Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Instrumentos De Avaliação Como Ferramenta Para Identificação De Diagnósticos De Enfermagem Risco De Queda Na Consulta Ao Idoso: Relato De Experiência
Sabrina Silva, Milena Simas, Simone Gomes, Manuela Seidel, Luenne Chaves, Izabela Silveira, Viviane Aguiar

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Apresentação: Simultaneamente ao processo de envelhecimento humano emergem gradativamente fatores que podem maximizar o risco de queda em pacientes idosos. Taís fatores podem ser intrínsecos quando relacionados as alterações fisiológicas e patológicas como perda de massa muscular e óssea, diminuição da motricidade e acuidade visual; ou extrínsecos quando o risco de quedas está associado ao ambiente, iluminação e tipo de calçado utilizado. As consequências da queda interferem diretamente na capacidade dos idosos no desenvolvimento de suas atividades de vida diária, desta forma podem refletir na diminuição ou perda da autonomia e independência. Torna-se imprescindível a atuação do enfermeiro no processo de identificação deste risco para que medidas profiláticas sejam adotadas em busca da diminuição dos eventos de queda. O uso  de ferramentas combinadas para identificação do risco de queda permite a implementação de medidas que intervirão nas causas associadas ao risco de queda permitindo ao enfermeiro a identificação do diagnóstico de enfermagem pela taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA 2015 -2017) na busca de um melhor planejamento do cuidado. Diante do exposto tem-se como objetivo demonstrar a necessidade de instrumentos de avaliação como ferramenta para identificação do diagnóstico de enfermagem risco de queda na consulta ao idoso. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido por acadêmicas do curso de enfermagem da Universidade Federal do Pará, no período de aulas práticas da Atividade Curricular de Introdução à Enfermagem, em agosto de 2017, em uma Unidade Municipal de Saúde do município de Belém, Pará. A consulta de enfermagem foi realizada com um idoso de 76 anos, semianalfabeto e com diagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica. O estudo foi dividido em três momentos: anamnese e exame físico, aplicação do Teste de Alcance Funcional (TAF) e Timed up And Go (TUG) para verificação do equilíbrio e mobilidade funcional e a escala de Downton para avaliação do risco de queda; e identificação do diagnóstico de enfermagem para risco de queda baseado no North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), versão dos anos 2015/2017. No primeiro momento com a anamnese e exame físico identificou-se histórico de quedas anteriores, uso de medicamentos hipotensores e alterações auditivas fazendo o uso de aparelho auditivo bilateral. No segundo momento o idoso foi submetido ao TAF, realizado com auxílio de uma régua fixada na parede a altura de seu acrômio. O idoso necessitou posicionar-se perpendicularmente a fita com o quadril alinhado, pés paralelos entre si, com um dos braços estendido num ângulo de 90°, a altura da régua, nesta posição foi orientado a executar uma inclinação máxima de alcance com o braço, contudo permanecendo com os pés fixos no chão. O teste foi realizado 3 vezes e os resultados foram obtidos por meio da média aritmética de suas medidas. Foi executado o TUG para avaliação do equilíbrio e mobilidade do idoso. Neste teste o idoso necessitou levantar de uma cadeira sem apoio, caminhar por uma distância de 3 metros, dar um giro de 180° caminhar e retornar e sentar-se novamente sem auxílio. O último instrumento foi escala de Downton, que consistiu em questionamento referentes a fatores de risco de quedas. A escala envolve quedas anteriores, administração de medicamentos, déficit sensorial, estado mental e deambulação. Resultados: Os testes foram essenciais para avaliar a existência de riscos potenciais de queda no paciente idoso. No TAF segundo padrões de avaliação valores menores que 15 cm indicam fragilidade para risco de quedas, contudo o idoso obteve uma média aritmética de 35,5 cm. Desta maneira, não apresentou desequilíbrio funcional neste instrumento. No TUG o paciente executou a atividade, no tempo de 19,11 segundos, estando dentro do padrão esperado. Na escala de Downton o idoso teve uma pontuação maior que 3, valor este que indica maior risco de quedas, tais riscos foram relacionados a relato de quedas anteriores, uso de hipotensores e déficit sensorial evidenciado por alterações auditivas. Dos três instrumentos aplicados, apenas um identificou o risco de queda. Tal resultado evidencia a importância de associar dois ou mais instrumentos como forma de confirmação. No caso do idoso que realizamos a consulta apresenta um bom equilíbrio funcional, identificados no TAF e TUG, mas com risco para queda devido os fatores analisados na escala de Downton. Desta maneira, com o auxílio dos instrumentos de avaliação e os fatores relacionados com o aumento da possibilidade do idoso cair encontrados no North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) como a presença dos fatores de risco envolvendo a idade avançada, uso de medicações e déficit visual e auditivo, identificou-se o diagnóstico de enfermagem Risco de queda. Os instrumentos utilizados revelaram que as avaliações podem ser realizadas em tempo hábil e não possuem nenhum tipo dificuldade de entendimento para o cliente e para a equipe de enfermagem, por esse motivo, os objetos utilizados nos testes deveriam ser de uso diário da prática clínica, pois permitem uma execução de baixo custo e fácil organização. O idoso quando sofre queda, apresenta na sua grande maioria um declínio na vida social e funcionalidades diárias, uma vez que o medo de uma nova queda se torna constante. Para o idoso fica evidenciado a perda das capacidades do corpo, o que potencializa uma o processo de depressão pós queda. Diante de toda a problemática que envolve o risco de queda, fica claro que os resultados obtidos demonstram a importância dos enfermeiros utilizarem nas consultas aos idosos instrumentos de modo a obterem um diagnóstico de enfermagem preciso, afim de elaborar e colocar em prática medidas preventivas para que os riscos sejam atenuados e/ou modificados. Vale ressaltar, que o enfermeiro deve sensibilizar os idosos a respeito dos riscos em que o mesmo está exposto e encorajá-lo a adaptar-se à nova realidade. Considerações Finais: Torna-se perceptível a relevância da utilização de ferramentas de avaliação de risco de quedas durante a consulta de enfermagem ao paciente idoso, em que o enfermeiro é essencial neste processo, assim como fundamental para a orientação de medidas profiláticas de possíveis eventos de quedas, contribuindo para a redução dos índices de quedas em idosos e para sua qualidade de vida.


Palavras-chave


risco de queda; instrumentos de avaliação; idoso