Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
ESPIRITUALIDADE NO TRATAMENTO HUMANIZADO À PACIENTE EM FINITUDE DE VIDA
Vanessa de Sousa Silva, Mônica Oliveira Silva Barbosa, Rocilda Castro Pinho, João Gabriel Soares de Araújo, Lourany Rego Pereira, Maricélia Tavares Borges Oliveira, José Humberto Gomes Oliveira

Última alteração: 2018-02-15

Resumo


Introdução: A finitude da vida é algo inerente ao ser humano e, cativa da sociedade e da área da saúde questionamentos sobre como amparar àquele paciente que vivencia os seus últimos momentos, isso fez com que a medicina se desenvolvesse para tratar melhor esses pacientes, desenvolvendo técnicas, cuidados e tratamentos. Desde os métodos mais avançados como às cirurgias, aos tratamentos menos invasivos fisicamente falando, como é o acompanhamento feito pelo profissional de Enfermagem durante o dia a dia do processo de saúde e doença de um paciente. Segundo Chernicharo, Silva e Ferreira (2014), a humanização na assistência, de acordo com os profissionais de Enfermagem é uma prática que deveria ser exercida por todos os profissionais que participam do processo de saúde e doença do cliente, pois está fortemente ligada a relação profissional e cliente, envolvendo características pessoais, necessidades, valores morais e éticos, questões subjetivas como amor, ódio, pensamentos. Fatores que podem influenciar para um quadro de melhoria ou até mesmo a piora do paciente. Watson (2015) destaca que a reflexão e alinhamento da prática assistencial, com as reais necessidades dos clientes, são de extrema importância, pois certamente, por muitas vezes a abordagem apenas da doença em si, acaba não contemplando totalmente tais carências. Para Hermes e Lamarca (2013), as inovações tecnológicas têm influenciado bastante no aumento da expectativa de vida. Assim, transformando a morte não como um “episódio” rápido, mas sim um processo que necessita de toda uma “preparação”, que às vezes é prolongado e acaba durando de anos a décadas, dependendo da doença e estado em que o enfermo se encontra. Essa preparação, quando exercida por profissionais da saúde denomina-se por cuidados paliativos. São diversos os métodos paliativos embasados cientificamente que podem ser utilizados em um paciente terminal, e um deles é a utilização da espiritualidade como meio para o enfrentamento situacional. Por isso a importância da perspectiva do profissional Enfermeiro quanto à humanização no processo de saúde, principalmente em relação ao paciente terminal, quanto à sua necessidade de um cuidado holístico, a partir da valorização de todas às suas necessidades pessoais, com ênfase nas suas crenças espirituais como método de enfrentamento da enfermidade e do fim de vida. Objetivo: Promover uma reflexão acerca da utilização da espiritualidade como um método humanístico, na assistência de Enfermagem à pacientes terminais. Metodologia: Trata-se de um estudo teórico reflexivo sobre utilização da espiritualidade, na assistência de pacientes terminais, utilizando-se de uma pesquisa bibliográfica sistemática em documentos em formato eletrônico como a Política Nacional de Humanização (PNH) elaborada pelo Ministério da Saúde onde propõe efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil, documentos presentes na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nas seguintes bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Literatura Latino-americana e do Caribe em ciências da Saúde (Lilacs), e outros estudos que concluíssem a eficácia do conhecimento da pessoa humana de forma holística, para a promoção de um acolhimento humanizado e aplicação do processo de Enfermagem completo e eficaz. Resultados: Durante o processo de atendimento ao paciente, os profissionais de saúde por não entenderem o significado de adoecer e de percepção da doença para os enfermos, acabam por orientar ou desenvolver ações educativas segundo sua própria cultura e crença. A enfermagem em si deve passar a observar o indivíduo em todas as suas áreas, sua cultura, sua história e seus hábitos, como essas áreas e interações afetam a saúde do indivíduo e sua tomada de decisão quanto aos tratamentos oferecidos pela equipe de saúde, e é a partir do momento que esse processo é entendido, que pode se estabelecer técnicas em conjunto com o doente para viabilizar o tratamento e casualmente a melhora na saúde e qualidade de vida do mesmo. Reconhecer o valor da cultura do individuo é essencial para obter não apenas um vínculo profissional-paciente, mas para a própria melhora do mesmo, pois cada população tem sua maneira de reagir ao processo, por isso, vê-se a necessidade de aprofundar os estudos na área da saúde, para melhorar a comunicação e interação entre profissionais da saúde e paciente em questão. Então, ao utilizar-se de tal estudo durante o acolhimento do paciente o processo de saúde-doença seria mais desenvolvido, mais humanístico, visto que cada indivíduo é singular e tem sua própria necessidade de saúde, e um dos princípios do SUS (Sistema Único de Saúde) é proporcionar um atendimento humanizado, universal e integral, onde o usuário possa receber tratamento/educação e retorne com a informação diante do processo supracitado. É certo que os profissionais de saúde possuem uma autoridade sobre o paciente, onde visa proporcionar um melhor tratamento e cuidado para assim uma melhor saúde e sucessivamente uma melhor qualidade de vida do paciente, e seria essa autoridade a ser questionada durante um momento específico, que seriam os pacientes em fase terminal, onde uma saúde se resume em melhor proporcionar conforto durante o seu estado de vida, e é nesse sentido que o profissional de saúde deve procurar maneiras de atender o paciente em sua fase terminal, permitir que o ritual muitas vezes considerado como pagão, por conta de crenças do próprio profissional, ou inoportuno de ser realizado no ambiente hospitalar seja realizado, ou analisar a proposta de realizar tal prática, pois cada paciente é singular e possui necessidades individuais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com esse estudo teórico reflexivo, pode-se afirmar que a prática assistencial humanizada deve ser exercida por todos profissionais de saúde de acordo com as necessidades expostas pelos clientes, sobretudo os pacientes terminais. Os profissionais da saúde devem ter conhecimento suficiente para proporcionar um acolhimento holístico e humanizado, esse acolhimento torna-se essencial no âmbito da enfermagem, por ser uma ciência cujo objetivo é promover, manter e recuperar a saúde dos indivíduos. Para isso é necessário desenvolver uma assistência e um cuidado integral direcionado ao ser humano em todas as suas esferas, seja individual, familiar ou em comunidade. Depreender-se a importância da relação que a enfermagem exerce no processo de saúde e doença, quando o atendimento foca tudo que envolve o cliente, sem excluir, sobretudo, o fator social. Sob essa ótica torna-se possível compreender todos os aspectos que envolvem tanto os cuidados quanto a assistência de enfermagem. Nesse sentido, a enfermagem por ser uma ciência que observa o indivíduo de forma integral, acaba por contribuir significativamente para que haja uma maior percepção nas ações de enfermagem decorrentes do processo de saúde e doença. Assim, é possível conhecer as interações que afetam a saúde e oferecer um tratamento específico, com ações voltadas a cultura e crença de cada indivíduo, no caso de pacientes terminais, como abordado, os cuidados e assistência deverão ser feitos através de métodos paliativos, proporcionando um conforto diante da situação iminente e respeitando-o como ser social.


Palavras-chave


Humanização; Espiritualidade; Paciente terminal.