Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PARTURIENTE NO CENTRO DE PARTO NORMAL EM MARACANAÚ: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Aviner Muniz de Queiroz, Raquel de Maria Carvalho Oliveira, Thaynara Ferreira Lopes, Débora Pena Batista e Silva, Sarah Vieira Figueiredo, Letícia Alexandre Lima, Ilvana Lima Verde Gomes

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


A humanização do parto é uma das diferentes ações que integram a Política Nacional da Humanização (PNH), desenvolvida pela OMS, cuja premissa é o atendimento humanizado aos usuários do Sistema Único de Saúde, reduzindo as taxas de cesáreas e de mortalidade materna, e garantir maior participação da parturiente nas decisões sobre sua saúde, assegurando, assim, o máximo bem-estar da mulher e do bebê entre outros. O essencial da política de humanização é o acolhimento, que implica em uma recepção humana e atentiva às queixas, preocupações, angústias e dúvidas das mulheres, que são ouvidas, garantindo-lhes a responsabilidade da equipe na resolução dos problemas e na continuidade da assistência, quando houver necessidade desta. Nesse sentido, ressalta-se que a atenção humanizada é um conceito amplo que suscita muitos significados. Adota a concepção de que a atenção humanizada pressupõe que o profissional de saúde respeite a fisiologia do parto, sendo um processo natural, sem a realização de condutas invasivas desnecessárias. A valorização dos aspectos culturais e sociais e, principalmente da autonomia da mulher são imprescindíveis nesse processo. Além disso, a atenção humanizada durante o parto e nascimento seja pautada em uma abordagem onde a mulher é a protagonista neste momento e onde o profissional esteja apto a desenvolver o suporte físico e emocional à parturiente, com a utilização de práticas não invasivas tais como o estímulo à deambulação, à mudança de posição, o uso da água para relaxamento e massagens. A participação familiar também deve ser estimulada e apoiada no intuito de fortalecer a mulher e a formação de vínculos afetivos entre mãe, família e bebê. Neste contexto, ao atuar desta maneira, a enfermeira obstétrica tem colaborado e contribuído de forma significativa com as políticas públicas de Humanização do Parto e Nascimento do Ministério da Saúde do Brasil e atendido as recomendações emanadas pela Organização Mundial de Saúde visando o aumento do parto vaginal normal e a diminuição da morbimortalidade materna, perinatal e neonatal. Diante disso, tem-se a importância, na atenção à saúde das mulheres, compreendemos a integralidade como a concretização de práticas de atenção que garantam o acesso das mulheres a ações resolutivas construídas segundo as especificidades do ciclo vital feminino e do contexto em que as necessidades são geradas. Nesse sentido, o cuidado deve ser permeado pelo acolhimento com escuta sensível de suas demandas, valorizando-se a influência das relações de gênero, raça/cor, classe e geração no processo de saúde, de adoecimento das mulheres e na assistência ao parto humanizado. Com isso, objetivou-se relatar a experiência de implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem a gestante em trabalho de parto. O estudo é descritivo do tipo relato de experiência de caso clínico. Foi realizado no período de 31 de outubro a 09 de novembro de 2017, no centro de parto normal de um hospital de atendimento terciário da cidade de Maracanaú, Ceará. Foi baseado na Sistematização da Assistência de Enfermagem, assim, para que seja realizada da maneira correta, foram usadas as etapas do processo de enfermagem utilizando-se as classificações da NANDA 2015-2017. Nele foram coletados dados referentes ao histórico pessoal da gestante através de seu prontuário. De acordo com o roteiro de Sistematização da Assistência de Enfermagem do hospital, foi implementada as intervenções durante o trabalho de parto e pós-parto. Os dados foram analisados de acordo com a classificação North American NursingDiagnosisAssociation (NANDA 2015 – 2017). Durante o acompanhamento da paciente, foi realizada a Sistematização da Assistência de Enfermagem, onde se podem perceber alguns diagnósticos de enfermagem e, através deles, planejar a assistência e alcançar os resultados esperados. Diante da anamnese e consulta de enfermagem, foi possível observar os seguintes diagnósticos de enfermagem, como levantar-se prejudicado, conforto prejudicado, dor aguda, decorrente o processo de trabalho de parto, e risco de hemorragia. Com isso, foi possível realizar intervenções de enfermagem, com objetivo de proporcionar uma atenção integral a saúde da mulher e um maior conforto durante o processo de trabalho de parto. Além disso, as intervenções realizadas, foram oferecer o conforto, incentivar a parturiente a levantar e se movimentar para facilitar a descida do feto, oferecer as medidas de conforto e alívio da dor, como banho, massagens e conversar com a parturiente sobre a melhor posição para o trabalho de parto. Além disso, foram realizados os cuidados de enfermagem durante o pós-parto, como a monitoração dos sinais vitais, que pode identificar alguma infecção, a monitoração do sangramento e foi realizado a palpação do globo de segurança de Pinard para averiguar a contração do útero. Diante dos cuidados prestados à paciente, pode-se perceber a importância do cuidado humanizado prestado pela enfermagem, tendo em vista uma atenção integral à saúde da mulher gestante. É necessário para a humanização do parto um adequado preparo da gestante, iniciando durante o pré-natal, necessitando de um esforço no sentido de sensibilizar e motivar os profissionais de saúde e fornecer-lhes informações para um trabalho humanizado com as gestantes, incluindo desde as mais simples, de onde e como o nascimento deverá ocorrer, o preparo físico e psíquico da mulher. Além disso, a Enfermagem tem consciência da sua responsabilidade diante da qualidade do cuidado quepresta ao paciente durante o pré-natal, parto e puerpério, do atendimento da instituição, à ética, às leis e àsnormas da profissão, assim como da contribuição do seudesempenho na valorização do cuidado a mulher e ao recém-nascido e satisfação das pacientes. Pode-se concluir que o processo da assistência de enfermagem à mulher em trabalho de parto é de grande importância para uma evolução de forma segura e adequada desse parto, bem como garantir à mulher um apoio durante todo o momento. Ademais, devido à complexidade e particularidade de cada situação, a maneira como a assistência é oferecida implica na satisfação de quem recebe. É necessário considerar, ainda, que os pontos fundamentais do cuidado e do acolhimento às mulheres no processo de trabalho de parto não estão nas rotinas e instalações físicas, mas nas situações em que profissional e cliente se relacionam através da satisfação, fazendo com que as relações interpessoais sejam os verdadeiros instrumentos que contribuam para a vivência da hospitalização, fazendo desse relacionamento o eixo fundamental para a humanização do acolhimento na assistência à saúde.


Palavras-chave


Parto Humanizado; Parto Normal; Saúde da Mulher