Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
O CUIDADO E A EDUCAÇÃO EM SAÚDE A PARTIR DAS MULHERES CAMPONESAS: PROTAGONISMO E RESISTÊNCIA POPULAR
Vanderléia Laodete Pulga

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


Apresentação: Pesquisa sobre as contribuições político-pedagógicas dos movimentos sociais populares nas experiências e práticas de cuidado e de educação em saúde, especialmente do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) para compor a caixa de ferramentas pedagógicas dos processos de formação na saúde para atuação no Sistema Único de Saúde em comunidades do campo e das florestas.

Desenvolvimento e Método: A pesquisa realizou-se com MMC Brasil, através de análise de observações, registros, documentos, histórias de vida, oficinas e círculos de cultura feitas com mulheres dessa organização, como também as redes de interação com a educação popular e permanente em saúde. Articula essas experiências e seus saberes no contexto de produção de vida, saúde e adoecimento em seus territórios e os desafios para o cuidado integral e a educação em saúde. Traz a ação das mulheres camponesas na produção de cuidado da vida e da saúde em articulação com as relações de gênero, etnia, classe e orientação sexual, ao feminismo e ao projeto de agricultura camponesa.

Resultados: As políticas públicas de saúde no Brasil nos territórios de atuação dessas mulheres camponesas são recentes e frágeis na garantia do acesso e na atenção integral à saúde. O MMC tem importância na conquista de direitos e a saúde emerge como luta relevante. Nele as mulheres se ressignificam, tem o cuidado com vida e a saúde como base central, têm experiências de libertação e emancipação, enquanto sentido profundo de sua práxis portadora de uma dinâmica educativa-terapêutica e trazem contribuições político-pedagógicas para educação em/na saúde.

Considerações Finais: A pequisa desvelou as dificuldades de acesso das mulheres e famílias no cuidado integral nas populações do campo e da floresta, ao mesmo tempo em que desafia o Sistema Único de Saúde a sua expansão de acesso e cuidado qualificado. As mulheres camponesas, com suas práticas de cuidado a partir da educação popular em saúde, permeadas pelo paradigma do “Bem Viver”, da agroecologia, da saúde integral e das questões de gênero, etnia e classe social, vem, construindo novas formas de cuidar e de compreender tanto a saúde como as relações humanas através do feminismo camponês e popular.

 


Palavras-chave


Educação popular em saúde; Mulheres Camponesas; Saúde.