Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
DESAFIOS DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE PARA ACOMPANHAMENTO DAS CONDICIONALIDADES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA
Thaís Fernanda Fernandes Amorim, Raylane Marques de Barros Cruz, Adriano Maia dos Santos, Jaqueline Kluge, Nôemia Fernanda Fernanda Santos Fernandes

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


APRESENTAÇÃO: O Programa Bolsa Família (PBF) é o maior programa de transferência direta de renda do Brasil, tendo como objetivo em curto prazo, o alívio imediato da pobreza extrema. Associando a transferência do benefício financeiro as condicionalidades de saúde, educação e assistência social contribuem para alcance de direitos sociais básicos de cidadania, por meio do acesso a esses serviços. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) desempenham as principais ações para o cumprimento das condicionalidades de saúde do PBF. Para tanto, trabalham identificando pessoas em situações de vulnerabilidade social na comunidade, realizam vigilância do crescimento e desenvolvimento da criança menor de sete anos, fazem o acompanhamento do cartão de vacina, identificam e acompanham gestantes para o pré-natal, além de prestar orientações pós-parto. O ACS realiza suas atividades na comunidade, o que os expõe a várias situações complexas que dificultam a realização das suas funções. Logo, objetivou-se identificar e discutir as dificuldades no trabalho dos ACS para que consigam acompanhar o cumprimento, pelos beneficiários, das condicionalidades de saúde do PBF. DESENVOLVIMENTO: O estudo é de caráter qualitativo; realizado em duas Unidades de Atenção Básica de um município da Bahia, escolhidas por possuírem o maior número de famílias cadastradas no programa no período de estudo. Para conformar os sujeitos, utilizou-se quatro grupos de representação selecionados intencionalmente: I) gestores do PBF; II) profissionais de saúde de nível superior; III) ACS; IV) beneficiários do PBF. Com os grupos I, II e IV foram realizadas entrevistas semiestruturadas e para o grupo III foram realizados dois grupos focais. A análise de dados foi orientada pela análise de conteúdo temática. RESULTADOS: O trabalho do ACS é de fundamental importância, mas muitos são os desafios encontrados por eles para sua execução. Apesar da portaria 2.488, de 21/10/2011, que inclui entre suas atribuições o acompanhamento das condicionalidades do PBF, notou-se uma resistência dos ACS em realizar tal atividade. Os ACS compreendiam como atividade que não deveria ser executado por eles e, referiram não se sentirem capacitados reconhecendo assim, a ausência de familiaridade com o funcionamento do PBF. Fatores como a violência da localidade constituía uma situação de desafio no trabalho, originando medo e dificultando o acesso aos domicílios durante as visitas, principalmente quando o assunto abordado era sobre o PBF. Os ACS ressaltaram a insatisfação com o material enviado pelos gestores do PBF, como exemplo, as fichas de coleta, que não eram suficientes e desatualizadas. Dificuldades de relacionamento com a EqSF, também, os impediam de realizar um bom trabalho por se sentirem submissos e sem direito a voz. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo sinaliza a necessidade de política de educação permanente para os ACS, para que ele possa qualificar o acompanhamento com as famílias participantes do PBF. Para tanto, faz-se necessário a aproximação dos gestores com as demandas dos ACS para elucidar problemas que, ainda, são presentes no fazer cotidiano sobre o funcionamento do PBF.


Palavras-chave


Agentes Comunitários de Saúde; Serviços de Saúde; Politica Social