Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
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Desafios na gestão de serviços de saúde bucal ofertados no SUS
Última alteração: 2019-01-03
Resumo
Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece serviços em níveis de organização compreendendo graus de complexidade, sendo eles: básico (primário), média (secundário) e alta (terciário). Observa-se que na prática dos serviços em saúde o processo de comunicação é predicado, fato recorrente que tem sido gerado pelo uso indiscriminado e demasiado de normas e protocolos no cotidiano deste campo, acrescido, ao aumento da produtividade através da intensificação de serviços. Estes fatores têm levado por sua vez, numa letargia, bem como na fragilidade e inflexibilidade do sistema de saúde. Objetivo: Diante disso relataremos a experiência vivenciada no fluxo de atendimento odontológico do Centro de Especialidades Médico e Odontológicas (CEMO) em Belém do Pará com a finalidade de compreender a problemática da gestão e o processo de trabalho dos serviços odontológicos no SUS. Desenvolvimento do trabalho: O CEMO contempla as especialidades odontológicas de odontopediatria, PNE, ortodontia preventiva e interceptativa, endodontia, cirurgia bucomaxilofacial, periodontia e clínica do bebê, além de urgência. O atendimento é mediante referência das unidades básicas de sua área de abrangência, exceto a urgência e clínica do bebê que é demanda espontânea. Percebeu-se que os usuários têm dificuldades em obter atendimento na atenção básica e buscam no setor de urgência o que acaba impactando no atendimento que realmente seria de urgência, que por sua vez fica superlotada com alta demanda. Vale ressaltar também que o setor de atendimento de odontopediatria e PNE geralmente recebe encaminhamentos para procedimentos que poderiam ser resolvidos na unidade básica, mas por relatarem não haver material e/ou equipamento estar danificado e/ou considerarem que determinado paciente deve ser atendido no centro de especialidades, como por exemplo os pacientes considerados com “necessidades especiais”: gestantes, hipertensos ou mesmo com alguma deficiência física o fazem de forma errônea. Os profissionais sensibilizados geralmente acabam atendendo esses pacientes que deveriam ser atendidos na unidade básica tentando aliviar a angústia e resolução do problema desse usuário, sendo que o mais adequado seria contra-referenciar os mesmos. Resultados: Realidade assistencial sobrecarregada proveniente da desorganização dos serviços, ausência de acolhimento e classificação inadequada dos problemas e necessidade de tratamento não suprido a partir dos profissionais da atenção básica. Considerações finais: Retrata a deficiência da gestão maior relacionada a oferta e distribuição de serviço de saúde. Outros fatores estão relacionados a desorganização, ausência de referência adequada, desconhecimento e/ou desinteresse do conhecimento do processo de trabalho, fatores estes que potencializam o aumento do fluxo de atendimento no centro de especialidades, sobrecarregando os profissionais e consequentemente interferindo na qualidade da assistência ofertada. Percebe-se que avaliações deveriam ser realizadas com mais frequência com a finalidade de se verificar se os serviços ofertados são ofertados de acordo com o que preconiza a Política de Saúde, se a distribuição de materiais e profissionais é adequada as necessidades da população, entre outras ações.
Palavras-chave
Saúde pública; Gestão dos serviços