Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NO ATO DE AMAMENTAR PELA PRIMIGESTA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
JOSE LENARTTE DA SILVA, MOAN JFTER FERNANDES COSTA, Maria da VILANIR, Ana maria martins pereira, RAFAELA CAROLINI OLIVEIRA TÁVORA, Dafne PAIVA RODRIGUES

Última alteração: 2018-06-28

Resumo


AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NO ATO DE AMAMENTAR PELA PRIMIGESTA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Introdução: O leite materno é apresentado não apenas pelos artigos científicos, mas também em reconhecimento pela Organização Mundial da Saúde como o alimento mais completo e essencial para o crescimento saudável do lactente, sendo considerado como o único alimento mais acessível para acabar com a desnutrição infantil, pois além de fornecer a quantidade energética sobre todos os nutrientes necessários, ainda apresenta fatores anti-infecciosos (menores taxas de diarreia, otites, infecções respiratórias) e de crescimento, aumentando também a relação afetiva entre mãe e bebê devido a intimidade gerada no processo natural de amamentar. Para a OMS, é imprescindível que haja o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e a partir deste complementado com outros tipos de alimentação até a idade aproximada dos 24 meses. Ao longo do tempo o aleitamento materno tem sofrido mudanças positivas para com as mães, devido a sensibilidade gerada em torno do ato, graças ao trabalho de educação continuada realizado nos hospitais e nas Unidades Básicas de saúde, bem como a humanização no parto, que incentiva e apoia à mulher a amamentação ainda na sala de parto. Objetivo: busca-se identificar na literatura as dificuldades em amamentar encontradas pelas primigestas e como o apoio dos profissionais e da família pode contribuir positivamente nesta fase. Método: A metodologia adotada baseou-se nos processos de revisão de literatura na qual obtiveram-se os dados da pesquisa em bases científicas eletrônicas (Scielo e PubMed), sites de relevância sobre o objeto de estudo e busca em manuais de citações nas publicações inicialmente encontradas através de busca ativa pelos descritores “amamentação”, “desmame precoce” e “enfermagem”. O levantamento bibliográfico foi norteado pelo seguinte questionamento: “Identificar as dificuldades encontradas no ato de amamentar pelas primigestas”, tendo como critérios de inclusão: ser artigo de pesquisa completo, estar disponível eletronicamente, publicado no idioma português, estar relacionado com a temática e publicados de 2009 a 2015. Foram encontrados 20 artigos dentro das normas iniciais adotadas para a revisão, finalizando com nove publicações específicas sobre estudos de incentivo a amamentação voltada para as primigestas. Resultados e Discussão: É prioridade em toda a literatura encontrada para esta revisão sobre amamentação tratar o aleitamento materno exclusivo como fundamental e o alimento mais completo para o recém-nascido até os seis meses de vida. Contudo, percebe-se que faltam incentivos para que esta prática seja amplamente aceita e divulgada entre as mães primigestas por inúmeros fatores: insegurança, medo, dores, falta de apoio familiar e orientações incorretas ou não apropriadas fornecidas pelos profissionais de saúde responsáveis pelo acompanhamento. A OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) ao entender a amamentação como um problema de saúde pública e imprescindível para o crescimento saudável dos recém-nascidos, formularam uma política de incentivo a amamentação foi implementada em 1980 através dos “dez passos para o sucesso do aleitamento materno”, do qual foi produzido a Declaração de Innocenti que  resgata o direito da mulher de aprender e praticar a amamentação com sucesso. Dentre esses passos e o que gera mais resultados é colocar os bebês em contato pele a pele com suas mães imediatamente após o parto, por no mínimo uma hora e encorajar as mães a reconhecerem quando seus bebês estão prontos para serem amamentados, oferecendo ajuda se necessário. Os benefícios deste contato são inúmeros a curto e longo prazo, além do vínculo mãe-filho, também mantém o bebe aquecido através do calor do corpo da mãe o que evita a hipotermia, ajuda na expulsão da placenta e estimula a procura   do peito para a sucção de forma natural. Para este momento é fundamental que o profissional da enfermagem considere a mãe, seus medos e suas inseguranças, como ente de aprendizado, aconselhando e acompanhando neste primeiro momento que servirá para reprodução do que foi aprendido em casa quando estiver sozinha, o que não pode ser feito de forma mecânica, mas sim dentro dos requisitos de uma assistência humanizada para que as primigestas se sintam seguras e confortáveis diante das orientações fornecidas. Muitos fatores estão relacionados com as dificuldades da amamentação exclusiva até os seis meses de vida, além da falta de conhecimento da mãe, as crenças, os aspectos socioculturais, o suporte do pai, da família e da sociedade, como também a falta de preparação dos profissionais de saúde no apoio as complicações que acontecem no puerpério, além de uma grande atuação da mulher no mercado de trabalho, onde fica claro a falta de políticas públicas na promoção do aleitamento materno. Inúmeros são os problemas que surgem no puerpério, como a lesão mamilar, que é decorrente do posicionamento e a pega incorreta da criança durante a amamentação. Outros motivos de desmame precoce é a introdução de novos alimentos como chás, que ainda é um habito cultural, pois tem uma função terapêutica, agua, leite não materno e introdução precoce da chupeta, o que demostra que é necessário constantemente capacitar, informar e orientar de forma atualizada os profissionais de saúde por meio de políticas públicas de saúde de incentivo a amamentação exclusivo, para que sejam replicadores efetivos de informação. Diante desta realidade percebe-se que as mães primíparas são as mais vulneráveis, pois algumas precisam de apoio, incentivo, orientação, pois vem o sentimento de insegurança, de grande expectativa, diante de um desafio que é novo em sua vida, onde surge sentimentos de medo, conflito na vida pessoal e familiar que podem influenciar e ampliar na pratica da amamentação exclusiva, sendo pra isso, extremamente importante que a família também se faça presente como apoiadora e responsabilizadora do ato de amamentar. Assim, devemos considerar a amamentação não apenas como um ato instintivo, mas no direito da mulher como ente que deve ser respeitado, salientando que qualquer que seja sua decisão, seu papel como mãe estará perpetuado pela existência do filho, de toda forma, o profissional da enfermagem necessita ouvir essas mulheres para compreender de modo empático, sem preconceitos o que passa no seu cotidiano e trabalhar o incentivo ao aleitamento materno com, acompanhamento, diálogo franco e aberto, com ações pensadas de modo compreensiva e preparando essas mães para as dificuldades da amamentação e o grande benefício para o seu filho. Conclusão: Percebe-se que apesar das novas implantações governamentais para o sucesso e adesão ao aleitamento materno, ainda existem muitas dificuldades, falta de apoio e políticas públicas, além da falta de incentivo das nutrizes e a falta de motivação e capacitação dos profissionais de saúde, sendo de grande importância que os profissionais de saúde, principalmente o profissional da enfermagem no seu desempenho e efetividade a frente da assistência, tenha segurança e uma abordagem organizada no que diz respeito à orientação acerca da amamentação e um bom treinamento no atendimento a essas nutrizes.

Palavras-chave: Gestantes. Aleitamento materno. Enfermagem em saúde comunitária.


Palavras-chave


Gestantes. Aleitamento materno. Enfermagem em saúde comunitária.