Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
RELEVÂNCIA DA DISCIPLINA SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM
Antônio Sávio Inácio, Maria Raika Guimarães Lobo

Última alteração: 2017-11-18

Resumo


Apresentação: A humanidade tem acumulado, através dos séculos, uma gama de conhecimentos, possibilitando progresso técnico-científico. Atualmente, acredita-se que essa evolução ocorra quando há reflexão crítica sobre o passado e flexibilidade para mudanças. (1) Tais fatores são frequentes no processo de formação acadêmica em Enfermagem, e são instigados e levados a discussão sempre que possível no decorrer das aulas na disciplina de Semiologia e Semiotécnica. A inserção da disciplina de Semiologia e Semiotécnica nos cursos de enfermagem tornou-se obrigatória com a reestruturação curricular ocorrida no ano de 1994, proposta por meio da portaria nº1721 de 15 dezembro de 1994, a qual pode abordar conteúdos específicos ou integrar-se a outras disciplinas, de acordo com a necessidade e realidade de cada curso onde estiver inserida. Tal disciplina possibilita o desenvolvimento de habilidades na execução de procedimentos teórico-práticos, necessários à assistência de enfermagem, com foco ao indivíduo, família e comunidade, sendo de fundamental importância para o desenvolvimento das atividades de enfermagem. (2) A semiologia constitui o cerne do curso, caracterizando-o como momento ímpar de construção de uma teoria/prática capaz de preparar os enfermeiros para o cuidado humanístico. (1) Os desafios relacionados à educação para o século XXI nos remetem a uma preocupação, na qual o docente deve constantemente repensar, reavaliar, e reconstruir sua prática pedagógica, refletindo, criticamente, acerca do processo educativo, tendo o educador e o educando um papel ativo. (3) Desse modo, é preciso reconhecer que o ensino necessita da interação entre os protagonistas estudante/professor. O docente de disciplina introdutória deve estar preparado para acolher o estudante e ajudá-lo a superar suas dificuldades, vencer seus medos, amortecer os impactos neste momento de situação estressante e de riscos e muitas vezes de decisão em relação a sua própria profissão. (3) Objetivo: Relatar a experiência acadêmica em Enfermagem sobre a disciplina de Semiologia e Semiotécnica e sua relevância no processo de formação acadêmica e profissional do discente de Enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência que permite a descrição de experiências vivenciadas de natureza qualitativa. O mesmo foi realizado com base nas experiências de discente da disciplina de Semiologia e Semiotécnica para Enfermagem no período de fevereiro a julho de 2016. Resultados: Acreditamos como acadêmicos que existem dois pontos fundamentais no sucesso da formação acadêmica, o primeiro seria a qualidade e a absorção eficaz do conteúdo teórico/prático, o segundo ponto é a relação de confiança entre docente e discente, tais fatores são importantíssimos no crescimento do aluno. Observa-se, que a relevância da disciplina para o curso de enfermagem é ressaltada por todos os docentes envolvidos, ainda, como suporte para a assistência de enfermagem abordada em disciplinas posteriores. Para tanto, o docente deve buscar novas estratégias de ensino que despertem a consciência crítica no aluno, privilegiando situações de aprendizagem e que possibilitem atitudes criativas, críticas e transformadoras. (1) Neste momento, a qualidade da didática em sala de aula é primordial. Desta forma, os professores de disciplinas que introduzem o estudante de Enfermagem na prática clínica devem ter uma maior sensibilidade para entender as dificuldades e também os sentimentos que o estudante iniciante apresenta ao desenvolver seus primeiros procedimentos, a fim de não bloqueá-lo e sim torná-lo um sujeito ativo do processo ensinar/aprender.(3) É nesse contexto que se faz imprescindível a boa relação entre os dois protagonistas do processo ensino/aprendizagem, professor e aluno devem trabalhar juntos, pois ambos são reflexos um do outro. Ressaltamos que um gesto do professor pode levar à autoconfiança ou insegurança do estudante, e na formação docente não devemos nos preocupar apenas com a repetição mecânica do gesto, mas também compreender o valor dos sentimentos, quando substituímos a insegurança e o medo pela segurança e a coragem.(3) No nosso entendimento, todos os professores e especificamente os de disciplinas introdutórias do curso, como Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem, precisam ser acolhedores, ter paciência pedagógica com seus estudantes, ter amorosidade nas relações educativas, enfim, ter um envolvimento apaixonado com o processo ensinar/aprender. Vale ressaltar que esses estudantes, em suas primeiras experiências com o cliente, apresentam tremores, palidez, sudorese, pele fria e úmida, muitas vezes desmaio, choro e descontrole emocional, expressados pelos sentimentos de medo, insegurança, ansiedade, angústia. Alguns referem distúrbios intestinais e urinários como diarreia e polaciúria; outros se recusam a realizar os procedimentos, (3) e a sensibilidade do professor é fator determinante no desenvolvimento deste aluno. Neste contexto, as aulas práticas no curso de graduação em enfermagem, sejam em laboratórios ou em unidades de saúde, são instituídas como maneira de quebrar a resistência inicial, o tornar essa experiência em algo natural e cotidiano para o discente. Desta forma, visam subsidiar a formação profissional através da construção diária de práticas que culminam com o enfrentamento de problemas e tomada de decisões que estimulam o desenvolvimento de um profissional crítico-autônomo- reflexivo.(2) As aulas práticas proporcionam o aperfeiçoamento do potencial acadêmico, bem como, das habilidades técnicas de enfermagem, desenvolvendo a destreza manual, a segurança, a ética, a capacidade de observação, conhecimento, maior afinidade como o manuseio de materiais/equipamentos, memorização dos conteúdos estudados, do conhecimento adquirido durante o ensino em sala de aula, correlacionando assim, a teoria com a prática. E, desta forma tornando os acadêmicos mais confiantes ao entrar em contato com o paciente, durante as aulas teórico-práticas e estágio nas instituições de saúde, como hospitais, unidades de saúde, clínicas, ambulatórios e demais serviços.(4) Em virtude do que foi mencionado e confirmado por meio da literatura, constata-se a evidente importância da disciplina de Semiologia e Semiotécnica na formação profissional, seja ela derrubando barreiras e medos do aluno, como o fazendo conhecer realmente a profissão escolhida, projetando o futuro que terá dentro da Enfermagem, A disciplina propõe a mudança, promove o crescimento e desenvolvimento do aluno, mas cabe a cada um buscar por êxito e sucesso, conforme já citado anteriormente com o apoio do quadro docente e disponibilidade para aprendizagem a qualidade acadêmica e profissional deixa de ser fator determinante e torna-se apenas uma consequência do trabalho realizado. Considerações Finais: Conclui-se desta forma, o estudo com um saldo positivo em relação à relevância da disciplina no processo de crescimento acadêmico e profissional, onde se acredita que a mesma é pilar essencial na formação do Enfermeiro, e na descoberta de suas reais intenções com a profissão, compreende o momento acadêmico onde entendemos de verdade o que é a Enfermagem e se realmente queremos segui-la, nos põem frente a frente com o paciente e nos convida a libertarmos de nossos medos e inseguranças por meio do contato com o paciente leito a leito.  Referências: 1- Dias MSA, Machado MFAS, Silva RM, Pinheiro AKB. Vivenciando uma proposta emancipatória no ensino de semiologia para a enfermagem. Rev Latino-am Enfermagem 2003 maio-junho; 11(3):364-70. 2- Carvalho, IS et al.  Monitoria de Semiologia e Semiotécnica para a Enfermagem: um relato de experiência. Rev Enferm UFSM 2012 Mai/Ago;2(2):464-471 3- Gomes, CO e Germano, RM. Processo ensino/aprendizagem no laboratório de enfermagem. Revista Gaúcha de Enfermagem 2007;28(3):401-8. 4- Schmitt, MD et al. Contribuições da monitoria em Semiologia e Semiotécnica para a formação do enfermeiro: relato de experiência. Universidade do Estado de Santa Catarina, 2015.


Palavras-chave


Estudante de Enfermagem; Avaliação do Ensino; Formação Profissional em Saúde.