Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO PROJETO DE EXTENSÃO DE ODONTOLOGIA: BELÉM/PA
Andréa Cristina Marassi Lucas

Última alteração: 2017-11-09

Resumo


USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO PROJETO DE EXTENSÃO DE ODONTOLOGIA: BELÉM/PA

Márcio Vinicius de Gouveia Affonso1; Glauce Guimarães Pereira1; Laysa Martins Barreto1 ; Sheila Cristina Almeida Cruz1; Andréa Cristina Marassi Lucas2; Pettra Blanco Lira Matos2;Tiago Silva do Nascimento3;

Liliane Silva do Nascimento4

1Graduando em Odontologia, Universidade Federal do Pará (UFPA)

2Cirurgiã-dentista, Residente em Saúde da Família (UEPA)

3Médico, Especialista em Anestesiologia, Hospital Regional de Taguatinga (HRT)

4Cirurgiã-dentista, Doutorado em Saúde Coletiva, (UFPA)

andreamarassi@yahoo.com.br

 

Apresentação: A pesquisa-ação é a técnica na qual se associa a pesquisa com uma ação ou resolução de um problema coletivo². Essa técnica intervém no intuito de provocar a transformação, baseando-se no processo da aprendizagem, através do envolvimento criativo e consciente, tanto do pesquisador, como do público-alvo. A roda de conversa atua como um espaço de formação de opiniões, uma troca de experiências, a partir do ponto que expressa um momento de reflexão, de avaliação e também de compartilhamento de idéias, sendo capaz de produzir mudanças nos hábitos dos indivíduos¹. No presente estudo, os adolescentes foram selecionados como protagonistas da pesquisa-ação, por se tratar de um grupo com características peculiares, decorrentes das modificações físicas, psicológicas, cognitivas e sociais, inerentes à adolescência4. A precariedade do acesso aos serviços de saúde e às informações, em relação à saúde, tanto geral quanto bucal, faz destes, um grupo mais susceptível a diversos agravos, tais como cáries, gengivites, doença periodontal, além de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)5. Ademais, adolescentes têm dificuldade em se definir como indivíduos, em assumir seu papel social e suas novas responsabilidades, inclusive com o autocuidado, o quê os tornam vulneráveis. Em contraponto, o adolescente apresenta alto potencial de aprendizagem e de capacidade de mudança de comportamento, sendo essa, a fase crucial para adquirir novos conhecimentos, considerando a escola, como um espaço privilegiado para a promoção de saúde, em um enfoque ampliado³. O “Programa Consultórios Itinerantes de Odontologia” trabalha conjuntamente ao Programa Saúde na Escola (PSE), e por isso possibilita que haja a promoção de saúde de forma continuada, ou seja, permite a promoção, prevenção e por fim, recuperação da saúde, por meio das atividades extensionistas dos discentes, e também pesquisadores, no ambiente escolar, integrando educação e saúde. Tais atividades são pensadas e planejadas de acordo com o princípio do acesso e da integralidade, no qual entende-se que o paciente, nesse caso o adolescente, deve ser acolhido e ouvido, para que seja possível entender o contexto social no qual este está inserido. Assim, é possível atender às demandas e as necessidades deste indivíduo, respeitando o princípio instituído na organização do Sistema Único de Saúde. Nos consultórios itinerantes, é continuada a promoção de saúde, garantindo assim, o cuidado e a recuperação da saúde destes escolares, que são encaminhados quando é realizado o diagnóstico de algum agravo durante as visitas realizadas nas escolas. O objetivo do presente trabalho é descrever as experiências vivenciadas nas escolas por meio da utilização da pesquisa-ação em conjunto das rodas de conversa. Essa prática constitui-se como uma pesquisa qualitativa, com intuito de evidenciar as falas do público-alvo, que é o de adolescentes escolares da rede pública, municipal e estadual, da região metropolitana de Belém/PA. As quatro escolas participantes foram selecionadas a partir de pactuação entre SESMA, SEDUC e UFPA.Descrição da Experiência: Foram utilizadas metodologias ativas, através das rodas de conversa realizadas com os escolares, onde o pesquisador encontra-se inserido como sujeito ativo, ao participar na conversa e, ao mesmo tempo, produzir dados para discussão entre os demais participantes. Dessa forma, as rodas de conversa, na sala de aula, contribuíram para a construção coletiva de saberes, onde todos presentes interagiram, de forma dinâmica e interativa. Nas rodas de conversa foram abordados temas como: Cidadania e conceitos do SUS, definição de saúde, autocuidado, saúde bucal, alimentação e hábitos saudáveis, etilismo, tabagismo, câncer oral, DSTs e uso de adornos, tais como piercings e aparelhos ortodônticos “falsos”. Resultados e/ou impactos: Essas atividades, que foram iniciadas em Agosto/2016 e tiveram término em Maio/2017, alcançaram 1616 adolescentes nas escolas públicas selecionadas. Os escolares envolvidos tiveram participação ativa durante o processo de educação em saúde e demonstraram motivação e interesse nos temas abordados. Os mesmos tiveram a oportunidade de compartilhar suas vivências e experiências prévias e sanar as dúvidas durante as rodas de conversa realizadas. Os pesquisadores puderam compartilhar seus conhecimentos baseados na pesquisa científica e nos conhecimentos adquiridos, além de ter a oportunidade em vivenciar a realidade dos adolescentes, a partir de suas falas. As rodas de conversa foram utilizadas como instrumento de trabalho, no âmbito da pesquisa narrativa, possibilitando produção de dados pelo pesquisador, como sujeito participativo, permitindo a reflexão sobre as práticas educativas, através de diálogos e da observação do comportamento dos escolares durante a educação em saúde. Considerações finais: A inserção das rodas de conversa como ferramenta da pesquisa-ação, no âmbito escolar, com o público-alvo de adolescentes, possibilitou resultados favoráveis e incentivadores para o Programa de extensão Consultórios Itinerantes de Odontologia, uma vez que permitiu maior participação destes escolares no processo de educação em saúde ofertado pela equipe envolvida no programa, além da produção de dados que serão utilizados para melhoria das futuras ações de saúde nas escolas, a partir das experiências compartilhadas.

Descritores: Saúde do Adolescente, Atenção à Saúde, Programa Saúde na Escola.

 

 

Referências:

  1. Moura, AF; Lima, MG. A REINVENÇÃO DA RODA: RODA DE CONVERSA: UM INSTRUMENTO METODOLÓGICO POSSÍVEL. Revista Temas em Educação. 2014 Junho;23(1):98 – 106.
  2. Koerich MS, Backes DS, Sousa FGM, Erdmann AL, Alburquerque GL. Pesquisa-ação: ferramenta metodológica para a pesquisa qualitativa. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009;11(3):717-23.
  3. Zamboni GLP, Lima RL, Duarte DA, de SantAnna GR. Percepções, conhecimentos e representações de saúde bucal em adolescentes de escolas públicas e privadas do município de Atibaia, SP. RFO. 2015 Agosto;20(2):179 – 186.
  4. Granville-Garcia AF, Cavalcanti AL, Lorena Sobrinho JE, Araujo JC, de Menezes VA, Barbosa AMF. Importância da Saúde Bucal: um enfoque em adolescentes de Vitória de Santo Antão – PE. Cad Saúde Colet. 2009 Maio;17(2):361 – 374.
  5. Davoglio RS, de Castro Aerts DRG, Abegg C, Freddo SL, Monteiro L. Fatores associados a hábitos de saúde bucal e utilização de serviços odontológicos entre adolescentes. Cad Saúde Pública. 2009 Março;25(3):655 – 667.

Palavras-chave


Saúde do Adolescente; Atenção à Saúde; Programa Saúde na Escola.