Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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CONDIÇÕES DE VIDA DE UMA POPULAÇÃO RIBEIRINHA NO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA – PA: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
LUINE GLINS CUNHA, MICHELLINE VALE DE SOUZA

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


INTRODUÇÃO: Poucos estudos beneficiam as populações ribeirinhas da Amazônia. A maioria dessas comunidades sofrem com fatores socioeconômicos, precárias condições de saneamento básico, alta prevalência de doenças tropicais e dificuldades em obter acesso à saúde e educação, apresentam um histórico de consumo de agrotóxicos e exposição ao mercúrio, relacionado ao elevado consumo de peixes ao longo dos anos. OBJETIVO: Analisar as condições de vida e identificar situações de risco para saúde dos moradores da população ribeirinha. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência de acadêmicas do curso de Enfermagem da Faculdade Estácio-Castanhal em Estágio supervisionado II com enfoque na Atenção Básica, referente à visita domiciliar no mês de Setembro/2017 no Beco da Saudade (Vila ribeirinha), no município de Bragança no Estado do Pará, acompanhadas pela Enfermeira/Preceptora e ACS – Agente comunitário de saúde. Utilizamos aparelho de pressão arterial, estetoscópio, termômetro, fita métrica, balança, no qual foi possível realizar o exame físico dos clientes, verificação da carteira vacinal, moradia e uso de medicações para hipertensos e diabéticos. RESULTADOS: Foi possível verificar os sinais vitais por meio do exame físico. Havia moradores que não estavam fazendo o uso de medicações para hipertensão e diabetes mellitus, carteira de vacinação infantil desatualizada e adolescentes que não havia tomado a vacina contra o HPV. Em relação a condições de moradia, todas são à margem da maré e do manguezal, no qual os moradores usam madeiras reaproveitadas para a construção de suas casas, onde os moradores jogam seus dejetos a céu aberto, com distância de 10 a 12 metros. Encontramos uma associação de customização de redes de pesca (conhecidos como pescadores artesanais), no qual trabalham aproximadamente 50 homens, com faixa etária de 12 a 60 anos. Foi encontrado um local de construção de barcos para navegações, no entanto os trabalhadores não fazem o uso de nenhum EPI - equipamento de proteção individual, os próprios utilizam materiais de alta periculosidade (perfuro cortantes) para o manuseio, o ambiente onde são construídos esses barcos, pode desencadear uma série de doenças respiratórias por conta do pó e serragem. Alguns moradores se alimentam dos mariscos e peixes das proximidades e sobrevivem com bolsa família e economia local. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os Fatores socioeconômicos são um dos mais importantes dentre os que refletem o modo de viver daquela comunidade, não possuem conhecimento dos riscos para a saúde, falta de autocuidado, foi perceptível encontrar as dificuldades. Salientamos a importância de se cuidar, de ir às consultas, fazer o pré-natal, PCCU, atualizar as carteiras de vacinação, fazer o uso correto das medicações e contínuo se necessário. Os riscos encontrados foram: Maré cheia alagando as residências que influencia totalmente na falta de saneamento básico levando doenças parasitárias e animais peçonhentos para dentro das mesmas, contaminando e provocando o adoecimento dos moradores. O enfermeiro como educador, deve designar juntamente com sua equipe a promoção da educação continuada e permanente dessa comunidade a fim de promover a saúde e o bem estar.

Palavras-chave


Ribeirinhos; Saúde; Saneamento básico; Doenças tropicais.