando um adolescente se encontra em uma condição de saúde desfavorável e tem a necessidade de acompanhamento de saúde regular passa por períodos de internação hospitalar, tem-se uma situação indutora de estresse, em que tanto o adolescente quanto seus familiares podem ficar bastante abalados. A descoberta de uma doença crônica nesta fase da vida pode ser encarada com dificuldade, uma vez que a própria cronicidade remete a episódios de exacerbação dos sintomas e condições indesejáveis da patologia como dor, medo da morte, entre outros. Contudo, espera-se do adolescente considerado resiliente a utilização de estratégias de regulação, o que inclui a capacidade de mudar os seus comportamentos, sentimentos e emoções, para reagir e se adaptar aos contextos onde se inserem. OBJETIVO. Discutir a questão da resiliência, apoio social, autoestima no impacto da saúde do adolescente com doença crônica. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: presente estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura de abordagem qualitativa. O levantamento da produção científica foi realizado na internet através da BVS; PubMed; Scopus e Cinahl. Para o levantamento dos artigos foi utilizado os seguintes descritores: “Adolescente”, “Apoio Social” e “Doença crônica”. Foi realizado o agrupamento dos descritores utilizando o booleano “AND”, da seguinte forma: “adolescente AND resiliência”; “adolescente AND resiliência AND doença crônica”; “adolescente AND apoio social”; “adolescente AND apoio social AND doença crônica”; “adolescente AND autoestima”; “adolescente AND autoestima AND doença crônica”. Os critérios de inclusão utilizados para a seleção da amostra foram: aderência aos objetivos e temática; artigos publicados do ano de 2013 a 2017 com textos completos; artigos com o limite: adolescente. RESULTADOS: Após a associação dos descritores restaram 18 artigos que foram divididos nas seguintes categorias: Categoria A: adolescente e apoio social .Os artigos dessa categoria versam sobre as estratégias de enfrentamento dos adolescentes, na vivência de uma doença crônica, destacando a importância de: suporte da família e de outros pacientes com a mesma clínica; a parceria do adolescente com quem cuida dele incluindo aí as equipes de saúde e pares principalmente aqueles que organizem os serviços de acolhimento e suporte às necessidades física, social e emocional daqueles que careçam. Do mesmo modo os amigos, a tecnologia, o suporte social e a escola influenciaram de forma positiva a confrontação para com a enfermidade. Categoria B: adolescente e apoio social e doença crônica. Os artigos selecionados citam que a doença crônica para o adolescente ganha seriedade, já que, vai interferir no cotidiano, onde seu ritmo de vida será alterado e as restrições que o serão impostas vão limitá-los de realizar atividades básicas. O mesmo será obrigado a reorganizar sua vida dentro das novas possibilidades, e os esforços para o enfrentamento de uma moléstia crônica vão variar de pessoa para pessoa de acordo com experiências vivenciadas, influenciando diretamente no recebimento do diagnóstico a na adesão ao tratamento. Além disso, construção de redes de apoio social também foi citada devendo serem valorizadas e oferecidas nos serviços de saúde. Categoria C: adolescente e resiliência. Os artigos elencados aqui destacam alguns elementos relacionados para o acesso a resiliência, dentre eles: a capacidade individual de superação de adversidades; valores; habilidades para resolver problemas; crenças; otimismo; experiências anteriores pessoais; altruísmo e a história singular de cada um. Porém alguns componentes parecem funcionar como obstáculos para a ocorrência do processo de resiliência como, por exemplo, a apatia e a negação em relação à doença; adolescentes com pais separados; a falta de estrutura da escola para dar apoio a alunos com doenças crônicas; a não adaptação às exigências da enfermidade; as más condições de vida do juvenil. Categoria D: adolescente e resiliência e doença crônica. De acordo com os artigos discriminados nessa categoria a capacidade de conversão de experiências negativas em algo positivo, é diretamente relacionada à resiliência, dos adolescentes e estreitamente ligada a suas relações familiares. Há algumas características pessoais que vão influenciar a forma como se enfrenta a doença no contexto da adolescência. Outros fatores para potencialização da resiliência é a autoestima, o apoio, o acolhimento pelos membros de rede pessoal e social e as relações afetivas estáveis sejam elas entre amigos, família e cônjuge e equipe de saúde. Categoria E: adolescente e autoestima. Os artigos encontrados permitem ressaltar que adolescentes que enfrentam uma moléstia crônica preferem não se expor por medo do estigma da doença. Logo, os mesmos impõem limites em suas próprias vidas, abdicando-se de planos futuros e refletindo negativamente em sua autoestima o que aumenta a sua vulnerabilidade para adoecer. Esses entraves pessoais são exaltados quando os adolescentes não recebem sufrágio familiar, social ou dos serviços de saúde, fazendo-se necessário, portanto uma rede de apoio. Contudo, aqueles que tiveram suporte harmonioso em termos de cuidados básicos desencadearam maior autoestima e menor tensão emocional. Categoria F: adolescente e autoestima e doença crônica. O artigo encontrado reforça que as experiências afetivas acompanhadas no processo de adoecimento crônico podem exercer grande influência na autoestima dos adolescentes ativando positivamente fatores relacionadas à percepção do seu sucesso e enfretamento da doença. Além de ajudar o paciente a identificar situações vulneráveis facilitando nas tomadas de decisão, no acesso às estratégias e avaliação dos resultados finais das táticas aplicadas possibilitando a mudança futura do que foi implementado. CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os artigos lidos trazem a necessidade de integração desses jovens ao convívio social, a família, a escola, e aos profissionais de saúde, a fim de através dessa inserção promova-se o potencial de resiliência e estimule sua alta autoestima. Neste sentido, vale ressaltar a importância de redes de apoio e da equipe de saúde, com relação ao suporte emocional e também no auxílio ao controle da doença crônica, uma vez que o domínio dos sintomas pode ter um impacto bastante positivo na forma com que o adolescente encara e enfrenta a mesma. O pouco ou falta de apoio social, baixa autoestima, parecem contribuir negativamente na capacidade de o adolescente sair de um estado débil. Portanto, o conhecimento dos subsídios que ajudem o jovem a amenizar o processo de adoecimento crônico é ponto chave para diminuição das reinternações, adesão ao tratamento, maior interação social, melhora a confiança em si, da autoestima e imagem corporal. Este estudo contribui para o ensino superior nas diversas áreas da saúde, ampliando a discussão sobre a temática, estimulando a realização de novas pesquisas e aprimorando os conhecimentos dos docentes e discentes de forma a graduar profissionais com sensibilidade e preparo adequado, capazes de prestar uma assistência voltada para a integralidade, articulada com as políticas públicas de saúde para o adolescente.

Palavras-chave


RESILIÊNCIA ; DOENÇA CRÔNICA ;ADOLESCÊNCIA