Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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QUALIDADE DE VIDA DE HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS VIVENDO COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA
Odaleia de Oliveira Farias, Dayse da Silva Guedes, Ivana Cristina Vieira de Lima, Samyla Citó Pedrosa, Marli Teresinha Gimeniz Galvão

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Dados epidemiológicos do Brasil indicam aumento dos casos de HIV entre homens que fazem sexo com homens. Nessa população-chave, a descoberta da infecção pode gerar impactos negativos sobre a qualidade de vida, associados ao medo de perder o status social, à culpa em relação à família e à solidão, com consequências significativas sobre a saúde física e mental. Consoante, identificar precocemente os impactos da infecção sobre a qualidade de vida é uma intervenção necessária para promover autocuidado e adesão ao tratamento. Por isso, o objetivo deste estudo é avaliar a qualidade de vida de homens que fazem sexo com homens vivendo com HIV. Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, realizado de julho a dezembro de 2016, em um serviço de atenção especializada em HIV/aids, no nordeste do Brasil.  A amostra foi de 111 homens que fazem sexo com homens vivendo com HIV, recrutados por meio de amostragem não probabilística, a partir dos critérios de inclusão: ser do sexo masculino, apresentar idade superior a 18 anos e se autorreferir homossexual. A coleta de dados foi realizada a partir de entrevista estruturada baseada em um formulário relacionado ao perfil sociodemográfico/clínico e em instrumento para avaliação da qualidade de vida (HAT-QoL), composto por 42 perguntas sobre nove domínios: função geral, satisfação com a vida sexual, preocupações com a saúde, preocupações financeiras, preocupações com a medicação, aceitação do HIV, preocupações com o sigilo, confiança no profissional e função sexual. A qualidade de vida foi considerada comprometida nos domínios com pontuação ≤ 75. Dados organizados no Excel for Windows e posteriormente submetidos à análise estatística descritiva, baseada no cálculo da média e das frequências absoluta e relativa. Os entrevistados apresentaram idade entre 18 a 64 anos (média=29 anos), escolaridade média de 12 anos de estudo, renda média superior a um salário mínimo em reais, média tempo de diagnóstico de 18 meses, com predomínio da situação ocupacional ativa (66,7%), estado civil solteiro (75,7%) e religião católica (45,9%). A maioria tinha contagem de linfócitos T CD+ superior a 350 células/mm3 (92,8%), carga viral detectável (54,9%) e estava em tratamento antirretrovial com tenofovir+lamivudina+efavirenz (78,3%), com posologia média de 1,5 comprimido/dia. A avaliação da qualidade de vida pela escala HAT-QoL indicou cinco domínios comprometidos: função geral, satisfação com a vida sexual, preocupações com a saúde, preocupações financeiras, preocupações com a medicação. A infecção pelo HIV teve influência negativa na qualidade de vida de homens que fazem sexo com homens jovens e recém-diagnosticados. Recomenda-se um plano de cuidados que contemple as necessidades específicas dessa população, de modo a promover a saúde psicológica e social, visando promover a qualidade de vida.


Palavras-chave


HIV-1. Homens. Qualidade de Vida.