Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A Relevância das Aulas Práticas em Laboratório na Consolidação de Conhecimentos aos Discentes
Andreia Doria Cardoso da Silva, Lie Tonaki, Lie Tonaki, Marcela Catunda Souza Michiles, Lie Tonaki, Marcela Catunda Souza Michiles, Maria Raika Guimarães Lobo, Maria Raika Guimarães Lobo, Thays Cristine Torres Martins, Marcela Catunda Souza Michiles, Thays Cristine Torres Martins, Maria Raika Guimarães Lobo, Thays Cristine Torres Martins

Última alteração: 2018-01-22

Resumo


Apresentação: A Enfermagem é a ciência baseada em conhecimento que está em constante mudança através de novas pesquisas e descobertas, cujo objetivo é promover a assistência ao ser humano individualmente, em família ou comunidade. Suas ações podem ser desenvolvidas em meios sociais, éticos e políticos. Como ciência, a Enfermagem é dotada de conhecimentos técnico-científicos que quando aplicadas juntamente às diversas teorias de enfermagem, exemplificado pela Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta, Teoria da Adaptação de Callista Roy ou Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem, formam o método científico. Esse é considerado um dos instrumentos básicos da Enfermagem, por se tratar de uma abordagem sistemática. Com a necessidade de reorganizar a assistência prestada aos pacientes, surge, então, a Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE), uma metodologia científica que confere maior segurança aos pacientes e maior autonomia aos profissionais de enfermagem, uma vez que passam a possuir respaldo científico. Além disso, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) por meio da Resolução 358/2009 preconiza a implementação do Processo de Enfermagem (PE) durante a assistência. O PE é uma ferramenta que deve ser usada por acadêmicos e enfermeiros para a aplicar, durante a atividade prática, todo o conhecimento técnico-científico da maneira mais assertiva possível. O objetivo é a melhora na qualidade assistencial. Sabe-se então, que para a plena atuação prática no campo da enfermagem, é necessário seguir os métodos científicos. Esses são ensinados no decorrer da graduação em Enfermagem, tanto nos ambientes teóricos, quanto práticos. Em relação às aulas práticas, a disciplina Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem, é uma das primeiras, durante a graduação em Enfermagem, em que há um contato maior e mais aprofundado com a área assistencial. A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) apresenta em seu Projeto Político Pedagógico (PPC) essa disciplina fragmentada em Semiologia e Semiotécnica I e II. A segunda, atualmente, possui carga horária de 150 horas, sendo 120 horas destinadas às práticas em unidades de saúde pública: Hospitais e Serviço de Pronto Atendimento (SPA). Por se tratar de uma disciplina com grande carga horária prática em Hospitais e SPA's, percebe-se que muitos acadêmicos demonstram ansiedade e apreensão diante do desconhecido. Além de que diversas vezes sentem-se inseguros e incapazes de realizar as atividades propostas pela disciplina. Visto que a Universidade do Estado do Amazonas dispõe de laboratórios específicos para melhor capacitação dos futuros profissionais de Enfermagem, objetiva-se relatar a relevância das aulas práticas em laboratório, durante a disciplina Semiologia e Semiotécnica II, aos discentes de enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas. Desenvolvimento: Assim sendo, trata-se de um relato de experiência de caráter nominal, a respeito da importância aos acadêmicos de enfermagem diante das aulas práticas em laboratório, realizadas no decorrer da disciplina Semiologia e Semiotécnica II, durante o período de Fevereiro à Abril de 2017. Após finalizado os conteúdos teóricos, a seguinte etapa da disciplina Semiologia e Semiotécnica II é a realização de práticas no âmbito hospitalar. No entanto, percebeu-se, por parte dos professores, ansiedade, preocupação e insegurança dos acadêmicos. Esses fatos poderiam gerar um conhecimento insatisfatório. Diante do ocorrido, os professores decidiram programar uma semana dedicada somente às aulas práticas em laboratório.O laboratório de enfermagem da Universidade possui um cenário que tem como função principal a mimetização do ambiente hospitalar. A finalidade é retirar dos discentes as dúvidas quanto o uso dos diversos dispositivos como: equipos, suporte de medicação, leitos, biombos, cadeira de rodas, sondas gástricas, vesicais e de aspiração, equipamentos para a oxigenoterapia entre outros. O laboratório desfruta, também, de bonecos de simulação realística (feminino e masculino), neles foi possível treinar a passagem de sonda vesical, gástrica, enteral e a sonda de aspiração, utilizando materiais e equipamentos necessários, de acordo com as técnicas preconizadas. As demais atividades realizadas foram: curativos, banho no leito e mudança de decúbito.As aulas eram ministradas pelos professores da disciplina, com o auxílio e supervisão dos monitores. Uma das principais orientações era certificar que todos os acadêmicos realizaram as técnicas integralmente. As atividades tinham como propósito a repetição dos procedimentos a serem realizados durante as práticas em hospitais e SPAs, com a finalidade de dar autonomia e segurança aos acadêmicos. Impactos: A utilização do laboratório de Enfermagem foi de suma relevância uma vez que o espaço propicia a realização de procedimentos semiotécnico. O resultado é o aprimoramento da destreza manual e habilidades psicomotoras dos acadêmicos, que são consideradas instrumentos básicos para o cuidar, melhorando a aprendizagem, uma vez que essas são as principais dificuldades do acadêmico durante o contexto hospitalar.  Além das circunstâncias tecnicista, o laboratório também é um ambiente, onde se explora a reflexão, criação do pensamento crítico e raciocínio clínico, desenvolvimento da capacidade de trabalho em equipe, criatividades e comunicação, sendo todas essas habilidades importantes para a atuação profissional do enfermeiro. Durante e após execução das práticas em laboratório identificou-se diversos relatados dos acadêmicos sobre o quanto essas atividades consolidaram seus conhecimentos teórico-científico, além de exemplificar a utilização do Processo de Enfermagem através da Sistematização da Assistência em Enfermagem, associado às Teorias de Enfermagem na prática profissional, propiciando assim uma mentalidade mais crítica, raciocínio clínico e abordagem holística. Portanto, percebeu-se nos acadêmicos uma maior facilidade em relacionar a teoria com a prática, pois muitas das dificuldades e embates no processo de formação do enfermeiro foram esclarecidos com a utilização do Laboratório de Enfermagem, retornando, então, um sentimento de segurança e menos ansiedade uma vez que relataram estar mais preparados para a plena execução do conhecimento teórico- científico no decorrer das práticas. Entendendo a relevância na integralização do conhecimento teórico e prático e do treinamento propriamente dito, para aquisição de destreza manual, habilidades e atitudes clínicas, que somente as práticas presenciais podem proporcionar no processo de formação do acadêmico de enfermagem, questiona-se de que forma os cursos de graduação à distância em Enfermagem poderiam oferecer todo esse suporte pedagógico, dinamismo e diálogo vistos nos cursos presenciais entre o acadêmico e o docente. Considerações finais: Através destas mudanças, os acadêmicos passam a ter um contato mais abrangente com a realidade, a fim de associar a teoria e a prática em Enfermagem para o desenvolvimento de um olhar crítico, clínico e racional, oferecendo assim uma assistência holística e de qualidade, embasada cientificamente, ultrapassando a simples acumulação do saber.

 


Palavras-chave


Enfermagem Prática; Estudantes de Enfermagem