Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-05-27
Resumo
Apresentação: Considera-se o estresse como sendo um problema presente na atualidade, o qual vem sendo estudado por vários profissionais, pois é apresentado um risco para o equilíbrio normal do ser humano. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) existe cada vez mais uma inquietação com a saúde dos trabalhadores para que os danos possam ser evitados, pois existe um favorecimento da saúde física e mental quando o trabalho é adaptado às condições do trabalhador e quando os riscos para a sua saúde estão sob controle. A associação do desgaste físico e emocional conexo a área de trabalho, é analisado como uma epidemia no convívio de colaboradores de diferentes atividades. As determinações do mercado de trabalho e da vida moderna nos últimos anos acabam gerando um desgaste físico e emocional desses profissionais, de maneira especial o enfermeiro, ocorrendo assim o desgaste de seu empenho e desenvolvimento dentro da instituição. O termo Estresse Ocupacional é proveniente do trabalho, logo ele é o resultado de uma gama de acontecimentos que acontecem no corpo do profissional que o impede de realizar suas obrigações do trabalho, podendo desencadear problemas mais graves em sua saúde e bem-estar. O desenvolvimento do estresse ocupacional em sua maioria ocorre devido às várias atribuições que são designadas aos enfermeiros, sendo que estas requerem extrema atenção, discernimento e grande responsabilidade. Esses conjuntos de ações influenciam diretamente na saúde física e mental do profissional, contribuindo para o aparecimento do estresse ocupacional.
Objetivos: Buscar e compreender os fatores que contribuem para o estresse ocupacional do enfermeiro, presentes na literatura brasileira. Desenvolvimento: Esta pesquisa consiste de um estudo exploratório, de forma narrativa, realizado por meio de uma revisão de literatura. Após a definição do tema feita uma busca em bases de dados virtuais em saúde, especificamente na Biblioteca Virtual de Saúde – BVS foram utilizados os seguintes descritores: Enfermeiro, Estresse Ocupacional, Saúde, Fatores, Consequências, para a busca dos artigos científicos. No passo seguinte foram realizadas seleção e leitura das publicações apresentadas no Sistema Latino-Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde - LILACS, National Library of Medicine – MEDLINE e Bancos de Dados em Enfermagem – BDENF, Scientific Electronic Library online – Scielo, banco de teses USP, no período de 2010 a 2016. Foram encontrados 55 artigos, e foi realizada leitura minuciosa dos mesmos, sendo que destes 36 foram excluídos por caracterizarem fuga ao tema. Para a presente pesquisa foram usados 19 artigos científicos. Resultados: Dentre as publicações pesquisadas, 100% dos autores apontam a jornada de trabalho excessiva como um fator que pode desencadear o estresse ocupacional. Estudos mostram que este fator prejudica o enfermeiro no convívio social, principalmente com a família. Além disso, beneficia a redução do tempo dedicado ao auto cuidado e ao lazer, tendo como consequência o cansaço e, por conseguinte, gerando o estresse. Além deste fator, 20% dos artigos, além da jornada de trabalho excessiva citaram outros fatores como o controle supervisionado e acúmulo de tarefas. Para alguns estudiosos, estes dois fatores ocasionam ao profissional, desgaste físico e mental, afetando a sua saúde, além de desencadear doenças como a hipertensão arterial, doença coronariana, além de distúrbios emocionais e psicológicos, como a ansiedade, depressão, baixa auto-estima entre outras. O acúmulo de tarefas ocasiona ao trabalhador tensão e esgotamento, constituindo-se em fatores responsáveis por situações de estresse ocupacional. Outro fator é a desvalorização profissional, tendo citado por 20% das publicações, isso pode levar a perda de entusiasmo de desenvolver suas atividades, além de provocar um desgaste físico, emocional e mental ao enfermeiro. 10% dos artigos citaram as condições inadequadas de trabalho, ou seja, falta de estrutura física adequada, falta de materiais. Estudos dizem que as condições inadequadas de trabalho, podem ocasionar o absenteísmo, aposentadorias precoces e até mesmo a negligência, levando a danos físicos irreversíveis ao usuário. Além de provocar o desgaste físico e mental do profissional comprometendo a sua saúde. A baixa remuneração foi citada por 20% das publicações. O enfermeiro, quando não recebe bem pelos seus serviços prestados, acaba desencadeado o estresse ocupacional, além da queda de rendimento em seu local de trabalho. Dentre as consequências do estresse ocupacional, 30% dos artigos, apontam a diminuição do tempo dedicado ao autocuidado e ao lazer e consequentemente para a família. E 60% das publicações dizem que podem ser desencadeados vários tipos de doença, principalmente o estresse, desgaste físico e mental. Em um dos artigos (10%) citou que o desgaste causado pelo estresse pode levar o indivíduo a síndrome de Burnout. No ambiente de trabalho do enfermeiro, podem ser encontrados diversos fatores (controle supervisionado, jornada de trabalho excessiva e acúmulo de tarefas), os quais favorecem o aparecimento do estresse, podendo ocasionar sérios problemas para o mesmo, como danos a sua saúde, bem-estar, profissional e familiar. Deste modo, de acordo com as condições de trabalho que o enfermeiro convive podem ser desencadeadas situações estressantes e a insatisfação pelo trabalho. Ainda de acordo com o autor supracitado (2014), o âmbito hospitalar é considerado estressor, onde são vivenciadas pelo enfermeiro sofrimentos de pacientes e de seus familiares, demandas requeridas pela assistência, condições de trabalho, além de ampla responsabilidade exigida no trabalho. Já nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), o enfermeiro acaba vivenciando situações sociais, econômicas, biológicas e psicológicas, até mesmo dentro do domicílio do paciente. Diante isso, estes locais acabam ocasionando o estresse ao enfermeiro. A palavra estresse não deve ser confundida com o Burnout, quando se diz respeito a definições, pois o estresse acontece devido areações do organismo aos acometimentos de diversas origens, onde esses são hábeis em desequilibrar o interior do ser humano. Já a Síndrome Burnout é uma reação do estresse ocupacional crônico, onde engloba várias alterações comportamentais negativas do indivíduo, que são ligadas ao contexto e trabalho. Recomenda-se que seja criado um espaço coordenado por um psicólogo pra que os trabalhadores possam conversar e propor idéias/sugestões para otimizar o ambiente e seu trabalho. Esse ambiente também deve ser um espaço onde eles possam procurar maneiras de distribuir melhor suas tarefas para assim diminuir a sobrecarga de trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após a análise dos estudos foi possível concluir que os principais fatores que desencadeiam o estresse ocupacional no enfermeiro encontram-se relacionados à adjacência com o sofrimento humano, como a carga horária excessiva, baixa remuneração, controle supervisionado, acúmulo de tarefas, desvalorização profissional, pressão desempenhada por gestores e pacientes, instabilidade do emprego, entre outros. Diante isso, acaba afetando a qualidade de vida deste profissional, onde o mesmo passa a ter falta de interação familiar, social, desmotivado no desempenho de suas atividades, provoca doenças psicológicas e físicas, além de problemas no trabalho. As políticas de saúde voltada a saúde do trabalhador, Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012, tem como princípio básico a promoção e proteção da saúde dos trabalhadores. Mesmo, assim, cabe a mesma e o SUS, adotarem novas práticas de atenção à saúde dos trabalhadores, através de intervenção nos ambientes de trabalho, afim que possa ser evitado o estresse ocupacional.