Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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AGRAVOS NA SAÚDE DE INDIVÍDUOS QUE SOFRERAM ACIDENTES OFÍDICOS EM ÁREA URBANA E RURAL DO MUNICÍPIO DE COARI-AM
Rhuana Oliveira, Miriam Juliana Lanzarini Lacerda, Joaquim Gomes Fonseca, Grace Anne Andrade da Cunha, Abel Santiago Muri Gama

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Apresentação: Os acidentes por animais peçonhentos podem ser causados por serpentes que possuem glândulas de veneno e órgão inoculador. Os países tropicais latinos americanos apresentam a maior incidência mundial de acidentes ofídicos, sobretudo nas regiões tropicais, como a Amazônia. Neste sentido, o estudo teve como objetivo investigar a ocorrência de acidentes ofídicos causados por serpentes, no município de Coari - Amazonas. Desenvolvimento: Foram coletados dados secundários dos registros epidemiológicos do Hospital Regional do Município de Coari no período entre 2007 a 2015. A coleta de dados foi realizada por acadêmicos de enfermagem do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas (ISB/UFAM), previamente treinados. As análises de dados foram realizadas pelo programa SPSS, versão 22.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas com CAAE n. 74327617.1.0000.5020. Resultados: Entre os anos analisados foram notificados 540 acidentes ofídicos no município, com predomínio do sexo masculino (81,7%), faixa etária entre 19 a 59 anos (59,3%), sujeitos que estudaram até a 4º série (44,4%) e agricultores (40,2%). As principais serpentes envolvidas nos acidentes foram a Bothops atrox – jararaca (59,6%), seguida de Lachesis muta muta – pico de jaca (35,2%). As regiões anatômicas mais atingidas foram o pé (47,8%), seguido da perna (28,9%), mãos (6,7%) e dedos do pé (6,3%). Com relação ao tempo da ocorrência do acidente até o atendimento médico a maioria levou entre 2 a 3 horas (23,9%). Quanto à classificação dos casos, prevaleceram os considerados leves (39,8%), seguidos de moderados (37,6%) e graves (9,1%). Dentre os sinais e sintomas, o de maior frequência foram dor e edema (52%), seguidos de apenas dor (25,6%). A ocorrência dos acidentes ofídicos distribui-se sazonalmente durante todo o ano. Entre os meses de janeiro a junho há maior ocorrência de acidentes ofídicos, devido o aumento dos volumes de águas dos rios, levando os moradores a carga de trabalho superior à de costume, e com a diminuição do espaço territorial há maior probabilidade do encontro do homem com serpentes. Nos meses seguintes (julho a setembro) ocorre a redução no número de acidentes devido à vazão dos rios e redução das chuvas; entre outubro a dezembro há uma pequena elevação do número de casos, com início dos períodos das chuvas. O estudo apontou os principais aspetos envolvidos na epidemiologia dos acidentes ofídicos, possibilitando a articulação de ações preventivas para redução destes agravos de saúde. Considerações finais: Estas populações dependem da floresta e dos rios para seu desenvolvimento, combinando atividades de pesca, caça, agricultura de subsistência e extrativismo vegetal para o sustento de suas famílias. Desta maneira, é importante o uso de Equipamento de Proteção Individual, sobretudo no período supracitado. Para isso, é importante que sejam realizados treinamentos com equipe de saúde, a fim de instrumentalizar os profissionais, sobre a importância de registros qualificados e orientação da população na prevenção de acidentes ofídicos.

Palavras-chave


Epidemiologia; Acidente ofídico; Amazonas