Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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OS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O ESTRESSE OCUPACIONAL DO ENFERMEIRO SEGUNDO A LITERATURA BRASILEIRA
Osmar Pereira dos Santos, Iel Marciano Moraes Filho, Ricardo Cezar Ramalho, Cleiton Alberto de Moraes, Isamara Alves Rodrigues, Thaynnara Nascimento dos Santos, Keila Cristina Félis, Gabriella Bandeira Araújo do Paraízo

Última alteração: 2018-05-27

Resumo


Apresentação: Considera-se o estresse como sendo um problema presente na atualidade, o qual vem sendo estudado por vários profissionais, pois é apresentado um risco para o equilíbrio normal do ser humano. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) existe cada vez mais uma inquietação com a saúde dos trabalhadores para que os danos possam ser evitados, pois existe um favorecimento da saúde física e mental quando o trabalho é adaptado às condições do trabalhador e quando os riscos para a sua saúde estão sob controle. A associação do desgaste físico e emocional conexo a área de trabalho, é analisado como uma epidemia no convívio de colaboradores de diferentes atividades. As determinações do mercado de trabalho e da vida moderna nos últimos anos acabam gerando um desgaste físico e emocional desses profissionais, de maneira especial o enfermeiro, ocorrendo assim o desgaste de seu empenho e desenvolvimento dentro da instituição. O termo Estresse Ocupacional é proveniente do trabalho, logo ele é o resultado de uma gama de acontecimentos que acontecem no corpo do profissional que o impede de realizar suas obrigações do trabalho, podendo desencadear problemas mais graves em sua saúde e bem-estar. O desenvolvimento do estresse ocupacional em sua maioria ocorre devido às várias atribuições que são designadas aos enfermeiros, sendo que estas requerem extrema atenção, discernimento e grande responsabilidade. Esses conjuntos de ações influenciam diretamente na saúde física e mental do profissional, contribuindo para o aparecimento do estresse ocupacional.

Objetivos: Buscar e compreender os fatores que contribuem para o estresse ocupacional do enfermeiro, presentes na literatura brasileira. Desenvolvimento: Esta pesquisa consiste de um estudo exploratório, de forma narrativa, realizado por meio de uma revisão de literatura. Após a definição do tema feita uma busca em bases de dados virtuais em saúde, especificamente na Biblioteca Virtual de Saúde – BVS foram utilizados os seguintes descritores: Enfermeiro, Estresse Ocupacional, Saúde, Fatores, Consequências, para a busca dos artigos científicos. No passo seguinte foram realizadas seleção e leitura das publicações apresentadas no Sistema Latino-Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde - LILACS, National Library of Medicine – MEDLINE e Bancos de Dados em Enfermagem – BDENF, Scientific Electronic Library onlineScielo, banco de teses USP, no período de 2010 a 2016. Foram encontrados 55 artigos, e foi realizada leitura minuciosa dos mesmos, sendo que destes 36 foram excluídos por caracterizarem fuga ao tema. Para a presente pesquisa foram usados 19 artigos científicos. Resultados: Dentre as publicações pesquisadas, 100% dos autores apontam a jornada de trabalho excessiva como um fator que pode desencadear o estresse ocupacional. Estudos mostram que este fator prejudica o enfermeiro no convívio social, principalmente com a família. Além disso, beneficia a redução do tempo dedicado ao auto cuidado e ao lazer, tendo como consequência o cansaço e, por conseguinte, gerando o estresse. Além deste fator, 20% dos artigos, além da jornada de trabalho excessiva citaram outros fatores como o controle supervisionado e acúmulo de tarefas. Para alguns estudiosos, estes dois fatores ocasionam ao profissional, desgaste físico e mental, afetando a sua saúde, além de desencadear doenças como a hipertensão arterial, doença coronariana, além de distúrbios emocionais e psicológicos, como a ansiedade, depressão, baixa auto-estima entre outras. O acúmulo de tarefas ocasiona ao trabalhador tensão e esgotamento, constituindo-se em fatores responsáveis por situações de estresse ocupacional. Outro fator é a desvalorização profissional, tendo citado por 20% das publicações, isso pode levar a perda de entusiasmo de desenvolver suas atividades, além de provocar um desgaste físico, emocional e mental ao enfermeiro.  10% dos artigos citaram as condições inadequadas de trabalho, ou seja, falta de estrutura física adequada, falta de materiais. Estudos dizem que as condições inadequadas de trabalho, podem ocasionar o absenteísmo, aposentadorias precoces e até mesmo a negligência, levando a danos físicos irreversíveis ao usuário. Além de provocar o desgaste físico e mental do profissional comprometendo a sua saúde. A baixa remuneração foi citada por 20% das publicações. O enfermeiro, quando não recebe bem pelos seus serviços prestados, acaba desencadeado o estresse ocupacional, além da queda de rendimento em seu local de trabalho. Dentre as consequências do estresse ocupacional, 30% dos artigos, apontam a diminuição do tempo dedicado ao autocuidado e ao lazer e consequentemente para a família. E 60% das publicações dizem que podem ser desencadeados vários tipos de doença, principalmente o estresse, desgaste físico e mental. Em um dos artigos (10%) citou que o desgaste causado pelo estresse pode levar o indivíduo a síndrome de Burnout. No ambiente de trabalho do enfermeiro, podem ser encontrados diversos fatores (controle supervisionado, jornada de trabalho excessiva e acúmulo de tarefas), os quais favorecem o aparecimento do estresse, podendo ocasionar sérios problemas para o mesmo, como danos a sua saúde, bem-estar, profissional e familiar. Deste modo, de acordo com as condições de trabalho que o enfermeiro convive podem ser desencadeadas situações estressantes e a insatisfação pelo trabalho. Ainda de acordo com o autor supracitado (2014), o âmbito hospitalar é considerado estressor, onde são vivenciadas pelo enfermeiro sofrimentos de pacientes e de seus familiares, demandas requeridas pela assistência, condições de trabalho, além de ampla responsabilidade exigida no trabalho. Já nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), o enfermeiro acaba vivenciando situações sociais, econômicas, biológicas e psicológicas, até mesmo dentro do domicílio do paciente. Diante isso, estes locais acabam ocasionando o estresse ao enfermeiro. A palavra estresse não deve ser confundida com o Burnout, quando se diz respeito a definições, pois o estresse acontece devido areações do organismo aos acometimentos de diversas origens, onde esses são hábeis em desequilibrar o interior do ser humano. Já a Síndrome Burnout é uma reação do estresse ocupacional crônico, onde engloba várias alterações comportamentais negativas do indivíduo, que são ligadas ao contexto e trabalho. Recomenda-se que seja criado um espaço coordenado por um psicólogo pra que os trabalhadores possam conversar e propor idéias/sugestões para otimizar o ambiente e seu trabalho. Esse ambiente também deve ser um espaço onde eles possam procurar maneiras de distribuir melhor suas tarefas para assim diminuir a sobrecarga de trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após a análise dos estudos foi possível concluir que os principais fatores que desencadeiam o estresse ocupacional no enfermeiro encontram-se relacionados à adjacência com o sofrimento humano, como a carga horária excessiva, baixa remuneração, controle supervisionado, acúmulo de tarefas, desvalorização profissional, pressão desempenhada por gestores e pacientes, instabilidade do emprego, entre outros. Diante isso, acaba afetando a qualidade de vida deste profissional, onde o mesmo passa a ter falta de interação familiar, social, desmotivado no desempenho de suas atividades, provoca doenças psicológicas e físicas, além de problemas no trabalho. As políticas de saúde voltada a saúde do trabalhador, Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012, tem como princípio básico a promoção e proteção da saúde dos trabalhadores. Mesmo, assim, cabe a mesma e o SUS, adotarem novas práticas de atenção à saúde dos trabalhadores, através de intervenção nos ambientes de trabalho, afim que possa ser evitado o estresse ocupacional. 

 


Palavras-chave


Enfermeiro; Estresse Ocupacional; Saúde; Fatores; Consequências.