Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
O TERRITÓRIO E A ARTE: A EXPERIÊNCIA DO PROCESSO FORMATIVO DOS RESIDENTES DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA DO INSTITUTO DE PESQUISA AGEU MAGALHÃES/ FIOCRUZ-PE
Mauricéa Maria de Santana, Domício Aurélio de Sá, Rayane Santos, Alessandra Monteiro e Silva, Rafaella Machado, José Douglas Da Silva, Mikael Lima Brasil, João Pedro Sobral Neto

Última alteração: 2018-01-22

Resumo


O Sistema de Saúde Brasileiro traz em suas diretrizes organizativas elementos relacionados aos conceitos de território, região, rede, territorialização, entre outros, que se materializa na diretriz de regionalização e na estruturação da atenção básica com seus territórios de atuação. Entendendo que estes conceitos são objetos da geografia crítica e humanística e outras ciências sociais e que o gestor em saúde precisa se apropriar deles, pois necessita conhecê-lo, delimitá-lo, na perspectiva de se implantar novas práticas em saúde capazes de responder com resolutividade, equidade e integralidade de ações, em consonância com as necessidades e os problemas de saúde do território sob responsabilidade sanitária do gestor local.  Nesse contexto, este trabalho tem por objetivo expor a experiência vivenciada na disciplina Território e Saúde do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva desenvolvida no IAM/FIOCRUZ-PE, cujo propósito é explorar os fundamentos teórico-conceituais e metodológicos desenvolvidos nos campos da geografia crítica, humanística e das representações; desenvolvimento urbano explorando a temática do território e sua interface com a saúde pública. Na perspectiva de pensar o planejamento e a gestão em saúde com vista ao território vivo. As aulas teóricas são desenvolvidas a partir de metodologias ativas com a interface das bases conceituais com a utilização de artigos científicos e elementos artísticos, tais como música e poesia, nesse momento os residentes constroem coletivamente o seu conhecimento participando ativamente de todo o processo, com a apresentação de seminários e sínteses criativas. Já as aulas de campo são desenvolvidas em diferentes ambientes da cidade (ônibus, metrô, catamarã e comunidade) com o intuito de vivenciar as desigualdades socioespaciais e as iniquidades do território. Percebe-se que com a introdução dos elementos artísticos na discussão dos conceitos, há uma apreensão mais apurada, prazerosa e facilitadora por parte dos residentes; além do mais, com relação às aulas de campo nota-se um sentimento comum de ressignificação do conteúdo e uma percepção de que para gerir um sistema de saúde é preciso estar sensível às particularidades do território, assim como entender que as desigualdades socioespaciais obedecem à lógica do capital, trazendo repercussões diferenciadas para condições de vida e saúde de uma coletividade. Tratando-se da discussão de território e saúde que envolve temáticas diversas e complexas transversais à geografia e outras ciências, tais como desenvolvimento urbano, sociologia e antropologia, considerando a densidade teórica, se faz necessário recorrer aos diferentes recursos supracitados para uma melhor subjetivação do conteúdo, tornando o processo de ensino-aprendizado prazeroso e significativo, além de fornecer todos os instrumentos necessários para a formação adequada de um bom gestor de saúde.


Palavras-chave


território; metodologias ativas; gestão.