Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
OS FATORES QUE INFLUENCIAM A NÃO ADESÃO AO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Lenartte Silva, MOAN JEFTER FERNANDES COSTA, Claudene da ROCHA, Ana maria martins pereira, Rafaela CAROLINI OLIVEIRA TÁVORA, Dafne PAIVA RODRIGUES

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


OS FATORES QUE INFLUENCIAM A NÃO ADESÃO AO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

 

Introdução: Tomando como princípio que o ato de amamentar vem a cumprir não apenas as necessidades nutricionais do bebê, mas também gerar um ato de profunda interatividade e afetividade entre mãe e filho, além de necessário, é imprescindível que esse ato seja exclusivo até os seis meses, com complementação até os 24 meses, proporcionando um desenvolvimento integral da criança nutrida em suas dimensões fisiológicas, cognitivas e emocionais, além da manutenção da saúde física e psíquica da mãe. Tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto o Fundo das Nações Unidas pela Infância (UNICEF) aprovam e comprovam em referência a outros estudos científicos que o único alimento acessível capaz de reduzir as taxas de mortalidade infantil, em diferentes aspectos, é o aleitamento materno, oferecendo assim um efeito protetor contra uma série de doenças (adquiridas ou auto-imunes) ainda no início da vida do lactante. Apesar do aleitamento materno ser requisito básico de orientação as mães desde as consultas de pré-natal, ainda existem certos paradigmas que criam resistência para o início e prolongamento do ato da amamentação, aumentando as taxas de desmame precoce. Objetivo: identificar na literatura as dificuldades em amamentar encontradas pelas nutrizes nos primeiros seis meses de vida, conhecer as práticas realizadas pela enfermagem no que diz respeito o incentiva da amamentação e discutir as causas que levam ao desmame precoce. Método: o estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo revisão integrativa que foi elaborada em seis etapas: na primeira ocorreu a definição do tema central “quais fatores influenciam a não adesão ao aleitamento exclusivo?”; em segundo determinaram-se os fatores de inclusão (artigos indexados nas bases de dados LILACS e SCIELO de 2009 a 2014, publicados em português com base nos descritores “enfermagem”, “desmame precoce” e “amamentação exclusiva”, finalizando com um número de 10 artigos) e os critérios de

exclusão (teses, monografias e artigos fora do tema proposto). A terceira etapa consistiu em catalogar e selecionar os artigos encontrados construindo um quadro demonstrativo com as especificações de cada. Para a quarta etapa seguiu-se a análise dos dados para validar a revisão, procurando explicações para os resultados diferentes ou conflitantes, possibilitando a organização dos dados mediante a pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados. Na quinta etapa houve a interpretação dos resultados, conclusões e implicações e, na sexta etapa, a descrição das etapas percorridas pelo autor evidenciando a análise dos artigos incluídos. Resultados e Discussão: dentre os principais resultados encontrou-se que é dever de toda a equipe de saúde que acompanha a gestante e lactente de acompanhar, orientar e aconselhar sobre os malefícios do desmame precoce para as saúde do bebê, enfocando uma abordagem que ultrapasse os limites do biológico, compreendendo a mulher em todas as suas dimensões para que haja uma resposta satisfatória ao tratamento induzido. Desde as primeiras consultas do pré-natal, é importante oferecer a família a capacidade de entender que a amamentação não é apenas uma prerrogativa da mãe, mas uma responsabilidade assumida e compartilhada pelos familiares, tornando-os responsabilizadores do processo do fortalecimento da amamentação. Tomando como ponto de partida a insegurança no ato de amamentar, muitas mães tendem a se afastar dessa prática, portanto, é imprescindível o papel dos profissionais de saúde (principalmente a enfermagem pelo maior contato) em escutar, avaliar, entender e esclarecer mitos e crenças, de modo que a nutriz venha tornar o momento de amamentar em um ato de amor e prazer, não apenas de satisfação das necessidades de seu filho. Assim, é de suma importância que as deficiências no processo sejam questionadas, para que a definição dos conceitos e técnicas abordados passem a ter utilidade garantida. Além disso, é importante que o enfermeiro conheça possíveis complicações, como traumas e mastites, para que intervenha em momento oportuno, de modo que a lactação seja bem sucedida, uma vez que essas dificuldades enfrentadas pelas mulheres no processo de aleitar são em sua maioria preditivas de desmame. Alguns outros fatores ainda contribuem para o negativismo na prática e duração da amamentação, como: nível socioeconômico, idade da mãe e do pai, estado civil, tipo do parto, renda familiar e estado nutricional da mãe. Outros fatores apontados ainda foram tidos dificultadores do processo de continuação do ato natural de amamentar, como o uso precoce da chupeta, o trabalho da mãe fora do lar, a baixa escolaridade da mãe e a primiparidade, sendo necessário o planejamento de estratégias específicas, visando à manutenção e a exclusividade da amamentação pelo apoio incondicional a mãe e ao bebê. A Constituição de 1988 garante que todas as mulheres trabalhadoras sob o regime CLT têm o direito a 120 dias de licença. A Lei 11.770, publicada em 09 de setembro de 2008, mediante concessão de incentivo fiscal, estimula as empresas a ampliarem a licença maternidade das suas trabalhadoras para 6 meses. Essa lei se tornou muito importante no país, pois vem ao encontro da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde de “aleitamento materno exclusivo por 6 meses”. Já em relação as dificuldades encontradas pelos profissionais da enfermagem para o cuidado e acompanhamento contínuo das nutrizes, está a falta de um lugar específico nas unidades básicas de saúde (UBS) para encontros do tipo, além disso, muitas mães tendem a não fazer retornos frequentes a UBS após o nascimento do bebê, prejudicando o prolongamento do cuidado do profissional de enfermagem para com a saúde da mãe e da criança, fazendo com que as dificuldades no ato de amamentar sejam supridas em casa pelo uso de chupetas e acessórios que acalmem a criança e tragam alívio a mãe. Algumas outras dificuldades foram encontradas pela equipe de enfermagem ao cuidar das mães em alojamento conjunto, como em relação às orientações e a higienização do coto umbilical do bebê, resistência em aceitar o alojamento conjunto para essa prática e resistência das multíparas para orientações e insegurança das primíparas. Conclusão: Os profissionais de enfermagem precisam estar devidamente qualificados e orientados, através de conhecimentos específicos no que diz respeito à orientação acerca da amamentação e um bom desenvolvimento e treinamento no atendimento das nutrizes, através de ações educativas, palestras, discussões e intervenções, individuais ou em grupo, fornecendo a estas orientações adequadas em relação a uma amamentação de qualidade e com segurança, pois toda mãe é capaz de amamentar seu filho, basta querer e praticar a sucção do bebê em seu peito.

Palavras-chave: Aleitamento materno. Enfermagem em saúde comunitária. Gestação.


Palavras-chave


Aleitamento materno. Enfermagem em saúde comunitária. Gestação.